A solicitação, feita pelos suecos três meses após a invasão russa da Ucrânia, veio enfrentar resistência do presidente da Turquia, que acusou o país europeu de esforços insuficientes contra o que considerava "terrorismo".
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan , apresentou nesta segunda-feira (23) o pedido de adesão da Suécia a Otan no Parlamento Turco, em Ancara, para ratificação. Erdogan assinou o protocolo e encaminhou à Assembleia Nacional, segundas informações divulgadas pelo gabinete presidencial
A aprovação é considerada provável, já que a aliança do partido conservador AKP, liderada por Erdogan, tem maioria parlamentar. A medida foi bem recebida por Estocolmo, já que abre caminho para que a Suécia se junte à aliança militar ocidental.
Durante meses, a Turquia, assim como a Hungria, bloqueou a adesão da Suécia à OTAN, que só recebe novos países-membros após aprovação de todos os integrantes do grupo.
O bloqueio foi justificado pelos turcos devido aos “esforços insuficientes” dos suecos contra o que classifica como “terrorismo”. A Turquia acusa a Suécia de abrigar grupos terroristas, incluindo militantes curdos considerados ilegais por Ancara e, por isso, ainda não havia dado o aval para o país ingressar na aliança atlântica.
A Türkiye e a Hungria são os únicos Estados-membros da Otan que ainda não ratificaram a proposta da Suécia.
Terminando dois séculos de neutralidade e não alinhamento militar, a Suécia e a Finlândia anunciaram propostas para ingressar na Otan em maio de 2022, três meses depois de a Rússia invadir a Ucrânia .
Enquanto a candidatura da Suécia segue em andamento, a Finlândia conseguiu se tornar o 31º membro da Otan em 4 de abril deste ano.
Suécia comemora, mas não há prazo
O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, saudou a novidade e disse que Estocolmo espera se tornar membro da Otan o quanto antes: “Agora resta ao Parlamento lidar com a questão”, escreveu Kristersson na plataforma X, antigo Twitter .
No entanto, não há um prazo definido para a ratificação. O projecto de lei será colocado na pauta da comissão de relações exteriores do Parlamento, que terá de ser aprovado antes de poder ser enviado à Assembleia Geral para ratificação.
A Turquia, que é o segundo maior exército da OTAN, há muito tempo busca a aprovação do Congresso dos EUA para uma venda à Turquia avaliada em US$ 20 bilhões envolvendo caças F-16 e kits de modernização. Erdogan já havia previsto a candidatura da Suécia à Otan ao apoio americano.
Promessa feita em julho
A mudança de boato em relação à questão sueca ocorreu em julho deste ano . Na época, durante uma cúpula, Erdogan prometeu enviar o pedido de adesão assim que o Parlamento reabrisse, em 1º de outubro.
Desde que o Parlamento reabriu, porém, as autoridades turcas têm insistido para que Estocolmo tome medidas mais concretas para reprimir o que Ancara considera uma milícia proibida, com membros ligados ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). O partido é considerado uma organização terrorista pela Turquia, pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos.
"O Protocolo de Adesão da Suécia à Otan foi assinado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan em 23 de outubro de 2023 e encaminhado à Grande Assembleia Nacional da Turquia", escreveu o gabinete da presidência na plataforma X.
Fonte Deutsche Welle
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