O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na última terça-feira (5) a criação da Zona de Defesa Integral da Guiana Essequiba, designando o Major General Alexis José Rodríguez Cabello como a "autoridade única" na área. Essa decisão amplia a complexidade da situação na região, que já estava sob tensão devido ao referendo aprovado no domingo (3), indicando medidas que poderiam levar à anexação da Guiana Essequiba.
Maduro detalhou que a sede da Zona de Defesa ficará em Tumeremo, com o Major General como autoridade provisória na Guiana Essequiba. Além disso, o presidente venezuelano ordenou a publicação de um novo mapa da Venezuela, incluindo a Guiana Essequiba como parte integral do território nacional. A decisão de autorizar a exploração de petróleo ao redor do rio Essequibo adiciona uma camada significativa à disputa, considerando que a região é rica em recursos petrolíferos.
Segundo Maduro, a PDVSA e a CVG, empresas estatais venezuelanas, criarão divisões específicas para a região contestada. Ele alertou que, caso um novo estado venezuelano seja estabelecido, as empresas operando na área teriam três meses para sair.
Reações e Preparativos Brasileiros
Com o aumento da tensão entre Venezuela e Guiana, a região de Essequibo, equivalente a dois terços do território da Guiana, permanece no centro de uma disputa de longa data. O referendo no domingo fortaleceu as medidas propostas por Maduro, aprovadas com mais de 95% de aprovação, e o anúncio do novo mapa venezuelano apresentando a região de Essequibo anexada ao seu território, eleva o nível de tensões e o risco da eclosão de um confronto na região. O Brasil, em sua postura de buscar uma "solução pacífica", reforça seu contingente militar e mantém diálogos em alto nível para mitigar o risco de conflitos na região.
A situação permanece dinâmica, e a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, ciente da importância estratégica e dos recursos naturais envolvidos na disputa pela Guiana Essequiba.
Deslocamento das tropas
De acordo com informações oficiais, 20 veículos blindados Lince, denominados "Guaicuru" no Exército Brasileiro, foram mobilizados a partir de estados como Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, em uma operação complexa com previsão de duração em torno de 20 dias. Os blindados partiram desses estados em direção a Belém (PA), de onde serão transportados por balsas através do rio Amazonas até Manaus (AM), seguindo então por terra até Boa Vista (RR). A movimentação para a cidade de Pacaraima (RR), na fronteira com a Venezuela, está condicionada ao agravamento real da tensão entre Venezuela e Guiana.
Com essa ação, os 20 blindados irão integrar a frota já presente na 1ª Brigada de Infantaria de Selva em Roraima, somando um total de 28 viaturas na região. Fontes militares indicam que esse número pode crescer dependendo do aumento da hostilidade na área.
A Postura do Brasil
A decisão de ampliar a presença militar na região ocorre após o aumento do contingente de patrulha e fiscalização em Pacaraima, passando de 70 para 130 militares na última semana. Este número pode ser ainda maior, conforme a evolução da situação.
Enquanto o governo brasileiro destaca sua busca por uma "solução pacífica" e mantém diálogos de alto nível com ambos os países envolvidos, o Exército se prepara para eventualidades. Em nota oficial, o Exército afirmou estar monitorando constantemente a situação e reforçando sua prontidão para proteger as fronteiras.
A nota enfatiza que "foi antecipado um reforço de tropas e meios de emprego militar nas cidades de Pacaraima e Boa Vista" e que a 1ª Brigada de Infantaria de Selva intensificou suas operações na fronteira, visando proteger o território nacional.
O Brasil mantém sua postura de diálogo e prevenção, agindo de forma proativa para resguardar a integridade de suas fronteiras e buscar soluções que evitem conflitos na região. O deslocamento das tropas brasileiras visa assegurar a estabilidade e a segurança na área sem desconsiderar a busca por uma resolução pacífica para o impasse entre Venezuela e Guiana.
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