No dia 15 de novembro, o
Brasil celebra o advento da República. O episódio da Proclamação da República
não foi um fato isolado no contexto da consolidação da nossa autonomia e, em
todos os acontecimentos mais significativos desse processo, o Exército Brasileiro
esteve presente.
Desde as batalhas de Guararapes, o Soldado marcou seu nome na
história, atuando na defesa da nossa soberania, garantindo a liberdade da nossa
gente e colaborando para o progresso e a construção do País. As ideias
republicanas, por sua vez, já haviam aflorado em alguns movimentos nativistas
que ocorreram durante a formação da nova nacionalidade.
Em 1822, a semente dos ideais republicanos de liberdade,
igualdade e fraternidade foi plantada em lutas por todo o território, apoiando
e fortalecendo o grito de Independência do príncipe regente Dom Pedro, que nos
libertou do jugo colonizador português.
No Primeiro e no Segundo Reinados, foram muitas e intensas as
lutas pela preservação da nossa integridade territorial. No último quartel do
século XIX, as contradições da monarquia começaram a se acentuar. Atritos do
governo com o Exército e com a Igreja; a questão da escravatura, que gerou
sensível desgaste nas bases sociais que apoiavam o Estado; as transformações
socioeconômicas; e o surgimento de novos grupos sociais trouxeram, em seu bojo,
princípios de reformas e ampliaram as tensões e os antagonismos. Além disso,
após a campanha vitoriosa na Guerra da Tríplice Aliança, observou-se a
indiferença da monarquia com o estamento militar, ocasionando a inevitável
aproximação das lideranças da caserna com as ideias propagadas pelo
positivismo, que defendia a república como forma de governo.
Nesse contexto, inspirado na atuação do nosso Patrono, o
Duque de Caxias, que dedicou sua vida a pacificar e unificar a Pátria, o
Marechal Manuel Deodoro da Fonseca assumiu a liderança do processo de
rompimento efetivo com o sistema monárquico de governo.
Na manhã do dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro,
então presidente do Clube Militar, à frente das tropas da guarnição do Rio de
Janeiro, depôs o Gabinete Ouro Preto, sem que houvesse necessidade de uso da
força. O Brasil acordou monarquista e foi dormir republicano. Jamais houve, na
história do País, uma ruptura política tão inesperada.
O Marechal emprestou sua autoridade e prestígio ao movimento
republicano. A inteireza de seu caráter, a confiança que inspirava em seus
irmãos de armas e, sobretudo, a extensa folha de serviços prestados ao Brasil,
na paz e na guerra, o credenciaram a assumir o cargo de primeiro Presidente da
nascente República do Brasil.
Assim, por intermédio do Marechal Deodoro e de expressiva
parte do Exército que o apoiou em 15 de novembro de 1889, falaram os
inconfidentes mineiros e baianos, os libertários pernambucanos de 1817 e 1824,
os rio-grandenses farroupilhas, os civilistas de São Paulo, os clubes
republicanos brasileiros, os abolicionistas, os militares e o povo.
A servidão do Soldado de Caxias pela liberdade, independência
e evolução do País permanece nos dias atuais e consolida-se na sua nobre missão
da defesa da Pátria, bem como da garantia dos Poderes Constitucionais, da lei e
da ordem, honrando o lema da República de “Ordem e Progresso”. Ao comemorarmos
a Proclamação da República, exaltamos o papel do Exército Brasileiro, que
compartilha as alegrias, as dores, os sonhos e as conquistas com o seu povo.
Com isso, espalhados por todos os rincões do território nacional, os militares
se orgulham de integrar uma instituição de Estado, coesa e totalmente integrada
à sociedade, e que preserva os mais caros valores e tradições da nossa
história!
Salve o 15 de novembro!
Salve o Marechal Deodoro da Fonseca!
Viva o Exército Brasileiro e a República do Brasil!
fonte Exército Brasileiro
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