sábado, 5 de agosto de 2023

"Operação Formosa 2023" - Estamos em campo, confira o que vem pela frente

 


Este ano o GBN Defense embarcou mais uma vez rumo á Formosa (GO), onde nosso editor Angelo Nicolaci, rumou para o Centro de Instrução de Formosa (CIF), afim de acompanhar desde o início a edição deste ano da maior e mais complexa manobra de adestramento realizada anualmente pela Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), a famosa "Operação Formosa", que nesta edição trás muitas novidades e desafios, os quais você que nos acompanha, irá conhecer conosco.


Chegamos as instalações que ocuparemos no período do exercício, no final da manhã desta sexta-feira (4), após cruzarmos três estados e o Distrito Federal, acompanhando o contingente que partiu na tarde da última quinta-feira (3), e já desembarcamos em campo produzindo conteúdo ímpar sobre esta manobra que está sendo marcante pelo alto nível de interoperabilidade entre a Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira, os quais irão proporcionar aos participantes a capacidade de exercitar uma manobra de ultrapassagem. Mas o que é uma manobra de ultrapassagem? Vamos explicar. 

Manobra de Ultrapassagem

Vamos explicar de maneira objetiva e simples para que todos possam compreender a dinâmica de uma "Manobra de Ultrapassagem", e para isso, é preciso começar por onde tudo começa, a projeção do poder anfíbio sobre terra, e isso é feito em etapas, as quais serão melhor aprofundadas em artigos posteriores, pois temos a etapa de planejamento, que inclui o reconhecimento do terreno e posições inimigas através da inserção de elementos de Operações Especiais, no nosso caso esse papel é desempenhado pelos Comandos Anfíbios, o famoso Batalhão Tonelero, que é o primeiro componente a entrar em campo, sendo primordial para o sucesso do desembarque anfíbio, uma vez que cabe a esta força de elite realizar todo levantamento de informações, identificando posições inimigas e as marcando para que sejam neutralizadas.


Foto: Angelo Nicolaci

Após o trabalho dos Comandos Anfíbios, é lançado um ataque afim de neutralizar as posições inimigas, com objetivo de diminuir o potência ofensivo desta força oponente ao desembarque. Então, entra em cena na primeira vaga do desembarque anfíbio, o avanço dos Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf), que proporcionarão o primeiro contato da força de desembarque com a cabeça de praia a ser estabelecida, estes por suas características de proteção blindada, mobilidade e poder de fogo, tem o papel de desembarcar em pontos estratégicos nossos combatentes anfíbios, afim de estabelecer um perímetro seguro para o desembarque dos demais meios, e realizar uma ação de choque.

Foto Angelo Nicolaci

Na sequência da chegada dos CLAnfs, é a vez das viaturas blindadas de transporte de pessoal Mowag Piranha IIIC, que levam a bordo a infantaria, apoiadas pelos carros de combate SK105, que irão prover maior poder de fogo, capazes de contrapor a ameaça representada por viaturas blindadas inimigas, sendo dotado de um canhão de 105mm.


Foto: Angelo Nicolaci

Consolidada a primeira linha de cabeça de praia, é hora de desembarcar mais meios e pessoal, os quais terão o papel de avançar no terreno, afim de estabelecer a "Linha de Defesa da Cabeça de Praia", está varia de acordo com o poder de resposta da artilharia inimiga, sendo responsável por criar uma zona de defesa, na qual o Exército possa desembarca administrativamente sem o risco de ser alvejado pela artilharia inimiga, proporcionando ao mesmo uma zona segura onde possa se organizar após o desembarque e iniciar o avanço no terreno. Essa linha de defesa como já dito, depende do alcance efetivo da artilharia inimiga, e para efeito de exercício, vamos colocar em 20km.


Só após toda essa ação do conjugado anfíbio, a Força que Vem do Mar, a força terrestre poderá desembarcar e avançar no terreno inimigo. É então que é realizada a "Manobra de Ultrapassagem", explicando a grosso modo e de forma objetiva. Na "Manobra de Ultrapassagem, o Exército avança até a posição consolidada pela Força Anfíbia e assume a posição, avançando até seus objetivos pré estabelecidos. Neste momento, a Força Anfíbia retrai, assumindo a retaguarda e garantindo a cabeça de praia.

Voltando a nossa missão 

Agora que explicamos um pouco sobre a Manobra de Ultrapassagem, voltamos a falar desta edição da Operação Formosa, que neste ano terá a participação de 50 militares norte americanos, oriundos do USMC, além de observadores alemães, espanhóis, bolivianos, sul-africanos, franceses, italianos e pela primeira vez chineses.

Foto Exército Brasileiro 

Entre as novidades, temos o debute das modernas viaturas blindadas leves sobre rodas 4x4 JLTV, a participação de uma Força Tarefa Blindada, composta por carros de combate M60, M113 e Guarani pertencentes ao Exército Brasileiro. O emprego de SARPs do EB, aeronaves HM-1 Pantera da Aviação do Exército, dentre diversos meios deslocados para este que será o maior exercício conjunto do tipo já realizado em Formosa.

O desafio logístico

Apesar de oficialmente ter iniciado nesta sexta-feira (4), onde já foram realizados exercícios de tiro com os carros de combate M60 do Exército Brasileiro, a "Operação Formosa" teve início, com a movimentação de meios e pessoal sob responsabilidade do Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais, que teve o desafio de planejar e executar toda logística envolvendo a Força de Fuzileiros da Esquadra, com o primeiro grupamento de marcha partindo do Rio de Janeiro rumo a Formosa em 30 de junho, percorrendo mais de 1.300km de estradas, cruzando quatro estados e o Distrito Federal. Para isso, foram estabelecidos dois pontos de apoio logístico, os famosos Destacamento de Apoio de Serviço ao Combate (DASC), estrutura que nosso editor conhece bem, já tendo utilizado a estrutura durante seu deslocamento acompanhando o Grupamento de Marcha para Formosa em 2021, e este ano para Furnas.


Ao DASC cabe prover todo apoio necessário para os grupamentos de marcha (comboios), disponibilizando abrigo e segurança para o pernoite dos militares em deslocamento, manutenção e reparo das viaturas componentes do grupamento de marcha e o abastecimento das mesmas para que prossigam o seu percurso até o seu destino.

A logística é o ponto chave de qualquer operação militar, seja ela combativa ou de ação subsidiária, proporcionando a Força de Fuzileiros uma real capacidade expedicionária, a qual é parte de sua gênese, assim o Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais, faz jus ao seu lema: “Logística Adequada é Poder de Combate.”

O Exército Brasileiro também realizou um grande esforço logístico, esse coube ao 18º Batalhão de Transporte (18º B Trnp), que realizou entre os dias 29 de julho e 1º de agosto, um complexo trabalho logístico, com o transporte estratégico de uma Força Tarefa Blindada do 20º Regimento de Cavalaria Blindado (20º RCB), que irá compor os meios empregados pelo Exército Brasileiro na "Operação Formosa 2023", percorrendo mais de 1.175km entre Campo Grande-MS e Formosa-GO.


A "Operação Formosa" está apenas começando, então fique antenado, pois estamos em campo, e vamos trazer um conteúdo ímpar, com informações e conhecimentos sobre este importante exercício.


Por Angelo Nicolaci

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