quarta-feira, 31 de maio de 2023

Missão de Paz - Tropa de Reforço celebra 75 anos de atuação de Peacekeepers em prol da paz mundial

 


Na última segunda-feira, 29 de maio, o mundo comemorou o Dia Internacional dos Mantenedores da Paz, ou “peacekeepers”, como também são conhecidos estes homens e mulheres de diversas nacionalidades que se empenham em promover a paz através das missões de paz capitaneadas pela Organização da Nações Unidas (ONU). Essa data comemorativa, nos remete ao final da década de 40, quando no dia 29 de maio de 1948, os primeiros boinas-azuis, sob a bandeira da ONU, foi destacada assim a primeira Missão de Paz das Nações Unidas, constituída por tropas de países não envolvidos na disputa, para monitorar o cessar-fogo, evitar novos conflitos e supervisionar os Acordos de Paz da guerra árabe-israelense ocorrida naquele ano.

A primeira participação brasileira ocorreu ainda em 1947, com o envio de observadores militares no conflito ocorrido na região dos Balcãs, como integrante da Comissão Especial da ONU nos Balcãs (UNSCOB). Desde então, militares brasileiros participaram em mais de trinta missões de Paz. A mais duradoura foi na região do Canal de Suez, ocorrida entre 1957 até 1967, como integrante da Força de Emergência das Nações Unidas (UNEF). Mas com certeza, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), foi um marco na história de participações brasileira no âmbito das Missões de Paz da ONU.


Na manhã desta terça-feira, 30 de maio, foi realizada cerimônia alusiva aos 75 anos de atuação dos “Peacekeepers” em prol da paz mundial, a qual ocorreu no Complexo Naval da Ilha das Flores (CNIF), onde o Comando da Tropa de Reforço promoveu o evento que contou com a presença de várias gerações de “Peacekeepers” brasileiros, onde estiveram presentes o Almirantado e comandantes de diversas Organizações Militares (OM) do Corpo de Fuzileiros Navais da marinha do Brasil, que celebraram e homenagearam os mantenedores da paz de todos os tempos.


Na Ordem do Dia, foi destacado pelo Comandante de Operações Navais (CON), Alte.Esq Wladmilson BORGES de Aguiar, a importância desta solene data para Marinha do Brasil, e fazemos questão de reproduzir aqui suas palavras:

“Aos vinte e nove dias do mês de maio, comemoramos o Dia Internacional dos Mantenedores da Paz das Nações Unidas, data de notável importância para a Marinha do Brasil. Cumpre mencionar que tal solenidade faz referência à missão pioneira da ONU, ocorrida em 29 de maio de 1948, ocasião em que observadores militares foram enviados pelo Conselho de Segurança ao Oriente Médio, para monitorar o armistício entre Israel e os países árabes adjacentes, em uma missão denominada Organização de Supervisão de Tréguas das Nações Unidas (UNTSO).

Destaca-se que as operações de paz da ONU remetem aos acontecimentos pós Segunda Guerra Mundial, contexto de criação de um novo instrumento de segurança coletiva para a promoção de um ambiente internacional estável. Dentre as operações com a participação do Brasil, é oportuno apontar a atuação da Marinha do Brasil na Grécia, em 1947, onde tomou parte na Comissão das Nações Unidas para os Bálcãs, com o envio de um observador militar naval junto a dois observadores militares das demais forças singulares. Ademais, ressalta-se a participação brasileira direta, em uma operação de paz, por meio do envio de tropas, para integrar a Força Interamericana de Paz (FIP), na República Dominicana, em 1965.

Cumpre referenciar, ainda, a presença de militares brasileiros nas Forças de Paz na África do Sul, Angola, Bósnia, Camboja, Canal de Suez, Chipre, Costa do Marfim, Croácia, El Salvador, Etiópia/Eritreia, Guatemala, Guiné-Bissau, Haiti, Iêmen, Índia-Paquistão, Irã, Iugoslávia, Libéria, Macedônia, Moçambique, Nepal, Nicarágua, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Saara Ocidental, Sérvia, Sudão, Sudão do Sul, Timor-Leste e Uganda Ruanda. No século atual, destacam-se as participações na Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) e na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH).

