No cenário remoto do oceano Atlântico, o Brasil reafirma seu compromisso com a pesquisa científica e a ampliação de sua soberania marítima com a renovação da Estação Científica no Arquipélago de São Pedro e São Paulo. No dia 7 de maio, um Acordo de Cooperação Técnica foi firmado entre a Marinha do Brasil (MB), a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (FEST) e a Caixa Econômica Federal, marcando um novo capítulo na história da pesquisa brasileira no oceano.
A substituição da atual Estação Científica será viabilizada com o suporte de recursos de compensação ambiental, com a FEST encarregada da execução operacional do projeto. Localizado a cerca de 1.000 km do litoral do Rio Grande do Norte, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo desempenha um papel crucial na ampliação da presença brasileira na Amazônia Azul, contribuindo para interesses científicos, econômicos, ambientais e de soberania.
O Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, ressaltou a importância do acordo celebrado para a modernização da estação. Ele enfatizou planos adicionais, incluindo a implementação de internet no local, visando ampliar a visibilidade dos projetos de pesquisa e fortalecer o senso de pertencimento àquela área estratégica para o Brasil.
O Arquipélago de São Pedro e São Paulo não é apenas um ponto geográfico, mas uma fonte inesgotável de conhecimento científico. Com uma área marítima de 450.000 km², maior que o estado de Goiás, incorporada à Zona Econômica Exclusiva brasileira, o local oferece um vasto potencial para pesquisas em diversos campos científicos.
Além de seu valor estratégico, o arquipélago é um tesouro natural, abrigando uma biodiversidade única no meio do oceano Atlântico. A formação das ilhas, erguendo-se do fundo do mar a partir de uma profundidade de 4.000 metros, é um fenômeno raro. Apesar dos frequentes terremotos de baixa intensidade, o local serve como refúgio e habitat para aves e peixes migratórios.
Há mais de duas décadas, a Marinha mantém uma presença constante no arquipélago, com um farol e uma Estação Científica, proporcionando a cientistas de todo o mundo um laboratório a céu aberto para estudos em geologia, oceanografia, biologia e sismologia. Assim, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo representa não apenas a presença brasileira no Atlântico Norte, mas também o compromisso contínuo do país com a pesquisa e a proteção de seu vasto território marítimo.
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