domingo, 20 de novembro de 2022

Colisão entre A320neo e um caminhão dos bombeiros no Peru, uma análise do acidente


Na última sexta-feira (18) um acidente grave fechou o aeroporto de Lima no Peru, quando uma aeronave Airbus A320Neo operada pela LATAM, percorreu a pista em chamas após colidir com um veículo dos bombeiros que cruzou a pista inadvertidamente no momento em que a aeronave iniciava sua corrida para decolar.

O acidente resultou na morte de dois homens do Corpo de Bombeiros Aeronáuticos e um ferido em estado grave na pista, entre os 102 passageiros e tripulantes, não foi registrado nenhum óbito, mas 36 pessoas se feriram, sendo 4 em estado grave. 


Ainda não se sabe o motivo pelo qual a viatura dos bombeiros cruzou a pista no momento da decolagem, ao que tudo indica houve uma grave falha na comunicação e nos procedimentos de segurança naquele episódio, resultando na perda de duas vidas e um grande estrago.


Nosso editor atuou durante algum tempo na aviação civil, onde operou na rampa (pista) dos aeroportos Santos Dumont (SDU) e Tom Jobim (GIG), ambos no Rio de Janeiro, e comenta sobre a grave falha na segurança e procedimentos que resultou neste grave acidente:

"Todos que trabalham em operações de solo na rampa dos aeroportos, passam por diversos cursos de capacitação, em especial no que tange a segurança operacional, e ver um acidente como esse, é algo quase que inacreditável, pois existem várias regras e procedimentos para o trânsito de viaturas nos aeroportos, principalmente no cenário em que ocorreu o acidente", e continua, "não é permitido o trânsito pelas "taxi ways" e muito menos nas pistas sem a prévia autorização da torre de controle, e mesmo com essa autorização, existe um limite de velocidade e procedimentos específicos afim de se evitar um episódio como este", disse Angelo Nicolaci.

"No Brasil, a ANAC e a INFRAERO são responsáveis pela segurança da aviação, e ministra cursos periodicamente afim de minimizar as chances de ocorrer um acidente do tipo. Quando trabalhei na aviação civil, além de ter cursado o AVSEC (Aviation Security), tive de cursar o SGSO (Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional) e o Curso de Direção Defensiva em Aeroportos (CDDA), ambos específicos para cada um dos aeroportos onde realizei operações de solo. Essa qualificação é uma constante nos aeroportos brasileiros, e a cada dois anos todos que trabalham na operação são submetidos a um programa de atualização e recertificação, o que traz muito mais segurança as operações de solo no Brasil, e com isso as chances de algo como o ocorrido no Peru, são praticamente zero", finalizou Nicolaci.


Ainda não há um relatório oficial sobre as falhas que ocasionaram no acidente ocorrido no aeroporto de Lima, mas esse caso serve como alerta para os órgãos de segurança da aviação a implementar novas regras e procedimentos afim de evitar que o caso se repita no futuro, não apenas no Peru, mas em qualquer aeroporto ao redor do mundo.


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