Um contingente significativo de militares russos desembarcou em Ouagadougou, capital de Burkina Faso, na quarta-feira (24), em um movimento que levanta questionamentos sobre a crescente influência da Rússia na região do Sahel, marcada por uma série de golpes e mudanças de poder nos últimos anos. A chegada dos soldados russos marca o possível fortalecimento dos laços entre Burkina Faso e Moscou, especialmente após a expulsão das tropas francesas no início de 2023.
Duas fontes de segurança estrangeiras relataram o envio das tropas russas, sem fornecerem detalhes sobre o destacamento. As especulações sobre aprofundamento das relações de segurança entre Burkina Faso e Rússia ganharam força desde a expulsão das tropas francesas. No vizinho Mali, mercenários russos da Wagner Group operam, o que contribui para a crescente preocupação ocidental sobre a influência russa na região.
O canal do Corpo Africano no Telegram, alegando ser afiliado ao Ministério da Defesa da Rússia, anunciou que 100 militares foram enviados para garantir a segurança do líder burquinense, Ibrahim Traore, e do povo de Burkina Faso. Outros 200 soldados estão previstos para chegar em breve, segundo o canal.
O Ministério da Defesa russo não respondeu a pedidos de comentários sobre a mobilização. Fotos divulgadas pelo canal African Initiative no Telegram, uma agência de notícias russa pró-Kremlin que cobre assuntos africanos, mostram homens em uniformes militares descarregando equipamentos de um avião com bandeira russa, identificado como um Il-76, a aeronave de carga principal das forças armadas russas.
A African Initiative afirmou que as fotos documentam a chegada dos 100 militares russos a Ouagadougou, que, além de garantir a segurança, também estariam envolvidos no treinamento das forças locais e na patrulha de áreas perigosas. No entanto, a Reuters não conseguiu verificar imediatamente as fotos ou as informações fornecidas pela agência.
A presença militar russa em Burkina Faso aumenta as preocupações ocidentais sobre a crescente influência da Rússia no Sahel. A região enfrenta desafios significativos, com uma série de golpes recentes que levaram ao poder governos próximos de Moscou no Mali, Níger e agora Burkina Faso. Essas mudanças têm remodelado um conflito regional de longa data, onde insurgentes ligados ao Estado Islâmico e Al-Qaeda operam.
A possível intensificação da cooperação entre Rússia e países do Sahel também é evidenciada pelas visitas oficiais de líderes militares do Níger e do vizinho Chade a Moscou em janeiro. Esses eventos aumentam as preocupações geopolíticas e destacam a necessidade de uma análise mais aprofundada sobre o papel da Rússia na dinâmica política da região do Sahel.
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