Na UNIFIL, coube à Marinha exercer o Comando da Força-Tarefa Marítima por, aproximadamente, dez anos, oportunidade em que coordenou a execução de Operações de Interdição Marítima (MIO) na costa do Líbano, conforme estabelecido pela Resolução 1701, do Conselho de Segurança da ONU, com um Almirante brasileiro no seu comando. Nesse ambiente multinacional, mostramos nossa bandeira, em conjunto com as Marinhas amigas, tais como a da Alemanha, de Bangladesh, da Grécia, da Indonésia e da Turquia. Tal missão ainda impôs o importante desafio logístico de manter meios operando por mais de oito meses, a cerca de 5.500 milhas náuticas de distância da sede.

Na MINUSTAH, por sua vez, a liderança do Brasil em operações de paz robustas atingiu uma nova proporção durante os treze anos de comando brasileiro, ao testar toda a capacidade logística e o nível de aprestamento de nossas tropas, o que resultou em evoluções fundamentais na nossa doutrina, investimento em equipamentos de defesa e aperfeiçoamento dos sistemas logísticos.

Ao todo, a trajetória de atuação do Brasil em operações de paz se estende por mais de 70 anos. No decorrer desta singradura, foi grande a evolução ocorrida na qualificação do nosso pessoal e na modernização dos nossos meios. As experiências acumuladas podem ser observadas nas capacidades atuais do Centro de Operações de Paz de Caráter Naval (COpPazNav), responsável por conduzir cursos, estágios e seminários, nacionais e internacionais.

Dentre esses, destacam-se os três cursos internacionais certificados pela ONU: o Curso de Força-Tarefa Marítima; o Curso de Unidades Ribeirinhas; e o Curso de Inteligência. Cabe ressaltar o sucesso alcançado pelos sucessivos Estágios de Operações de Paz para Mulheres, os quais têm cumprido a importante tarefa de formar efetivos para compor as missões de paz, ao mesmo tempo em que incentiva e desmistifica a importante participação feminina neste tipo de atividade. O avanço mais recente do COpPazNav tem sido sua participação em treinamentos especializados no exterior, conforme experiência recente ocorrida na Coréia do Sul.

A competência e o profissionalismo de nossos homens e mulheres militares materializam-se com a inédita certificação, pela ONU, do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais de Força de Paz de Reação Rápida no Nível III do Sistema de Prontidão de Capacidades de Manutenção da Paz das Nações Unidas, o qual permite à Força Naval dispor da primeira tropa do Estado brasileiro a atingir distinto patamar de excelência. Faz-se oportuno referir a inclusão do Pelotão Explosive Ordnance Disposal (EOD) no Nível I do mesmo sistema, um destacamento que poderá compor as diversas missões de desminagens com o objetivo de detectar, identificar, realizar avaliação no local, resguardar, recuperar e desativar artefatos explosivos não acionados.

Deste modo, em data festiva e honrosa, celebramos nossos bravos militares - marinheiros e fuzileiros navais - homens e mulheres do passado, de hoje e de sempre, voltados para os objetivos comuns de manter a paz e construir um futuro mais seguro para as próximas gerações. São os vossos esforços que orgulham e honram a memória daqueles que sacrificaram suas vidas e conquistaram o respeito e admiração internacional de nossas Forças Armadas.

 

PARABÉNS AOS MARINHEIROS E FUZILEIROS DA PAZ!

VIVA À MARINHA! ”.

 


Estivemos presentes na figura de nosso editor, Angelo Nicolaci, que acompanhou a solenidade e prestou homenagem aos nossos Mantenedores da Paz de ontem, hoje e sempre.

Nossos eternos agradecimentos a esses homens e mulheres, que deixam suas famílias e partem para onde e quando se faça necessário levar a paz e estabilidade, arriscando suas vidas por um mundo melhor.

Parabéns a todos Peacekeepers por seu honrado sacrifício.



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