O Sistema Aéreo Autônomo (SAA) bimotor HCMC desenvolvido pela W Autonomous Systems (WAS) voou da Península Lizard para o convoo do HMS Prince of Wales, na costa da Cornualha, entregou suprimentos e depois voou de volta em um voo marcante que aponta o caminho para o futuro da aviação naval.
É um passo vital no caminho para operar aeronaves autônomas com segurança ao lado de aeronaves F-35 Lightning e dos helicópteros navais Merlin e Wildcat, que atualmente são a espinha dorsal do Fleet Air Arm.
O objetivo é implantar drones com um Grupo Tarefa do Reino Unido no futuro, utilizando-os para transferir provisões e suprimentos, como correio ou peças sobressalentes entre navios, sem a necessidade de lançar helicópteros.
Os drones são mais baratos de operar, eliminam qualquer risco potencial para a tripulação, como em caso de mau tempo, e mantêm os Merlins e Wildcats de alta tecnologia livres para missões operacionais, como a caça de submarinos hostis ou navios de superfície que são ameaças ao grupo tarefa do porta-aviões.
O HMS Prince of Wales já experimentou a tecnologia de drones antes, notavelmente pequenos quadricópteros e alvos Banshee, que são pequenos jatos que são lançados por catapulta e usam paraquedas para pousar quando a missão é concluída.
Mas os testes realizados com o SAA da WAS estão em um nível diferente, envolvendo uma aeronave autônoma muito maior, com dez metros de envergadura, e apresentando maior capacidade.
A Royal Navy uniu forças com a WAS, com sede em Southampton, uma empresa britânica de ponta que está desenvolvendo sistema aéreos autônomos de longo alcance e de carga pesada para atender as necessidades de defesa.
Os drones incorporam um sistema de piloto automático inovador, eliminando a necessidade de serem controlados remotamente por pilotos treinados, e são projetados para operar nos ambientes mais desafiadores.
Sua aeronave bimotor HCMC de liga leve e calda dupla é capaz de transportar uma carga útil de 100 kg por até 1.000 quilômetros (620 milhas). Crucialmente, ele pode pousar em terreno irregular e precisa de uma pista de apenas 150 metros de comprimento para pousar ou decolar.
Após extensos preparativos em terra pela equipe combinada de testes da Royal Navy e da WAS, e obtendo endossos e autorizações da Autoridade de Aviação Civil, o drone HCMC decolou de Predannack, no campo de aviação RNAS Culdrose, e após um voo de cerca de 20 minutos, pousou em segurança no convoo do HMS Prince of Wales.
Depois que sua carga simbólica foi removida pela tripulação, a aeronave foi virada e relançada de volta a Predannack.
O capitão Richard Hewitt, comandante do HMS Prince of Wales, disse: “O HMS Prince of Wales é um porta-aviões de quinta geração e a operação de drones autônomos como este se tornará a norma em todos os futuros grupos tarefa de porta-aviões da Royal Navy em nossa vida útil de 50 anos.
“Estamos todos orgulhosos aqui no HMS Prince of Wales por alcançar um marco fantástico para todos os envolvidos, e o primeiro de muitos nesta implantação para moldar o futuro da inovação do Royal Naval Carrier Strike enquanto nos preparamos para a implantação em 2025.
O Tenente Ash Loftus, liderando os testes a bordo do HMS Prince of Wales, acrescentou: “A demonstração de hoje é o culminar de 18 meses de trabalho árduo de dezenas de pessoas da Royal Navy e da WAS. A aviação embarcada está entre os aspectos mais difíceis da guerra naval e este sucesso é uma prova dos seus esforços.”
Stephen Wright, presidente executivo e fundador da W Autonomous Systems, disse: “Este pouso demonstra a agilidade do nosso drone autônomo. Estamos extremamente orgulhosos de realizar com sucesso este teste inovador para a Royal Navy e mostrar o futuro da aviação.”
Charles Scales, co-fundador da W Autonomous Systems, acrescentou: “Aterrissar em um porta-aviões navegando foi o teste final, e nosso drone autônomo HCMC de carga pesada passou com louvor”. Os testes ao largo da Cornualha foram a primeira etapa de um programa que expandiu os limites da aviação naval para o maior navio de guerra da Grã-Bretanha.
O HMS Prince of Wales estará operando na costa leste dos EUA até o Natal, enquanto conduz testes com caças F-35 Lightning, aeronaves Tilt-Rotor MV-Osprey e o drone Mojave.
Royal Navy - Tradução e Adaptação: Angelo Nicolaci
Nota: O HCMC da WAS é uma interessante solução a ser analisada para futuro emprego no NAM Atlântico, exibindo interessantes características de emprego, porém, exige uma analise apurada de custo/benefício e complexidade operacional
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