O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) anunciou um ataque com dezenas de drones e mísseis contra Israel na noite deste sábado (13), desencadeando um potencial aumento nas tensões entre os dois países, colocando os Estados Unidos ao lado de Israel.
Os militares israelenses relataram a presença de mais de 100 drones, que fontes de segurança iraquianas afirmam terem sido avistados sobrevoando o país a partir do Irã, e alertaram que levariam horas para alcançar seus alvos. Algumas dessas aeronaves não tripuladas foram abatidas sobre a Síria ou a Jordânia, de acordo com Israel.
Uma fonte citada pela agência de notícias estatal iraniana disse que o país também lançou uma primeira onda de mísseis balísticos contra Israel.
O ataque do Irã é visto como uma retaliação ao suposto ataque israelense ao seu consulado em Damasco, em 1º de abril, que resultou na morte de sete oficiais da Guarda Revolucionária Islâmica, incluindo dois comandantes de alto escalão. O Irã alega que o ataque foi uma punição pelos "crimes israelenses", enquanto Israel não confirmou nem negou sua responsabilidade na morte dos oficiais iranianos.
O ataque israelense deixou entre as vítimas importantes oficiais do IRGC |
A missão iraniana nas Nações Unidas afirmou que, caso Israel cometa outro erro, a resposta do Irã será "consideravelmente mais severa", enquanto também indicava que considerava o assunto encerrado.
O presidente dos EUA, Joe Biden, encurtou uma visita a Delaware para se reunir com conselheiros de segurança nacional na Casa Branca, prometendo apoio a Israel.
Os confrontos recentes entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, agora no sétimo mês, aumentaram as tensões na região, envolvendo também o Líbano e a Síria, e atraindo ataques contra alvos israelenses de locais distantes, como Iêmen e Iraque.
A empresa britânica de segurança marítima Ambery relatou que drones também foram lançados contra Israel pelos rebeldes Houthis do Iêmen, aliados do Irã.
Esses eventos ameaçam transformar os confrontos entre Israel e o Hamas em um conflito direto entre Irã e seus aliados contra Israel e os Estados Unidos, com o Egito pedindo "máxima moderação".
Aeronaves de combate dos EUA e do Reino Unido teriam participado do abate de alguns dos drones na fronteira Iraque-Síria, de acordo com informações divulgadas. Autoridades dos EUA confirmaram o abate de diversos drones, mas não especificaram números.
O porta-voz militar de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, classificou o ataque como uma "escalada grave e perigosa", afirmando que as defesas do país estão em alerta máximo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou uma reunião de emergência do gabinete de guerra em Tel Aviv.
Israel fechou seu espaço aéreo, assim como o Líbano, enquanto a Jordânia preparou suas defesas aéreas. Moradores de cidades jordanianas relataram intensa atividade aérea.
A Síria, aliada do Irã, elevou seu alerta ao nível máximo, mobilizando sistemas de defesa ao redor da capital e de bases militares.
Vários países, incluindo membros da União Europeia, Reino Unido, França, México, República Tcheca, Dinamarca, Noruega e Países Baixos, condenaram o ataque iraniano.
Israel tem se preparado para uma possível resposta do Irã desde o ataque ao seu consulado em Damasco, com o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometendo retaliação.
Biden, por sua vez, reiterou sua defesa a Israel, enquanto o grupo Hezbollah, aliado do Irã, afirmou ter disparado foguetes contra uma base israelense.
Na manhã deste sábado (13), o Irã apreendeu um navio de bandeira portuguesa no Estreito de Ormuz , o MSC Aries, enquanto Israel acusou o país de pirataria. A MSC, proprietária do navio, confirmou a apreensão e está trabalhando para garantir o retorno seguro de seus tripulantes.
O mundo observa atentamente a escalada nas tensões entre o Irã e Israel, a região enfrenta agora a ameaça de um conflito direto entre os dois países que poderia ter consequências devastadoras para toda a região do Oriente Médio.
Análise do GBN Defense:
O ataque de drones lançado pelo Irã contra Israel neste sábado (13), representa uma escalada preocupante nas tensões já crescentes entre esses dois países e seus aliados na região. O uso de drones e mísseis em um ataque tão coordenado e em grande escala indica uma determinação por parte do Irã em responder aos supostos ataques anteriores de Israel, como o ocorrido no consulado em Damasco.
Essa escalada não apenas aumenta as preocupações com a segurança na região, a qual já vem enfrentando uma grande instabilidade desde o ataque do Hamas contra Israel em outubro de 2023, o que tem desencadeado uma série de ações por procuração lançada pelo Irã através dos grupos que apoia, como os rebeldes Houthis no Iêmen e o Hezbollah no sul do Líbano e Síria.
Essa ação inédita, com um ataque diretamente lançado pelo Irã, também coloca em risco a estabilidade geopolítica do Oriente Médio, especialmente considerando o envolvimento de potências externas como os Estados Unidos e o Reino Unido se colocando ao lado de Israel.
A rápida reação de Israel, incluindo a convocação de uma reunião de emergência do gabinete de guerra e a orientação para os residentes das áreas afetadas se abrigarem, demonstra a seriedade da situação e a prontidão do país para se defender.
Além disso, a condenação internacional ao ataque do Irã destaca a preocupação global com o aumento das hostilidades na região e a necessidade de uma solução diplomática para evitar um conflito em larga escala.
No entanto, a resposta dos Estados Unidos, que reafirmaram seu compromisso com a defesa de Israel, pode complicar ainda mais a situação, especialmente considerando a histórica rivalidade entre Washington e Teerã.
É fundamental que todas as partes envolvidas exerçam moderação e busquem uma solução diplomática para evitar uma escalada ainda maior e potencialmente catastrófica neste conflito regional.
Por Angelo Nicolaci
GBN Defense - A informação começa aqui
com Reuters
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