sexta-feira, 29 de abril de 2022

O Brasil vai vender munição do Gepard para Ucrânia?

0 comentários


Recentemente tomou as redes sociais e algumas notícias tendenciosas e sem base real sobre um possível interesse alemão em comprar do Exército Brasileiro munições excedentes do sistema antiaéreo Gepard 1A2.

Mais uma vez o GBN Defense acionou seus contatos e levantou algumas importantes informações sobre esta suposta "negociação". Tema de muitas discussões nas redes sociais,com muitos criticando a hipotética venda, usando das mais variadas justificativas. Então vamos entender alguns pontos sobre o assunto.


O primeiro ponto importante a ser considerado, é que o Brasil mantém uma tradicional postura de neutralidade, evitando se envolver neste tipo de questões. Lembrando que jamais venderíamos armamento para uma nação em conflito. Pelos fundamentos  constitucionais do Brasil, nos princípios do não-intervencionismo e da solução pacífica dos conflitos

Segundo ponto importante, segundo o próprio Exército Brasileiro, o mesmo não recebeu nenhum tipo de contato neste sentido, e nos cabe ressaltar que o fornecimento de munição para outro país, ou qualquer venda de material bélico para o exterior passa, invariavelmente, pelo Presidente da República. Principalmente em se tratando de uma venda destinada a abastecer um conflito. Ou seja, a suposta negociação extrapola o poder de decisão tanto do Exército Brasileiro, como do próprio Ministério da Defesa, cabendo ao Presidente da República e sua decisão ser ratificada pelo congresso nacional. Soma-se a isso as ações que o Governo brasileiro vem adotando no contexto internacional que não condizem com essa notícia, principalmente pela importância da Rússia nas relações internacionais para o Brasil.


Um dos leitores do GBN me questionou sobre a possibilidade de venda indireta, o que poderia em tese "burlar" a questão que envolve nossa restrição a venda de material bélico a nações envolvidas em conflitos, com a negociação sendo entre o Brasil e a Alemanha, não envolvendo diretamente a Ucrânia nas tratativas. Tal ato poderia em certo ponto permitir essa negociação indireta, porém, tal ato criaria um atrito desnecessário nas relações Brasília x Moscou, o que resultaria em perdas significativas a nossa economia,uma vez que possuímos importantes acordos comerciais com a Rússia, que além de ser destino de uma fatia significativa de nossas exportações, é nosso principal fornecedor de fertilizantes.

Agora a venda de munições de 35mm do Gepard 1A2 seria interessante se o contexto fosse outro, afinal para o Exército seria uma boa, já que temos estoques em excesso desta munição (que invariavelmente vão vencer). Vamos esclarecer esse ponto para desmistificar algumas críticas feitas sobre este ponto. Como já dito anteriormente, temos munição do Gepard em excesso no Exército, além da capacidade que podemos atirar com o número de Blindados que possuímos em nosso inventário. Outro ponto é que, se houvesse realmente esse suposto negócio Brasil x Alemanha, o mesmo envolveria apenas o excedente, jamais venderíamos todo nosso estoque, qual seria a lógica de manter um sistema como o Gepard sem sua munição?


Agora você deve se perguntar, porque não podemos disparar toda munição que possuímos?

A resposta é simples e bastante técnica, todo equipamento militar tem suas características e limitações, as quais servem para manter sua operacionalidade e capacidade plena de emprego, diante disso, os fabricantes estabelecem algumas recomendações que determinam como se deve operar tal meio em condições de paz, e essa visa garantir a vida útil dos sistemas, e com os canhões do Gepard não é diferente, existe um número teto de tiros por ano que tais viaturas podem disparar.

Com esse importante dado chegamos matematicamente ao numero máximo de disparos que nossos Gepard podem disparar ao ano, somados e contabilizando nossos estoques, chegamos a conclusão que não temos como disparar todo estoque antes que o mesmo chegue ao limite de sua validade.

Antes que questionem porque compramos mais munições do que podemos disparar, vamos voltar um pouco no tempo, e relembrar que a venda do sistema Gepard ao Brasil teve como bônus um grande estoque de munições a preço muitíssimo abaixo do seu valor, o que compensou a aquisição, até mesmo para manter uma reserva estratégica em caso de necessidade, uma vez que é um calibre o qual não produzimos aqui no Brasil, logo não foi desperdício e sim uma ótima compra de oportunidade.

Para finalizar, podemos concluir que tal notícia, não passa de mais uma das muitas "fake news" que tem sido propagadas, onde nós do GBN Defense nos mantemos atentos e prontos para trazer ao nosso público conhecimento e informações com transparência e o compromisso com o bom jornalismo.


GBN Defense - A informação começa aqui  



Continue Lendo...

