Na manhã desta terça-feira, 17 de outubro, foi iniciado no âmbito do adestramento de Operações de Paz, desenvolvido pela Marinha do Brasil em Itaóca (ES), a terceira fase deste importante exercício de adestramento em Operações de Paz, com o desdobramento no terreno do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais de Desativação de Artefatos Explosivos (GptOpFuzNav-DAE), também conhecido como Pelotão EOD (Explosive Ordnance Disposal), dando sequência as duas fases iniciais.
Três fases
A primeira fase, ocorreu no dia 14 de setembro, quando o Pelotão EOD foi ativado para dar inicio ao planejamento visando o exercício de Adestramento em Operações de Paz. Nessa ocasião, o Batalhão recebeu nove mulheres, que foram concentradas no BtlEngFuzNav, a fim de receberem o adestramento necessário para incorporarem no Grupamento para o treinamento, conhecido como “Green training”, que tem o propósito de simular situações reais, como a utilização de meios e pessoais para desminagem e desativação em uma zona de conflito. O pelotão é dividido em três componentes: Componente de Desativação de Artefatos Explosivos, Componente de Combate Terrestre e Componente de Apoio de Serviços ao Combate, além do seu Estado-Maior.
A segunda fase, ocorreu entre os dias 10 e 11 de outubro, onde os militares que compõem o PelEOD se concentraram no Centro de Operações de Paz de Caráter Naval do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), no Rio de Janeiro, para continuação do treinamento, conhecido como “blue training” que contém instruções especializadas sobre o funcionamento do Sistema ONU e o desdobramento de um Contingente de Tropa para uma missão de paz.
A terceira fase, que esta em andamento desde o dia 13 de outubro, e com previsão de conclusão nesta sexta-feira, 20 de outubro, a qual nosso editor Angelo Nicolaci tem acompanhado desde o dia 16 de outubro, é marcada pela prática de diversas atividades em campo, onde é seguido um Tema Tático, que inclui a montagem de uma base temporária, integrante de uma hipotética missão brasileira de paz no âmbito da ONU, mais precisamente em Calombolota, na província fictícia de Mahbec, contando com sua própria autonomia, inclusive com a produção de sua própria alimentação em cozinhas de campanha.
Nesse período o Pelotão EOD foi submetido a diversos cenários de emprego de suas capacidades em situações fictícias, onde foram testadas suas capacidades de planejamento e execução de tarefas em diversas aspectos de suas atribuições.
A primeira missão ocorreu ainda na manhã da terça-feira (17), momentos após ser declarado prontificado para ação em "Carana", o PelEOD enfrentou um cenário comum a zonas de atuação na África, sendo simulada uma situação em que um cidadão local foi vitimado por uma mina terrestre, e o PelEOD foi acionado para realizar a desminagem de combate para que fosse realizado o resgate do ferido.
Nesta ocasião, o PelEOD empregou uma variedade de equipamentos no estado-da-arte, que possibilitaram reproduzir em campo todos os protocolos e doutrinas de emprego de suas capacidades exatamente como ocorreria em situação real.
Este foi só o início de uma série de desafios que foram impostos aos homens e mulheres que compõe o PelEOD, que se depararam com a necessidade de realizar a desativação de explosivos improvisados (IED) sob fogo inimigo, desminagem humanitária, a fim de liberar a região para a utilização da população civil, desativação de artefatos explosivos em carro-bomba que estava sob controle de terroristas, dentre vários outros cenários, os quais serão explorados em outras matérias especiais.
O Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais de Desativação de Artefatos Explosivos (GptOpFuzNav-DAE)
O Corpo de Fuzileiros Navais vem numa espiral ascendente quanto ao treinamento do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais de Desativação de Artefatos Explosivos (GptOpFuzNav-DAE), que recebeu no ano passado a certificação de nível 1 no Sistema de Prontidão de Capacidades de Manutenção da Paz da ONU, e agora ter por objetivo a preparação da tropa para alcançar o nível 2 em meados de 2024.
O Grupamento é nucleado pelo Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFuzNav), Unidade subordinada ao Comando da Tropa de Reforço, mas possui militares e meios de diversas Organizações Militares da Marinha do Brasil, a fim de viabilizar todas as capacidades requeridas pela ONU.
O Pelotão EOD mantém uma rotina intensa de adestramentos, desde sua criação, devido as necessidades impostas por suas atividades, que requer um alto nível de preparo e prontidão. Essa gênese do Pelotão EOD, é de extrema relevância para que o mesmo atenda plenamente os requisitos exigidos pela ONU no escopo dos compromissos do Brasil junto a organização.
A participação do PelEOD neste exercício, visa o aperfeiçoamento das condições de pronto emprego, em locais e momentos oportunos, para desminagem e desativação de artefatos explosivos em missões específicas da ONU. Este pelotão é composto por 97 militares, sendo 10% do efetivo formado por mulheres. Além disso, possui muito meios, como viaturas pesadas e leves de transporte de tropa e comunicações, viaturas blindadas sobre rodas Piranha III-C, viaturas de socorro, viaturas cisternas de água e combustível, cães de guerra para faro de explosivos, incluindo veterinária, enfermaria com médico e enfermeiros.
Como parte integrante de uma Força da ONU, o papel fundamental das unidades EOD é anular as ameaças de minas e outros artefatos explosivos em apoio às operações de manutenção da paz, contando com militares especializadas e seus equipamentos, como trajes de desminagem, traje antibomba, detectores e robôs. Assim, contribuindo para a segurança de outras tropas desdobradas nas Operações de Paz, contribuindo para diminuir o sofrimento das populações locais devido aos artefatos explosivos remanescentes de guerras, ou de conflitos atuais.
Nós estamos preparando uma série de matérias especiais, afim de apresentar a você, essa importante capacidade de nossa Força Expedicionária Anfíbia, aguardem...
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