O desenvolvimento de um novo porto nas remotas ilhas do extremo norte das Filipinas, próximas a Taiwan, não contará com a participação de militares dos Estados Unidos, conforme declarou o governo local, eliminando assim uma potencial fonte de atrito com a China sobre a presença militar americana na região.
As ilhas Batanes, situadas a menos de 200 quilômetros de Taiwan, têm despertado interesse em investimentos para infraestrutura portuária. A governadora Marilou Cayco revelou que, inicialmente, buscou financiamento dos EUA para o projeto, porém, posteriormente, as negociações foram encerradas. "No começo eles disseram que iriam ajudar, mas depois não mais, então pedi ajuda à PPA", disse Cayco, referindo-se à Autoridade Portuária das Filipinas (PPA).
O projeto tem como objetivo principal facilitar o descarregamento de carga da capital Manila durante o período de mar agitado durante as monções, quando a instalação portuária existente se torna frequentemente inacessível.
A governadora não especificou os motivos pelos quais os EUA retiraram seu apoio ao projeto portuário. A embaixada dos EUA não fez comentários imediatos sobre a situação.
O possível envolvimento militar dos EUA no porto de Batanes gerou tensões em um momento de crescente atrito entre Washington e Pequim. O Canal Bashi, que separa as ilhas Batanes de Taiwan, é considerado estratégico para a navegação entre o Pacífico ocidental e o disputado Mar da China Meridional. A área é vista como crucial em cenários de eventual conflito entre China e Taiwan.
O Ministério da Defesa de Taiwan relatou que as forças militares chinesas frequentemente transitam pelo Canal Bashi. Em resposta às questões levantadas sobre o projeto portuário e a possível implicação de Taiwan nas disputas marítimas, a embaixada chinesa em Manila reiterou que a questão de Taiwan é um assunto interno da China e não deve ser motivo de tensão entre China e Filipinas.
A decisão de prosseguir com o projeto sem a ajuda dos EUA demonstra a determinação das Filipinas em fortalecer sua infraestrutura sem depender exclusivamente de apoio estrangeiro. O futuro do desenvolvimento portuário nas ilhas Batanes agora parece estar nas mãos da Autoridade Portuária das Filipinas, enquanto as tensões geopolíticas na região continuam a moldar os rumos da política externa do país.
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Com Reuters
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