Esquadrão Gavião tem primeira Tenente instrutora de voo do H-50 Esquilo

0 comentários


A Tenente Aviadora Maria Luisa Michelon Silveira tornou-se a primeira mulher a ser qualificada como instrutora de voo na aeronave H-50 Esquilo. O helicóptero é utilizado para forjar os futuros pilotos de combate da Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Curso de Especialização Operacional em Asas Rotativas (CEOAR), ministrado no Primeiro Esquadrão do Décimo Primeiro Grupo de Aviação (1º/11º GAV) – Esquadrão Gavião, sediado em Parnamirim (RN).

A instrutora é natural de Santa Maria (RS) e ingressou na FAB em janeiro de 2012, perfazendo quatro anos de formação na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP). Em 2016, a então Aspirante a Oficial Maria Luisa concluiu o CEOAR e foi classificada para o Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5º/8º GAV) – Esquadrão Pantera, servindo de 2017 a 2021. Além da aeronave H-50, foi homologada à Instrutora de Voo nas aeronaves H-60 Black Hawk e C-98 Caravan. Nesse período, realizou diversas missões operacionais, bem como contribuiu para a elevação operacional de outros pilotos.


Para ela, retornar ao ninho dos Gaviões e poder passar toda experiência adquirida ao longo desses anos tem um significado distinto. “Sou muito grata de ter voltado para o Esquadrão Gavião e ter a oportunidade de contribuir com a formação da nova geração de pilotos de Asas Rotativas. Hoje tenho um pouco mais de experiência e posso retribuir à Força Aérea todo o esforço que, um dia, meus instrutores dedicaram à minha formação como piloto de H-50”, conta.

A missão do Instrutor de Voo apresenta-se como uma das atividades mais nobres da Instituição, e desde a criação do Ministério da Aeronáutica, os conhecimentos adquiridos são aprimorados e retransmitidos por mais de oito décadas de história. “Sentimento de muito orgulho em ser a pioneira e espero que isso possa abrir caminhos e incentivar outras mulheres a lutarem por seus espaços e alcançarem seus objetivos, independe da área de atuação”, finaliza a Oficial.

Fonte: Força Aérea Brasileira

Fotos: Sargento Carlos v / 1º/11º GAV

Continue Lendo...

CENTRO DE AVALIAÇÕES APOIA TESTE DE INTEGRAÇÃO DE SISTEMA DE ARMAS

0 comentários


O Centro de Avaliações do Exército (CAEx) apoiou, no período de 5 a 13 de abril, testes de integração da Viatura Blindada Multitarefa Leve sobre Rodas 4x4 (VBMT-LR 4x4) com o sistema de armas REMAX 4. A atividade, conduzida pelo Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e pela empresa Ares, contou com o apoio da diretoria de fabricação e da empresa IVECO.

Militares e técnicos do CTEx, do CAEx e engenheiros da Ares participaram das atividades, cujo objetivo foi realizar testes de integração da viatura IVECO LMV-BR 4x4 com o sistema de armas REMAX 4, da Ares. O objetivo dos testes é viabilizar a continuidade do projeto REMAX, otimizado por novas interfaces mecânicas e elétricas na plataforma veicular.


Foram efetuados testes de rodagem em diversos tipos de terreno para verificar padrões e realizar a convergência na malha de estabilização do sistema de armas. Foram efetuados tiros com a viatura parada e em movimento, usando os calibres 7,62 mm e .50 polegada. Foi avaliado o comportamento do sistema, que mantém a linha de visada no alvo com emprego de traqueamento de imagem, quando alvo e viatura podem estar estacionados ou em movimento.


O REMAX 4 possui, como diferencial em relação à versão anterior, uma maior capacidade de armazenamento de munição, além de ser mais leve e mais compacto. No REMAX 4, a consciência situacional proporcionada pelo equipamento permite ao chefe da viatura acessar as mesmas informações que o atirador, a respeito da viatura e do alvo, o que caracteriza constante melhoria na modernização e atualização do equipamento e prolonga o ciclo de vida dos sistemas e materiais de emprego militar do Projeto Guarani.


A melhora contínua da família de blindados sobre rodas e de sistemas tecnológicos de armas remotamente controladas são produto do trabalho constante do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Exército e da Base Industrial de Defesa e Segurança. 


Fonte: Exército Brasileiro

Continue Lendo...

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Primeiro T-7 de EMD foi exibido pela Boeing

0 comentários


A Boeing lançou o primeiro T-7A Red Hawk construído para a Força Aérea dos EUA na fase de Desenvolvimento de Engenharia e Fabricação (EMD) do programa. Esses jatos devem ser os primeiros novos treinadores de jatos avançados do serviço desde o T-38 Talon, que decolou pela primeira vez há mais de 60 anos. Significativamente, este jato em particular é o primeiro verdadeiro T-7A, sendo as duas aeronaves anteriores demonstradores da empresa que não eram necessariamente representativos da configuração final. Explicamos o que signifca EMD neste artigo.

