Na última quarta-feira (7), parlamentares na Austrália questionaram a escolha do C-130J "Super Hercules" pela Real Força Aérea Australiana (RAAF) para substituir as vetustas células dos C-130J em operação no país. Durante uma audiência do Senado australiano, a seleção precipitada do cargueiro norte americano foi questionada, resultando na convocação do Marechal do Ar Robert Chipman, comandante da RAAF, para prestar os esclarecimentos sobre tal escolha.
Durante a audiência, o comandante da RAAF alegou que o C-130J seria o único no mercado que atebde aos requisitos australianos, algo muito curioso, uma vez que dentre os concorrentes está o principal rival do Hércules hoje neste nicho, o brasileiro C-390 da Embraer.
A RAAF realizou estudos considerando além da aeronave brasileira, o europeu Airbus A400M, e o japonês Kawasaki C-2, estes dois últimos estando acima da categoria em que se encontra o C-130J e o C-390 Millennium.
Quando indagado sobre os requisitos que definiram pela escolha da aeronave norte americana, o comandante da RAAF se recusou a detalhar os requisitos que determinaram a escolha do Hercules e como a análise das aeronaves foi conduzida.
É curioso como o C-130J superou o C-390, uma vez que o brasileiro supera com margem o Hércules em inúmeras caracteristicas, fazendo tudo que o Hércules faz, melhor, mais rápido e com menor custo. Isso se dá principalmente pelo fato que o mesmo foi desenvolvido justamente para substituir com melhor desempenho o vetusto cargueiro americano. Onde o novo cargueiro brasileiro já conquistou tradicionais operadores do Hércules, como Portugal, Hungria e Holanda, além de estar substituindo gradativamente o C-130 no Brasil.
O programa de renovação da frota da RAAF tem como objetivo a aquisição de 30 novas aeronaves, com a escolha tendo recaído sobre o C-130J, sendo seis aeronaves na variante com capacidade REVO KC-130.
O acordo ainda depende da aprovação do governo australiano, o que pode sofrer ainda uma reviravolta no parlamento, uma vez que a proposta brasileira oferece uma aeronave mais moderna e capaz, com custo de aquisição e da hora de voo muito mais atraente que o apresentado pelo Hércules. Tal decisão deve ser anunciada em 2023 e ainda há esperança de uma mudança favorável a Embraer, apesar da forte influência do governo dos EUA na venda do Hércules, sendo a Austrália um aliado de longa data e um tradicional cliente da indústria de defesa norte americana, este específicamente pode ter sido o fator determinante na escolha.
Segundo o cronograma da RAAF, a entrega das novas aeronaves deverá ocorrer por meados de 2029.
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