A Rússia avaliou sua capacidade de realizar um ataque nuclear “massivo”, diz o Kremlin.
O exercício militar envolveu uma “resposta a um ataque nuclear inimigo”, disse o ministro da Defesa, Sergei Shoigu.
A avaliação ocorre no momento em que o parlamento da Rússia apoia a retirada da ratificação por Moscou do tratado global que proíbe todos os testes físicos de ogivas nucleares.
A Rússia e os Estados Unidos realizam simulações regulares de prontidão nuclear, e Moscou mantido suas simulações tradicionalmente no final de Outubro.
Os exercícios deste ano envolveram “um ataque nuclear massivo por forças ofensivas estratégicas em resposta a um ataque nuclear inimigo”, informou Shoigu ao Presidente Putin.
Um comunicado do Kremlin disse que ocorreram “lançamentos práticos de mísseis balísticos e de cruzeiro”.
Um míssil balístico intercontinental Yars foi disparado de um local de testes no extremo leste da Rússia, e outro míssil foi disparado de um submarino nuclear no Mar de Barents, disse o comunicado. O Ministério da Defesa divulgou imagens dos testes.
No início deste mês, Putin disse que a Rússia realizou um “teste bem-sucedido” de seu míssil de cruzeiro movido a energia nuclear.
A arma experimental, anunciada pela primeira vez em 2018, foi aclamada como tendo um alcance potencialmente ilimitado, mas o relato do Presidente Putin não foi confirmado de forma independente.
Os últimos testes serão vistos como uma demonstração de força que coincide com a desratificação por Moscou do tratado internacional de proibição de testes nucleares.
O Parlamento concluiu nesta quarta-feira (25) a aprovação de uma lei que retira a ratificação do tratado pela Rússia.
Putin apelou aos ministros para que apoiassem a mudança para refletir a posição dos Estados Unidos, que assinaram mas nunca ratificaram o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT).
O CTBT, acordado em 1996, proíbe “qualquer teste de explosão com armas nucleares ou qualquer outra explosão nuclear” em qualquer parte do mundo.
A Rússia empreendeu uma invasão em grande escala na Ucrânia em fevereiro do ano passado, levantando preocupações sobre a guerra nuclear.
Em Junho, a Rússia implantou um primeiro lote de armas nucleares táticas na Bielorrússia. Putin disse num fórum que elas só seriam usadas se o território ou estado da Rússia fosse ameaçado.
O governo dos EUA afirma que não há indicação de que o Kremlin planeje usar armas nucleares para atacar a Ucrânia.
Fonte: Reuters
tradução e adaptação Angelo Nicolaci
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