A cerimônia de lançamento de hoje na fábrica da Boeing em St. Louis, Missouri, viu líderes da indústria e oficiais da Força Aérea chamarem a atenção para os atributos revolucionários que o T-7A deve trazer para o pipeline de treinamento. O primeiro dos 351 T-7As planejados para a USAF, que a Boeing anuncia como a primeira aeronave totalmente projetada digitalmente, deve ser entregue à Arma na Base Conjunta San Antonio-Randolph no ano que vem.


Os nomes dos aviadores de Tuskegee tenente-coronel George Hardy e Brig. O general Charles McGee aparece abaixo do canopy da cabine do primeiro EMD T-7A para a Força Aérea. Captura de tela da Boeing

A cerimônia de lançamento teve uma forte ênfase no legado dos pilotos negros, os Tuskegee Airmen, os famosos “Red Tails” [Caudas Vermelhas] da Segunda Guerra Mundial, que são homenageados com o nome e a pintura do novo treinador.

Uma vez em serviço, a aeronave também deverá ser muito mais adaptável do que seus antecessores, com software de arquitetura aberta que permitirá a inserção de novos recursos e elementos de treinamento para acompanhar a modernização da USAF em geral.

Por enquanto, o primeiro T-7A de produção total para a Força Aérea permanecerá em St. Louis para testes de solo e voo antes de ser entregue à Base Conjunta San Antonio-Randolph, onde se juntará ao 99º Esquadrão de Treinamento de Voo (FTS). Esta unidade está atualmente pilotando o T-1 Jayhawk que treina pilotos destinados às comunidades de transporte aéreo ou tanque, mas que deve ser aposentado em 2025. O T-7A, enquanto isso, está programado para atingir a capacidade operacional inicial  com o Comando de Educação e Treinamento Aéreo em 2024.

Apesar do rápido progresso feito na colocação do T-7A no ar, o programa sofreu alguns atrasos que resultaram na Boeing tendo um impacto financeiro no valor de US$ 367 milhões. Houve  alguns problemas  com a aeronave, incluindo um problema de 'wing rock' que a Boeing disse no ano passado que havia resolvido com uma correção de software, além de atrasos na produção devido à escassez de peças relacionadas ao COVID-19. Como resultado, a decisão de produção de taxa total do Milestone C para o T-7A foi adiada para o ano fiscal de 2023.

Além da perspectiva de pedidos de exportação, algo que analisamos no passado , há espaço para a Força Aérea dos EUA comprar muito mais do que o número básico de 351 jatos.

No final do ano passado, ficou claro que a Força Aérea está procurando adicionar pelo menos 100 e possivelmente outras centenas mais de treinadores táticos avançados além dos dos 351 T-7A cobertos pelo programa TX. Esses novos jatos provavelmente não seriam usados ​​apenas para treinar pilotos, mas também como aeronaves agressoras como uma extensão do  programa Adversary Air e como 'substitutos táticos', permitindo que mais treinamento de nível operacional fosse transferido de caças caros para uma plataforma mais barata .

A USAF disse que analisará quaisquer candidatos em potencial que atendam ao requisito do Advanced Tactical Trainer, mas o Red Hawk parece estar muito bem posicionado para pedidos subsequentes, como parte de um esforço mais amplo para renovar o treinamento de caças da Arma.

Enquanto isso, um Red Hawk adaptado, conhecido como T-7B, está em desenvolvimento para o requisito do Undergraduate Jet Training System  (UJTS) da US Navy [Marinha dos EUA], que deve resultar em uma ampla revisão da maneira como a Arma treina seus Aviadores Navais. O T-7B enfrentará as ofertas de Leonardo e Lockheed Martin na competição para substituir o atual  treinador a jato avançado T-45 Goshawk da US Navy.

Concepção artística do T-7B

O desempenho de ponta do T-7A também significa que a aeronave se adapta ainda mais como um caça leve, que poderia ser exportado para o exterior , assim como o F-5 era décadas atrás.

O Red Hawk tem o potencial de aumentar significativamente seus pedidos existentes da Força Aérea. Antes de tudo, porém, o serviço espera que, assim que as entregas começarem no ano que vem, conforme planejado, o T-7A faça jus ao seu considerável potencial como vetor de um esforço de modernização mais amplo que deve mudar a maneira como a USAF treina seus futuros pilotos.


Original: Boeing Unveils First T-7A Red Hawk Training Jet For The Air Force.

Tradução e adaptação: Renato Henrique Marçal de Oliveira.


*Renato Henrique Marçal de Oliveira é químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel)

GBN Defense - A informação começa aqui!


