segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Operação Formosa - Marinha do Brasil realiza maior manobra ja registrada no interior do Brasil

Foto: Sgt Albuquerque 


No período compreendido entre os dias 2 e 10 de agosto, a Marinha do Brasil realizou seu maior exercício de projeção de força, com a Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) cruzando mais de mil e quatrocentos quilômetros (1.400km) entre o Rio de Janeiro e o interior do estado de Goiás, mais precisamente a cidade de Formosa, realizando a "Operação Formosa 2022", manobra que certifica as capacidades expedicionárias e de pronta resposta da FFE, a qual é realizada desde 1988, completando 34 anos e nesta edição contando com contingente de 3.500 militares, sendo a maior já realizada até então.

Essa capacidade expedicionária e de pronto emprego de nossa Marinha do Brasil, demonstra o alto nível de preparo e capacitação da Força de Fuzileiros Navais, sendo responsável pelas tarefas de projetar poder em terra e cumprir o mais variado leque de missões, sendo uma força completa e compacta. Junto com a esquadra e apoio aéreo da força aeronaval, a FFE é capaz não apenas de realizar as clássicas operações de desembarque anfíbio, mas realizar operações com profundidade em território hostil. Assim, a "Operação Formosa" é uma importante demonstração de nossa destreza e preparo para a proteção de nossas riquezas, sejam elas na Amazônia Azul ou em qualquer ponto de nosso território nacional, além da capacidade de realizar operações complexas em apoio a ONU, atuando em missões de paz, como ocorrido no Haiti e Líbano, ou ainda em operações humanitárias no Brasil e no exterior, sendo frequentemente acionada em desastres naturais, como nas enchentes ocorridas no sul da Bahia e na região serrana do estado do Rio de Janeiro. 


A partir de 2021, conforme o GBN Defense acompanhou desde a partida da tropa no Rio de Janeiro, percorrendo os 1.400km, realizado em três etapas, com dois pernoites em acampamentos a beira das rodovias, os famosos DASC (Destacamento de Apoio ao Serviço de Combate), onde nosso editor chegou a enfrentar temperaturas de -3°C, vimos a inserção de contingentes do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira no exercício, ampliando o conceito de interoperabilidade entre os três pilares da defesa brasileira. Este ano não foi diferente, e foram empregadas aproximadamente 160 viaturas e  diversos equipamentos e sistemas, como o SIC2MB, avançado sistema de comunicação operado pelo CFN e fornecido pela AEL Sistemas.


Foto: Sgt Albuquerque 

O treinamento com tiro real contou, pela primeira vez, com pelotões de Fuzileiros Navais de Belém (PA), Natal (RN), Salvador (BA), Ladário (MS) e Rio Grande (RS). Também houve a participação de um destacamento do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos da América (USMC).

Objetivos

As características de mobilidade, permanência, versatilidade e flexibilidade do Poder Naval, materializadas no contexto de uma Operação Anfíbia, permitem o cumprimento da tarefa básica de proteção de poder sobre terra, abrindo o caminho para os elementos de manobra mais robustos característicos da Força Terrestre, tudo isso em conjunto com as ações da Força Aérea. 



Também foram realizadas ações de salto livre operacional, com a participação de militares paraquedistas das três Forças. Experiência destacada também pelo Segundo-Sargento (Fuzileiro Naval) Wellington Ferreira da Silva. “O terreno aqui proporciona uma diversidade bem grande de missões que a gente pode cumprir. Formosa tem um clima bem atípico, bem parecido com o deserto. A ambientação com esse tipo de clima favorece nosso treinamento para podermos atuar em qualquer área do território nacional”.

Foto: Sgt Albuquerque 


A Capitão-Tenente (Md) Franciane Zamparetti Callegari, médica radiologista e nuclear com especialização em Defesa NBQR que teve a oportunidade de saltar com o Sargento Wellington, ressaltou a importância dessa experiência. “Essa foi a primeira vez que participei da Operação. Eu fiz dois saltos durante a operação e o último foi muito especial porque foi com a entrega da bandeira do Brasil ao Ministro da Defesa”.



Força de Fuzileiros da Esquadra


A Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) é a tropa anfíbia da Marinha do Brasil que atua em Operações de Guerra Naval, ações com emprego limitado da força e atividades benignas. Trata-se de uma força estratégica de pronto emprego, de caráter anfíbio e expedicionário. Em abril desse ano, a Força de Reação Rápida dos Fuzileiros Navais foi certificada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como nível 3 de prontidão para as Operações de Paz, o mais elevado nível operacional para aquela organização. A força foi assim a primeira do País a atingir tal certificação, sendo atualmente a única no mundo.

O Comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra, Vice-Almirante (Fuzileiro Naval) Carlos Chagas Vianna Braga, destacou os principais desafios para a execução de uma operação desse porte, “o primeiro foi um desafio logístico para trazer essa quantidade de fuzileiros navais e marinheiros do Rio de Janeiro para Formosa, especialmente pela quantidade de equipamentos, viaturas e veículos blindados que trouxemos. O segundo grande desafio é que nós estamos operando com munição real o tempo todo, ela requer tropa qualificada e profissional.


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Com Marinha do Brasil e ABRADEF

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