Durante uma audiência na Comissão das Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (17), o comandante do Exército, General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, anunciou que o Brasil está em estágio avançado de negociações para aquisição do sistema de mísseis antiaéreos Akash, desenvolvido pela Índia. Esta iniciativa visa preencher uma lacuna crítica nas capacidades de defesa aérea brasileira, diante das complexas e desafiadoras ameaças no cenário global.
O sistema Akash, reconhecido internacionalmente por sua eficácia em interceptar aeronaves e mísseis em altitudes intermediárias, destaca-se por sua capacidade de atingir alvos a altitudes de 100m até 20km, num alcance de até 30km. Equipado com um sofisticado sistema de radar, o Akash é projetado para detectar, rastrear e neutralizar múltiplos alvos, fornecendo uma cobertura abrangente e eficaz.
Enquanto o Brasil atualmente opera com sistemas de curto alcance, como os sistemas Igla de origem russa, o RBS 70 de origem sueca e o alemão Guepard, o Akash ofereceria uma defesa antiaérea mais ampla e eficaz contra ameaças de médio e longo alcance. A integração desses sistemas permitiria uma defesa em camadas, onde cada sistema complementa e reforça as capacidades do outro, proporcionando uma proteção mais robusta contra uma variedade de ameaças aéreas.
O RBS-70 é um dos sistemas operados pelo Brasil
A possível aquisição do sistema Akash não apenas modernizaria as capacidades de defesa antiaérea do Brasil, mas também poderia estabelecer uma parceria estratégica mais ampla entre o Brasil e a Índia. Em troca, o Brasil oferece à Índia as aeronaves de transporte tático KC-390, fabricadas pela Embraer, atendendo às necessidades indianas de uma nova aeronave de transporte tático.
Entretanto, essa negociação enfrenta desafios e implicações, especialmente em relação à confiabilidade, compatibilidade e pós-venda dos sistemas indianos. Embora a Índia tenha avançado em suas capacidades militares, ainda não é um player consolidado no mercado internacional de defesa.
Apesar das várias opções de sistemas de defesa antiaérea disponíveis no mercado internacional, o sistema Akash desponta como favorito para dotação do Exército Brasileiro, conforme indicado pelas declarações do Comandante do Exército. Isso segue a visita da comitiva de militares brasileiros à Índia no último mês de março, evidenciando o interesse mútuo em fortalecer os laços de cooperação em defesa.
Dado o impacto significativo dessa potencial aquisição, é fundamental que a sociedade brasileira participe ativamente do debate em torno dessa questão de segurança nacional. O apoio aos programas de defesa e a cobrança de maior atenção por parte dos representantes no Congresso e Senado são essenciais para garantir que as decisões tomadas estejam alinhadas aos interesses e necessidades do Brasil.
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