Continue Lendo...

domingo, 24 de abril de 2022

Alemanha comprará 60 Chinook

0 comentários

Segundo a agência de notícias Reuters, a Alemanha deve adquirir 60 helicópteros pesados Boeing CH-47 Chinook, num negócio de aproximadamente 5 bilhões de euros, para substituir os antigos Sikorsky CH-53G.

Este negócio é um dos primeiros anunciados após a decisão alemã de investir mais de 100 bilhões de euros em Defesa.


*Renato Henrique Marçal de Oliveira é químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel)

GBN Defense - A informação começa aqui!

Continue Lendo...

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Crise na Ucrânia mostra valor da Turquia ao Ocidente

0 comentários


O conflito entre a Rússia e a Ucrânia destacou a importância da Turquia tanto para a UE quanto para o bloco militar da OTAN, liderado pelos EUA, disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, nesta segunda-feira (18). 
Ele fez as declarações durante um discurso em Ancara.

“Ao contrário das alegações infundadas, os recentes desenvolvimentos no contexto da Ucrânia demonstraram claramente a importância da Turquia dentro da OTAN”, afirmou Erdogan. “A Turquia provou repetidamente que é um aliado indispensável na OTAN.”

Erdogan também reiterou o objetivo da Turquia de atuar como mediador entre Moscou e Kiev. No final de março, a Turquia sediou conversas de alto nível entre os representantes dos países em conflito na cidade turística de Antália. Embora ambos os lados tenham indicado certo progresso após as negociações, as negociações não conseguiram produzir qualquer resultado tangível.

"Continuaremos nossos esforços para alcançar um resultado satisfatório das negociações em Istambul, com o qual as partes e a comunidade internacional fiquem satisfeitas", afirmou Erdogan, sugerindo uma potencial nova rodada de negociações, sobre as perspectivas de tais negociações se concretizarem.

A Rússia atacou seu vizinho no final de fevereiro, após o fracasso da Ucrânia em implementar os termos dos acordos de Minsk, assinados em 2014, e o eventual reconhecimento por Moscou das repúblicas de Donbass (Donetsk e Lugansk). Os Protocolos de Minsk intermediados pela Alemanha e França foram projetados para dar às regiões separatistas um status especial dentro do estado ucraniano.

Desde então, o Kremlin exigiu que a Ucrânia se declare oficialmente um país neutro que nunca se juntará ao bloco militar da OTAN, liderado pelos EUA. Kiev insiste que a ofensiva russa foi completamente espontânea e negou as alegações de que planejava retomar as duas repúblicas à força.


GBN Defense - A informação começa aqui

com agências de notícias

Continue Lendo...

Rússia vê riscos de confrontos não intencionais com a OTAN no Ártico

0 comentários


A Rússia está preocupada com o envolvimento de membros da OTAN de fora do ártico em atividades militares da aliança nas áreas do norte, e observa riscos de confrontos não intencionais com as forças da aliança no Ártico, disse o embaixador do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Nikolay Korchunov.

“A internacionalização das atividades militares da Aliança em altas latitudes, nas quais estão envolvidos estados não-árticos da OTAN, não pode deixar de causar preocupação”, disse o diplomata, que também é presidente do Comitê de Altos Funcionários do Conselho do Ártico. “Isso aumenta o risco de incidentes não intencionais, que, além dos riscos de segurança, também podem causar sérios danos ao frágil ecossistema do Ártico”.

Os exercícios militares da OTAN no norte da Noruega não ajudam a segurança no Ártico, disse Korchunov. "A atividade recentemente aumentada da OTAN no Ártico é motivo de preocupação", disse ele. "Recentemente, outro exercício militar de grande escala da aliança ocorreu no norte da Noruega, o que, em nossa opinião, não contribui para garantir a segurança na região."

Os exercícios internacionais de larga escala "Cold Response" começaram na Noruega em 14 de março e duraram duas semanas. Foram as maiores manobras lideradas pela Noruega desde a década de 1980, disse o Ministério das Relações Exteriores do país. Os exercícios envolveram cerca de 30.000 soldados de 27 países, incluindo Finlândia e Suécia, que são países parceiros da OTAN.

Suécia e Finlândia

Se a Suécia e a Finlândia aderirem à OTAN, isso prejudicaria a segurança e a confiança no Ártico, disse Korchunov.

"É claro que a expansão da OTAN às custas de países tradicionalmente fora do bloco não contribuirá para a segurança e confiança mútua no Ártico, cujo fortalecimento a Rússia tem defendido consistentemente", disse o diplomata, que também é presidente do Comitê de Altos Funcionários no Conselho do Ártico, ao comentar a perspectiva de adesão da Suécia e da Finlândia à OTAN.

