sábado, 13 de abril de 2024

Paris Acelera Produção de Armas: Mudança Geopolítica em Marcha

Sob a sombra das crescentes tensões geopolíticas, a França está empenhada em impulsionar sua indústria de defesa para atender à demanda crescente por armamentos. Com declarações contundentes vindas dos mais altos escalões do governo francês, liderados pelo Presidente Macron e pelo Ministro da Defesa, Sébastien Lecornu, o país está se preparando para uma "economia de guerra" que parece se aproximar rapidamente.

O Ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, fez um apelo há duas semanas, enfatizando a necessidade de acelerar a produção de armas para cumprir as encomendas, colocando a prioridade no fator tempo sobre o custo dos equipamentos. Lecornu até mesmo alertou sobre a possibilidade de usar poderes de requisição para acelerar a produção, evidenciando a urgência percebida pelas autoridades.

A Reuters relatou as preocupações expressas pelo ministro, especialmente em relação à perda de contratos na Europa Oriental, uma região que se sente cada vez mais ameaçada pela Rússia. Esta percepção de ameaça é compartilhada pelo próprio Presidente Macron, que, em um discurso recente durante a inauguração de uma nova fábrica de pólvora em Bergerac, reiterou a necessidade de aumentar a produção de armamentos.

Macron destacou a importância estratégica desse movimento, não apenas para apoiar países como a Ucrânia diante de agressões externas, mas também para fortalecer a segurança nacional da França. Ele enfatizou uma "mudança geopolítica e geoestratégica" em curso, na qual as indústrias de defesa desempenharão um papel fundamental.

A Europa como um todo parece estar seguindo esse exemplo, com investimentos maciços em infraestrutura de produção de armamentos. A construção da fábrica de pólvora da Eurenco em Bergerac é apenas um exemplo desse impulso, com uma capacidade projetada para produzir 1.800 toneladas de pólvora por ano a partir de 2025.

Além disso, a Romênia está emergindo como um importante centro de produção de armamentos, com a Rheinmetall e a Romarm planejando construir a "maior fábrica de pólvora da Europa Oriental", com financiamento substancial da União Europeia. O programa ASAP da UE, com um financiamento de 2 bilhões de euros destinados ao aumento da produção de munições, pólvora e explosivos, está impulsionando ainda mais essa tendência.

Empresas como Rheinmetall, Eurenco e Nammo estão liderando o caminho, com grandes parcelas dos fundos destinados a seus projetos. Esses investimentos não apenas aumentarão a capacidade de produção de armamentos na Europa, mas também fortalecerão a autonomia estratégica do continente em um momento de incerteza global.

Em resumo, a França e seus parceiros europeus estão intensificando seus esforços para fortalecer suas capacidades de defesa, respondendo a um ambiente geopolítico cada vez mais desafiador. Este movimento reflete uma conscientização crescente sobre a importância da segurança nacional e da autonomia estratégica, preparando o terreno para uma nova era na indústria de defesa europeia.


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com Reuters

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