sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Divisão de Defesa da Boeing enfrenta grave crise


A divisão de defesa da Boeing enfrenta desafios maiores do que o inicialmente previsto, passando por problemas de fornecedores e os altos custos de produção resultando em perdas de aproximadamente 1,7 bilhão de dólares em 2023. Isso afetou programas importantes, como o Air Force One e a cápsula Starliner da NASA.

Embora a empresa tenha absorvido 4,4 bilhões de dólares em perdas em 2022 para mitigar riscos futuros, a divisão de defesa da Boeing não apresentou melhorias significativas neste ano. As perdas em 2023 superam as de qualquer ano desde 2014, com base em análises de documentos da Boeing pela agência de notícias Reuters.

Diferentemente de outras empresas de defesa, como a Lockheed Martin, General Dynamics e RTX (RTX.N), que estão lucrando com a demanda gerada pela guerra na Ucrânia, a Boeing está presa a contratos que a obrigam a arcar com prejuízos quando os custos de desenvolvimento ultrapassam o orçamento.

As perdas da divisão de defesa incluem encargos no terceiro trimestre de 933 milhões de dólares, sendo 482 milhões referentes à construção de duas aeronaves Air Force One e outros 315 milhões destinados a um programa de satélite não identificado.

A Boeing anunciou planos de implementar novos treinamentos e alocar recursos para fornecedores, com o objetivo de transformar as margens negativas astronômicas em margens de um dígito até 2026, quando seus programas problemáticos devem se tornar mais estáveis.

Analistas, no entanto, questionam por que a Boeing demorou tanto tempo para adotar medidas para melhorar a execução. As ações da Boeing caíram 6% este ano, em comparação com o ganho de 9% do S&P 500.

Um dos principais desafios da Boeing são os contratos de desenvolvimento de preço fixo, que representam 15% da receita do programa de defesa da empresa. Esses contratos obrigam a Boeing a cobrir todos os custos que ultrapassam um limite acordado. A empresa enfrenta dificuldades para compensar esses encargos financeiros.

A Boeing se recusou a celebrar novos contratos de preço fixo para a fase de desenvolvimento de armas, argumentando que a imprevisibilidade nessa etapa frequentemente gera custos inesperados. No entanto, os programas em desenvolvimento continuam a exceder os orçamentos, incluindo o Air Force One e o MQ-25.

Enquanto alguns programas, como o KC-46 e o T-7, parecem estar se estabilizando, programas caros e de baixo volume, como o Air Force One e o MQ-25, representam desafios significativos. A Boeing está buscando contratos para caças de próxima geração e drones de última geração como uma estratégia para enfrentar esses desafios.


GBN Defense

com informações da Reuters

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