O diplomata disse que as discussões sobre o assunto estão em andamento em Estocolmo e Helsinque. "Gostaria de observar que o compromisso de longa data de Estocolmo e Helsinque com a política de não alinhamento com alianças militares tem sido um fator importante de estabilidade e segurança na região do norte da Europa e no continente europeu como um todo.", disse Korchunov.

Anteriormente, o The Times informou, citando fontes, que Helsinque e Estocolmo poderiam solicitar a adesão já no verão. Na quinta-feira (14), o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, disse que a Rússia fortaleceria suas fronteiras ocidentais se a Suécia e a Finlândia se juntarem à OTAN, e então "não haverá mais conversas sobre um status não nuclear para os países bálticos".

Formatos alternativos

A Rússia está alertando o Ocidente sobre as consequências negativas das tentativas de estabelecer outros formatos além do Conselho do Ártico, disse Korchunov.

"Possíveis tentativas de estabelecer, na situação atual, algumas estruturas de cooperação alterativas no Ártico só levarão à criação de linhas de divisão e intensificarão tendências centrífugas, o que prejudicará os princípios coletivos que tradicionalmente nos orientam ao tomar decisões na região do Ártico, " ele disse.

A pausa no trabalho do Conselho do Ártico "vai dizer negativamente sobre os esforços para melhorar o bem-estar da população do Ártico, em primeiro lugar, os povos indígenas do Norte, que gozam do status de membros permanentes desta organização", disse ele . “A cooperação mutuamente benéfica entre os povos indígenas de todos os estados do Ártico não deve ser refém da atual situação política”.

Todos os países do Conselho do Ártico, exceto a Rússia, emitiram uma declaração por escrito em 3 de março, recusando-se a participar de quaisquer reuniões do Conselho presididas pela Rússia ou realizadas em seu território sobre a situação em torno da Ucrânia.

O Conselho do Ártico é uma organização intergovernamental dos países do Ártico. Seus membros são a Dinamarca (juntamente com a Groenlândia e as Ilhas Faroé), Islândia, Canadá, Noruega, Estados Unidos, Finlândia, Suécia e Rússia). Em 2021, quando o Conselho completou 25 anos, a presidência de dois anos passou da Islândia para a Rússia.


GBN Defense - A informação começa aqui

com Itar-Tass

Continue Lendo...

Conheça a SO Walkiria - Primeira praça feminina embarcada na Esquadra

28 comentários


“Sou Marinheiro e outra coisa não quero ser”, assim foram as palavras do Almirante Joaquim Marques de Lisboa, o famoso Marques de Tamandaré, Patrono da Marinha do Brasil, que representam aqueles militares, cujo sacrifício sustenta a chama do fogo sagrado. Esse “espírito marinheiro” se mantém aceso e inspira homens e mulheres nas suas singraduras durante sua carreira naval. Foi assim que, por inspiração de um pai marinheiro, uma valorosa mulher ingressava na Marinha do Brasil no ano de 1986, dando início a uma história de amor e dedicação a nossa Marinha, que serve de inspiração e legado para as novas gerações de militares.

Nascida em 21 de setembro de 1966, Walkiria Sandra Bastos de Assis, filha de Yone Bastos de Assis com o 3ºSG-MR TOMAZ, um militar dedicado e leal a carreira que abraçou, inspirou a jovem em sua escolha pela Marinha do Brasil. 

Ainda muito nova teve os primeiros contatos com a Marinha. Walkiria lembra das visitas que fazia ao trabalho do seu pai na infância. O 3ºSG-MR TOMAZ serviu por cerca de dez anos no Navio-Hidrográfico (NHi) "Sírius", dentre outros postos que ocupou, e esse contato com navio a encantou. 

Certamente, ao escolher servir a Marinha, teve como alicerce os valores morais e profissionais herdados de seu pai, um brasileiro de origem muito humilde do interior de Pernambuco, que encontrou na Marinha a oportunidade de servir a pátria e mudar sua vida. Nas memórias dela, seu pai muitas vezes esteve ausente da família devido a rotina e exigências da carreira militar, mas sempre foi o orgulho e herói da "pequena" Walkiria.  Ainda hoje, o sargento TOMAZ, com 80 anos, relembra com honra e satisfação o tempo dedicado de sua vida a caserna, bem como os frutos de seu exemplo realizados na carreira de sua filha e mais recentemente do seu neto. 

