Muito se cobra no que diz respeito do combate ao
crime organizado transfronteiriço, principalmente na região amazônica. E
recentemente o Comando Militar da Amazônia divulgou alguns números do balanço
da "Operação Ágata Amazônia", que se encerrou no último dia 2 de
junho.
Após dois meses de planejamento e levantamentos de
informações, militares das três Forças Armadas engajados na "Operação
Ágata Amazônia" desferiram um duro golpe as finanças do crime
organizado naquela região do Brasil, resultando no prejuízo milionário de mais
de 400 milhões de reais às organizações criminosas que atuam na Amazônia.
Segundo divulgado, no período de 15 dias, o narcotráfico
perdeu mais de 80 milhões em apreensão de drogas, o garimpo ilegal sofreu a
perda de 51 dragas, além da detenção de 8 envolvidos nas atividades de
extração ilegal. O prejuízo infligido ao garimpo ilegal chega a casa dos 364,6
milhões de reais, somando as dragas avaliadas em 84,6 milhões e a
interrupção do garimpo que pode superar a casa dos 280 milhões.
A operação interagências, intensificou o combate ao crime
organizado na região de fronteira e interior da Amazônia, uma verdadeira guerra
que vem sendo travada contra o narcotráfico e o garimpo ilegal.
Os resultados da "Operação Ágata Amazônia",
apontados pela Inteligência do Exército, demonstram uma acentuada redução das
práticas ilegais em toda a região, um reflexo da presença intensificada das
Forças Armadas e instituições de segurança pública estaduais e federal na ação
que impacta as atividades do crime organizado na região.
Um dos reflexos imediatos das ações realizadas na guerra contra o crime organizado, foi o registro da suspensão das atividades em garimpos ilegais, o que ficou evidenciado pelo aumento na procura por hospedagem, por garimpeiros que abandonaram as áreas de exploração. Estima-se que a interrupção do garimpo tenha impedido o desmatamento de aproximadamente 532,5 hectares de floresta, bem como o derramamento de 177,5 quilos de mercúrio nos rios. As Forças Armadas levaram os garimpeiros a abandonarem materiais e áreas de exploração, e imagens feitas por satélites já demonstram uma mudança na coloração das águas do Rio Puruê graças às ações da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea.
A Operação Ágata Amazônia empregou mais de 1.300 militares
das Forças Armadas, seis navios e 9 embarcações menores, além de dez aeronaves.
Os militares contaram ainda com a cooperação de 42 agentes de nove diferentes
instituições encarregadas da segurança e da proteção ao meio ambiente.
Com objetivo de combater crimes transfronteiriços e
ambientais, a "Operação Ágata Amazônia", tem intensificado
a presença do Estado Brasileiro na faixa de fronteira. Coordenada pelo
Ministério da Defesa e levada a cabo pela Marinha do Brasil, Exército
Brasileiro e Força Aérea Brasileira, que atuam em cooperação com órgãos
federais, estaduais e municipais, além de agências governamentais, realizam uma
verdadeira operação de guerra ao crime organizado, que infelizmente não tem seu
resultado devidamente divulgado pelas grandes emissoras e mídias.
Esta verdadeira operação de guerra que conta com a atuação
das Forças Armadas Brasileiras, Agência Brasileira de Inteligência (ABIN),
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM),
FUNAI, Ibama, ICMBio, Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar, são um
exemplo de como é possível com planejamento e investimento em segurança e
defesa, se obter resultados plausíveis no combate aos crimes transfronteiriços.
Existe uma enorme lacuna nas capacidades tecnológicas e
materiais, tanto de nossas Forças Armadas, como nas instituições responsáveis
pela segurança pública, e isto demanda um debate sério sobre a
real importância de se garantir recursos orçamentários destinados ao
reaparelhamento das três instituições militares brasileiras, bem como um
planejamento estratégico e continuado de ações como a "Operação
Ágata", assim garantindo um efetivo controle de nossas fronteiras,
estrangulando o narcotráfico e o crime organizado como um todo, incluindo o
garimpo e a extração ilegal de madeira nestas regiões críticas.
Existem diversos sistemas e tecnologias avançadas disponíveis no mercado de segurança e defesa, muitos dos quais produzidos pela nossa Base Industrial de Defesa (BID), porém, falta orçamento para aquisição e incorporação destes modernos meios, com os quais, seria possível obter um resultado ainda melhor no combate aos crimes transfronteiriços, provendo maior eficiência as atividades de inteligência e operativas, tanto no âmbito das Forças Armadas, como das instituições de segurança pública. Se faz urgente o debate e a criação de um programa nacional visando a capacitação técnica e obtenção de meios que possibilitem uma maior eficácia no controle de nossas fronteiras e de regiões desafiadoras como a amazônica. Pois existem diversos programas estratégicos com este foco em nossas três forças, porém, a ausência de recursos orçamentária para sua implementação, acaba impactando diretamente em nossa capacidade de resposta as necessidades.
Durante a "Operação Ágata Amazônia", foram
realizadas em paralelo as atividades de combate ao crime organizado, ações
sociais e de assistência hospitalar em benefício das comunidades da região, com
mais de 1.500 atendimentos médicos e odontológicos prestados a comunidades
indígenas e ribeirinhas. Estas ações cívico sociais devem ser uma
constante nestas regiões tão carentes da presença do Estado, o que pode
influenciar positivamente no médio e longo prazo na conscientização da
população local e no fortalecimento da lei e da ordem nestas regiões.
Por Angelo Nicolaci
com informações e imagens do CMA e MD
GBN Defense - A informação começa aqui
Muito bom e é realmente importante que o cidadão seja informado dessas atividades das forças armadas
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