terça-feira, 10 de outubro de 2023

BAE Systems testa com sucesso o M109-52, um M109 modificado com L52


A BAE Systems disparou com sucesso obuses de 155 milímetros a partir de um SPH (obuseiro autopropulsado) M109 modificado com um canhão Rheinmetall L52, mantendo o calibre 155 mm mas usando um cano com 52 calibres (8,06 m) de comprimento.

O M109-52 é uma atualização significativa, de baixo risco e de alto desempenho para o atual cano de 39 calibres (6,05 m) e fornece o alcance adicional necessário em operações de combate em larga escala.

“Demonstramos que o sistema integrado do M109-52 é uma solução viável para as necessidades de modernização de disparos de precisão de longo alcance”, disse Dan Furber, diretor de Produção de Veículos Terrestres do negócio de Sistemas de Missão de Combate da BAE Systems. “A integração desses dois sistemas de artilharia altamente capazes e comprovados proporciona projetos estáveis ​​e desempenho previsível.”

O teste, realizado em Camp Ripley, Minnesota, comprovou a compatibilidade do canhão L52 com a plataforma M109A7 durante o exercício de tiro real. A BAE Systems planeja realizar testes adicionais em 2024, que destacarão o alcance estendido de uma variedade de projéteis. 

A capacidade da BAE Systems de integrar o comprovado M109 com plataformas de canhões comprovadas como o L52 proporcionará rapidamente interoperabilidade expandida no primeiro dia com parceiros no campo de batalha. O canhão de artilharia L52 é usado por nove forças de artilharia tática da OTAN e de nações parceiras aliadas.

Interessante para o Exército Brasileiro?

Esta proposta de upgrade da BAE Systems aparece em um momento em que, ante os aprendizados da Guerra Russo-Ucraniana, o maior alcance da Artilharia vem se mostrando essencial, e há vários programas voltados a criar sistemas de maior alcance.

Um deles é o ERCA, dos EUA, que também é baseado no M109 mas propõe mudanças bastante extensas, e portanto envolve custos e riscos tecnológicos elevados.

A proposta da BAE, embora menos ambiciosa e capaz que o ERCA, oferece menos riscos e custos, combinando dois sistemas comprovados em combate. O canhão em questão é o mesmo usado no PzH 2000, que vem se demonstrando bastante eficiente nos combates na Ucrânia, com alcance mais do que suficiente para vencer a maioria dos duelos com sistemas russos.

O Brasil opera o M109 com canhão L39, e com certeza é interessante ficarmos atentos em programas como este, que prometem trazer um aumento interessante nas capacidades a custos relativamente reduzidos.


Por Renato Henrique Marçal de Oliveira - Químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel)

Com informações da BAE Systems

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