Walkiria ingressou na Marinha em 10 de março de 1986, entrando como Marinheira e, em quatro meses se formou como Cabo (CB), no Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia, ingressando com Curso Técnico em Administração. Naquele momento de expectativas e sonhos, sabia que grandes desafios a esperavam na longa caminhada que percorreria. Com formação na área administrativa, passou mais de 32 anos trabalhando nas Organizações Militares de Intendência. Porém, seu espírito marinheiro influenciando desde a infância pelas visitas aos navios da Marinha com seu pai, queria ir mais além e servir em um navio de guerra. Foi então que, em janeiro de 2019, a Suboficial Walkiria conquistou seu sonho de infância ao embarcar no Navio Doca Multipropósito “Bahia”, sendo a primeira praça feminina embarcada na Esquadra e a mais antiga da guarnição, exercendo a função de Secretária. Dessa forma, agregou a sua experiência profissional e militar nas atividades da SECOM, responsável por todos os documentos e mensagens que são recebidos, processados, tramitados e transmitidos pelo navio . Ao longo dos mais de 3 anos lotada no Navio, participou de inúmeras comissões, tendo a oportunidade de vivenciar o dia a dia de bordo. Tal pioneirismo torna-se exemplo para as demais militares do sexo feminino, na medida em que a inserção feminina nos meios navais da MB se mostra não só possível, mas também fundamental.

Atualmente, a SO WALKIRIA, com mais de 36 anos servindo a Marinha do Brasil, tem mais um motivo para se orgulhar de sua trajetória, vendo seu filho ser declarado Guarda-Marinha e seguindo seu exemplo de superação e do avô.  

A SO Walkiria e seu filho o Guarda-Marinha (IM) Assis 

Por fim, a SO WALKIRIA agradece aos comandantes, oficiais e praças que muito contribuíram para o seu aprendizado e por confiar no seu trabalho junto à guarnição do "NDM Bahia". Nas suas palavras: “A Marinha me proporcionou escrever a minha história, através do meu pai e do meu filho, por isso sigo firme na minha missão.”

Nós do GBN Defense durante a participação na "Operação Poseidon 2022" nos emocionamos com a história de vida e superação dessa verdadeira heroína, um exemplo para muitas outras mulheres que sonham fazer parte de nossa Marinha, e agradecemos por toda sua dedicação e amor ao seu trabalho, desejando bons ventos e mares tranquilos ao longo de sua jornada.  Formulamos também votos de sucesso ao novo membro da família Assis que esta iniciando sua jornada à serviço da pátria em nossa Marinha do Brasil.


por Angelo Nicolaci


GBN Defense - A informação começa aqui


Continue Lendo...

sábado, 16 de abril de 2022

Índia desiste de comprar helicópteros russos, vai focar no 'Make in India'

0 comentários

Segundo o India Today, o governo indiano deve cancelar uma compra de 48 helicópteros Mi-17V5 e focar em helicópteros feitos no próprio país, embora no momento a Índia não faça nenhum helicóptero tão capaz.

O timing do anúncio é no mínimo curioso, pois coincide com uma ofensiva diplomática americana para que a Índia reduza seu apoio à Rússia, em função da invasão da Ucrânia.

A Índia adota um complexo sistema de uso de armas de diversas procedências, o que tem a vantagem de não a deixar dependente de apenas um fornecedor, mas por outro lado complica bastante a integração e a logística destes sistemas.


*Renato Henrique Marçal de Oliveira é químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel)

GBN Defense - A informação começa aqui!


Continue Lendo...

sexta-feira, 15 de abril de 2022

"Operação Poseidon 2022" - Conheça um dos mais importantes exercícios do Brasil

0 comentários

Entre os dias 4 e 9 de abril, a Marinha do Brasil realizou a “Operação Poseidon 2022”, coordenada pelo Comando da 2ª Divisão da Esquadra, o exercício no âmbito do programa de interoperabilidade promovido pelo Ministério da Defesa, sendo mais uma etapa do programa de exercícios que visam ampliar a capacidade e padronizar procedimentos operativos e de manutenção das aeronaves H225M pelas Forças Armadas do Brasil. Desta vez a plataforma escolhida foi o Navio Doca Multipropósito “NDM Bahia”, e o cenário foi o oceano atlântico, numa área compreendida entre a cidade do Rio de Janeiro e Cabo Frio, operando a maior parte do tempo a aproximadamente 25nm (25 milhas náuticas equivalem a cerca de 46km) ao largo da região dos lagos.

Com foco na qualificação das tripulações e equipes de apoio da Força Aérea Brasileira e Exército Brasileiro nas operações aéreas embarcadas, tendo como vetores as aeronaves Airbus/Helibrás H225M, escolhidas devido a padronização do equipamento entre as três variantes operadas no Brasil, com as três variantes contando com suíte aviônica integrada pela AEL Sistemas, facilitando a adaptação e qualificação das equipagens, o que seria muito mais complexo e difícil em outros tipos de aeronaves, como por exemplo o Sikorsky Black/Sea Hawk, apesar das células operadas no Brasil terem muita similaridade no aspecto externo, a aviônica e diversos outros componentes são bem distintos, o que dificulta cambiar tripulações destas entre as variantes operadas no Brasil.

