Washington e Ancara concordaram com a venda de 40 caças F-16 à Türkiye, juntamente com a modernização de 79 aeronaves do inventário turco, conforme revelado por fontes diplomáticas e confirmado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. No entanto, esta transação não vem sem uma série de condições delicadas que estão atraindo olhares da comunidade internacional.
De acordo com informações publicadas pelo diário grego Kathimerini, fontes diplomáticas afirmam que os EUA impuseram uma condição fundamental aos turcos: "os caças F-16 não devem ser utilizados em ações hostis contra a Grécia ou outros aliados da OTAN". A cláusula estipula que qualquer violação desses termos pode resultar no encerramento imediato do programa F-16 para a Türkiye.
A carta confidencial distribuída pelo Departamento de Estado delineia explicitamente que os caças não devem ser empregados em provocações, como sobrevoos sobre ilhas gregas, sob risco de punição. Essas restrições refletem as tensões regionais entre Ancara e Atenas, que há muito tempo têm disputas territoriais e diferenças históricas.
O anúncio dessa transação ganha destaque especialmente em meio ao contexto geopolítico atual, onde a Türkiye busca fortalecer suas capacidades militares após ser excluída do programa JSF, com cancelamento do envio dos caças F-35 para Türkiye devido à compra do sistema russo de defesa aérea S-400. A exclusão da Türkiye do programa levou Ancara a buscar alternativas, levando à compra dos caças F-16 e à modernização de sua frota existente, enquanto Ancara desenvolve seu próprio caça avançado de tecnologia própria, o KAAN.
Os comentários da secretária de Estado adjunta dos EUA, Victoria Nuland, durante uma recente visita à Türkiye, sugerem que uma possível resolução da questão do S-400 poderia abrir caminho para o retorno da Türkiye ao programa F-35. No entanto, até que essa questão seja resolvida, a Türkiye parece estar concentrando seus esforços na modernização de sua força aérea com os F-16 Block70.
Enquanto isso, a Grécia em meio a tensões regionais, também está envolvida em aquisições militares significativas. Além da compra dos caças F-35, que totalizam cerca de 8,6 bilhões de dólares, Atenas observa com atenção as transações entre os EUA e a Türkiye, buscando garantir sua segurança e interesses estratégicos na região.
Embora os detalhes financeiros e operacionais da transação tenham sido enviados ao Congresso dos EUA, as implicações políticas e estratégicas dessa venda continuam sendo avaliadas tanto em Washington quanto em capitais ao redor do mundo. A incerteza sobre o futuro das relações entre a Türkiye, os EUA e outros aliados da OTAN permanece como um ponto central de discussão e preocupação nos círculos diplomáticos internacionais.
A questão da venda dos caças F-16 à Türkiye e suas implicações regionais continuará sendo acompanhada de perto à medida que os detalhes e desdobramentos adicionais surgirem nos próximos dias e semanas.
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