O governo do Reino Unido disse nesta terça-feira (18) que está tomando “medidas decisivas” contra um esforço de recrutamento chinês para contratar ex-pilotos da Royal Air Force (RAF) para treinar seus pilotos.
Embora militares britânicos frequentemente participem de exercícios de treinamento com forças estrangeiras, qualquer conluio de ex-pilotos com a China, que Londres classifica como “ameaça número um” à segurança doméstica e global, representa uma séria preocupação.
“Estamos tomando medidas decisivas para impedir os esquemas de recrutamento chinês que tentam caçar militares e ex-pilotos das Forças Armadas do Reino Unido para treinar pessoal do Exército de Libertação Popular”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa britânico .
O ministro da Defesa, James Heappey , reconheceu à emissora Sky News que essa colaboração “tem sido uma preocupação dentro do ministério da defesa há anos”.
“Nosso pessoal de contra-inteligência está analisando isso de perto”, disse ele.
“O recrutamento de pilotos para entender as capacidades de nossa Força Aérea é claramente uma preocupação para nós e para a parte de inteligência do Ministério da Defesa.”
Heappey disse que as autoridades têm alertado os pilotos envolvidos para desistirem.
“Vamos colocar em lei que, uma vez que as pessoas tenham recebido esse aviso, se tornaria uma transgressão seguir em frente e continuar com esse treinamento”, disse ele.
A mídia do Reino Unido disse que mais de 30 ex-pilotos aceitaram ofertas de mais de £ 240.000 ( 273.750 dólares). Muitos dos recrutados estão na faixa dos 50 anos e deixaram recentemente a RAF.
A prática vem acontecendo desde 2019, mas foi intensificada recentemente, segundo os relatórios.
O Ministério da Defesa britânico disse que está “revisando o uso de contratos de confidencialidade e acordos de não divulgação”, acrescentando que todos os servidores e ex-funcionários estão sujeitos à Lei de Segredos Oficiais, que proíbe funcionários públicos do Reino Unido de compartilhar segredos de Estado com potências estrangeiras.
“O novo Projeto de Lei de Segurança Nacional criará ferramentas adicionais para enfrentar os desafios de segurança contemporâneos, incluindo este”, acrescentou o porta-voz.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin , negou qualquer conhecimento de tal emprego de pilotos britânicos, dizendo em uma coletiva de imprensa: “Não estou ciente das circunstâncias que você mencionou”.
As relações entre Londres e Pequim azedaram após a repressão da China na ex-colônia do Reino Unido Hong Kong e as disputas sobre o envolvimento da gigante de tecnologia Huawei na implantação da rede 5G da Grã-Bretanha, bem como preocupações com direitos humanos e tráfico de influência.
Em discurso em Londres neste mês, o diretor da agência de espionagem britânica GCHQ, Jeremy Fleming , alertou que o crescente domínio tecnológico da China é “um problema cada vez mais urgente” para os países ocidentais, instando-os a agir para defender seus valores e influência.
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Com informações da AFP
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