As três variantes do H225M, da esquerda para direita: HM-4 "Jaguar", UH-15 "Super Cougar" e H-36 "Caracal" no convoo do NDM Bahia - Foto: Nicolaci

A “Operação Poseidon 2022” contou com a participação de cerca de 900 militares das três forças, marcando a continuidade deste adestramento que chega a sua terceira edição, nesta a grande mudança está ligada a mudança da plataforma, diferente das duas primeiras edições, nas quais as aeronaves das três forças operaram a bordo do Navio Aeródromo Multipropósito “NAM Atlântico”, agora o nível de dificuldade foi aumentado, com as aeronaves passando a operar a bordo do Navio Doca Multipropósito “NDM Bahia”, representando um novo desafio as asas rotativas envolvidas na qualificação em operações aéreas embarcadas.

O NDM Bahia é o mais importante navio de desembarque anfíbio da Marinha, contando com a capacidade de operar duas aeronaves em simultâneo, além de realizar desembarque de viaturas anfíbias e embarcações de desembarque de veículos e pessoal (EDVP), sua capacidade de múltiplo emprego conta com uma incrível estrutura hospitalar, o que o torna um importante ativo nos mais variados cenários de emprego do poder naval, seja em caso de conflito ou missões humanitárias.

A mídia especializada estava presente, da direita para esquerda: Nicolaci - GBN Defense, Camões - Defesa News e Welther - AeroDefesa

O GBN Defense embarcou em mais essa importante missão, com nosso editor Angelo Nicolaci acompanhando de perto toda rotina a bordo e você vai conferir conosco uma série de matérias especiais, nas quais você conhecerá uma pouco mais sobre essa importante operação e também os bastidores da vida a bordo de um dos mais importantes meios de superfície da Marinha do Brasil.

Exercícios ainda na Baía de Guanabara

Pouco após suspender (desatracar) do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), a tripulação do NDM Bahia já se viu diante do primeiro exercício, com o toque de postos de combate e a simulação de navegação sob ameaça assimétrica na saída do porto, neste exercícios atuaram não apenas os militares a bordo do nosso navio, mas duas embarcações da capitania dos portos (CPRJ), que escoltaram o NDM Bahia sob “ameaça assimétrica”, o suposto inimigo neste exercício foi uma embarcação autônoma em avaliações pelo Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV), a qual tentou diversas investidas contra o NDM Bahia, vindo de diversas direções e realizando várias manobras para tentar romper o perímetro de segurança criado pelas duas embarcações da CPRJ que interceptaram a embarcação “hostil”, enquanto ao mesmo tempo a bordo a tripulação realizava os protocolos de segurança com jato de água e advertências a embarcação “hostil”.

Simulação de navegação sob ameaça assimétrica

A nova embarcação autônoma se mostrou uma excelente performance, e apesar de contar com militares a bordo, esta foi controlada remotamente, cumprindo mais uma etapa dos testes de avaliação.

Navegando em Águas Azuis

Após deixar a Baía de Guanabara, singramos para nossa zona de operações acompanhados pela Fragata Independência (F44), nosso navio de escolta da Classe Niterói, que contava a bordo com uma aeronave UH-12 “Águia” do EsqdHU-1. Grande parte do tempo as operações foram realizadas no través da cidade de Saquarema, onde recebemos a bordo as aeronaves que iriam compor nosso Destacamento Aéreo Embarcado (DAE), composto inicialmente por uma aeronave AH-15B “Super Cougar” do EsqdHU-2 “Pégasus” da Marinha do Brasil, foi a oportunidade de conhecermos de perto a variante desenvolvida para atender aos requisitos da Marinha do Brasil, a qual pode lançar misseis Antinavio AM39 Exocet, operando a bordo do NDM Bahia. Ainda recebemos uma aeronave HM-4 “Jaguar” do Exército Brasileiro (1ºBAvEx) e uma aeronave H-36 “Caracal” da Força Aérea Brasileira (1º/8ºGAv – 3º/8ºGav).

Aeronave AH-15B "Super Cougar" chega a bordo do NDM Bahia

A rotina a bordo é puxada, muita coisa ocorre em simultâneo, é um verdadeiro frenesi, enquanto se desenvolvem as operações aéreas, existem equipes responsáveis por manter tudo funcionando, e vai desde a manutenção do navio e seus sistemas, até a produção das refeições e planejamento das operações a bordo, e no meio disso tudo ainda são “tocados” diversos exercícios, essa é a parte mais interessante, você está calmamente caminhando pelos corredores quando de repente o fonoclama anuncia um exercício de combate a incêndio ou controle de avarias, e acompanhamos a agilidade e presteza dos envolvidos em guarnecer seus postos e responder a suposta ameaça, o tempo de resposta é curtíssimo, e isso é algo comum na rotina a bordo de qualquer um dos navios de nossa Marinha do Brasil, pois o treinamento contínuo é a chave do sucesso.

