Em um discurso proferido no último domingo (28), o presidente francês, Emmanuel Macron, enfatizou a importância de integrar as armas nucleares da França no debate de defesa europeu. As declarações de Macron ocorreram durante uma entrevista organizada pela EBRA, um grupo de jornais regionais do leste francês, e geraram reações diversas antes das eleições da União Europeia marcadas para junho.
Macron destacou a necessidade de uma "defesa europeia credível" que vá além da proteção oferecida pela OTAN. Ele ressaltou a importância de considerar a implantação de escudos antimísseis, além de garantir que esses sistemas sejam eficazes na dissuasão do uso de armas nucleares.
Embora a doutrina francesa tenha historicamente preconizado o uso de armas nucleares apenas em situações em que os interesses vitais do país estivessem ameaçados, Macron expressou abertura para dar uma "dimensão mais europeia" a esses interesses. Ele afirmou ser favorável ao debate sobre defesa antimísseis, armas de longo alcance e armas nucleares, tanto para os países que as possuem quanto para aqueles que abrigam armas nucleares americanas em seus territórios.
No entanto, as declarações do presidente francês provocaram críticas de oponentes políticos de ambos os lados do espectro ideológico. O legislador europeu de extrema direita, Thierry Mariani, do Rassemblement National (RN), liderado por Marine Le Pen, classificou Macron como um "perigo nacional" e expressou impaciência pelo resultado das eleições de junho.
Por outro lado, François-Xavier Bellamy, líder do partido de direita LR na votação da UE, considerou os comentários de Macron como "excepcionalmente sérios", afirmando que eles tocam no nervo da soberania francesa. Da mesma forma, o legislador de extrema-esquerda, Bastien Lachaud, criticou a proposta de Macron, argumentando que a dissuasão nuclear não pode ser compartilhada e acusando o presidente francês de minar a autonomia estratégica da França.
Diante das reações polarizadas, as declarações de Macron destacam a complexidade e sensibilidade das discussões sobre defesa na Europa, especialmente no contexto da crescente preocupação com a segurança e a integridade territorial do continente.
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com Reuters e AFP
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