A última atualização da base de dados de despesas militares do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI) revelou um aumento alarmante nos gastos militares globais, atingindo a marca de US$ 2 trilhões em 2023. Este aumento de quase 7% em relação ao ano anterior representa o maior crescimento anual desde 2009, segundo os especialistas.
O relatório do SIPRI destaca que os principais países gastadores, incluindo os Estados Unidos, China e Rússia, lideraram esse aumento nos orçamentos militares. Entretanto, o fenômeno não se limitou a essas nações, com todos os continentes registrando um crescimento nos gastos militares, algo inédito desde 2009.
Um dos pontos de destaque foi o aumento vertiginoso de 105% nos gastos militares da República Democrática do Congo, atribuído ao conflito prolongado entre o governo e grupos armados não estatais.
Xiao Liang, pesquisador do programa de gastos militares e produção de armas do SIPRI, expressou surpresa com a magnitude e a abrangência desse crescimento, especialmente na América Latina e na África. Ele observou que países como México, El Salvador, Equador e Brasil estão usando recursos militares para lidar com questões internas, como o combate ao crime organizado e à violência de gangues.
No cenário internacional, a tensão contínua entre a Ucrânia e a Rússia desempenhou um papel crucial. Os gastos militares russos atingiram seu ponto mais alto desde o fim da União Soviética, enquanto a Ucrânia enfrenta desafios significativos, representando 37% de seu PIB em gastos militares.
Além disso, o relatório aponta para o aumento dos gastos militares em outras regiões, como o Oriente Médio, onde o conflito entre Israel e Gaza impulsionou o crescimento anual para o maior nível em uma década.
No entanto, enquanto os números refletem uma tendência preocupante, Niklas Schörnig, cientista político do Instituto de Pesquisa para a Paz de Frankfurt (PRIF), sugere que a resposta pode residir em um novo enfoque internacional sobre o controle de armamentos. Ele enfatiza a importância de limitar o armamento desenfreado, propondo acordos que impeçam os países de se armarem acima de um certo nível.
Embora os esforços para controlar os gastos militares possam ser uma solução a longo prazo, os especialistas advertem que a atual escalada de tensões geopolíticas, incluindo o conflito entre China e Taiwan e a situação na Ucrânia, exige uma ação imediata para evitar consequências catastróficas.
Com os países da OTAN e outras nações intensificando seus gastos militares, o relatório do SIPRI prevê que essa tendência de aumento possa persistir nos próximos anos, a menos que medidas eficazes sejam implementadas para conter o crescimento desenfreado dos orçamentos militares em escala global.
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com SIPRI e DW
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