Para manter toda tripulação e destacados é preciso uma capacidade industrial para alimentar todos a bordo, milhares de pães são assados todos os dias

Recentemente foi noticiado o sinistro com cruzador de misseis russo “Moskva”, e o mesmo apresentou deficiências no que diz respeito a capacidade de tomada de decisão, resposta a ameaça e aos procedimentos de Controle de Avarias (CAv) e Combate a Incêndio (CBInc), e neste sentido podemos afirmar que a Marinha do Brasil possui um alto nível de preparo para lidar com os mais variados cenários.

Além destes exercícios, são levados a cabo vários outros, que incluem navegação sob ameaça de superfície, navegação sob ameaça aérea, navegação sob ameaça assimétrica (este muito importante no cenário que vem ganhando espaço no Golfo da Guiné e outros locais no mundo com aumento da atividade pirata), Ameaça Cibernética dentre outros exercícios.

Exercício de SAR estava entre os diversos realizados a bordo

O Objetivo da Poseidon – Qualificar as equipagens de voo

A principal atividade a bordo, e foco da Operação Poseidon, a qualificação dos pilotos do Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira nas operações aéreas embarcadas, foi dividida em três etapas: Demonstração, Formação e Consolidação, as quais seriam realizadas nos spots “A” (Alfa) e “Z” (Zulu) do NDM Bahia, com uma soma de 34 pousos e decolagens por cada um dos pilotos a serem qualificados. O desafio é grande e exige total concentração dos envolvidos, principalmente no que se refere a operação no Spot “Z”, este localizado a ré do convoo, posicionado abaixo do mesmo e com características que requerem muita atenção dos pilotos, seja pelo “ar sujo” (uma vez que o “Z” fica abaixo do convoo e atrás das chaminés da propulsão do navio e com a garagem de veículos que faz com que a sustentação em voo pairado exija mais “braço” do piloto para manter a posição e razão de descida ou subida da aeronave).

Antes de chegar a fase de pousar a bordo, os pilotos passam por instruções no solo, esse processo aconteceu na BAeNSPA (Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia), ocasião em que os envolvidos aprenderam a fraseologia própria das operações embarcadas, além de conhecer o balizamento feito pelos orientadores, os famosos "coletes amarelos", que são primordiais para segurança das operações.

A primeira etapa da qualificação é denominada “Demonstração”, que consiste na sequência de três pousos e decolagens em cada um dos spots, nesta primeira fase com piloto da Marinha do Brasil ocupando a posição P1 e o piloto a ser qualificado na posição P2, onde o aviador naval passa a instrução prática dos procedimentos de pouso e decolagem em cada um dos spots.

A segunda etapa é denominada “Formação”, esta consiste na troca de posições dentro do cockpit do H225M, onde o piloto a ser qualificado passa a ocupar a posição P1, assumindo assim o controle dos comandos de voo e conduzindo os pousos e decolagens sendo orientado pelo piloto da Marinha na posição P2, nesta fase são realizados oito pousos e decolagens nos dois spots do navio.

A Terceira e última etapa é denominada “Consolidação”, sendo neste momento que as posições P1 e P2 são ocupadas pelos pilotos que foram submetidos as etapas anteriores, estando agora aptos a comandar as operações de pouso e decolagem a bordo, desta vez o piloto da Marinha apenas atua como backup, ocupando a posição P3 sem interferir nas ações de pouso e decolagem, exceto em caso de necessidade. Esta fase é a mais desafiadora para os novos “aviadores navais”, uma vez que estão realizando pela primeira vez o voo “solo”, lembrando que o pouso a bordo possui características totalmente diferentes das que encontramos nos pousos e decolagens em terra, com navio apresentando entre suas diferenças o movimento do convoo, as características de vento e a estrutura encontrada a bordo do navio, um fator que requer atenção e destreza por parte das equipagens. Nesta última fase os pilotos realizam uma série de seis pousos e decolagens nos dois spots.


O Objetivo da Poseidon – Qualificar as equipagens de apoio

Apesar de todos operarem praticamente a mesma aeronave, com algumas diferenças apenas entre elas, como por exemplo, a ausência de flutuadores na variante operada pelo EB, o que requer uma atenção extra quando se opera sobre o mar (uma curiosidade, as aeronaves do EB não podem operar além das 50nm, esta limitação é dada em face da ausência de flutuadores em suas aeronaves e permite que a mesma tenha autonomia apara alterna para um ponto em terra no caso de panes ou danos as mesmas), a padronização do equipamento torna muito simples a adaptação e operação das aeronaves Airbus/Helibrás H225M pelas equipagens envolvidas em cenário de ação conjunta, o que facilita e simplifica a logística de componentes e ferramental para manutenção, além das equipes de apoio receberem a mesma qualificação na manutenção desta aeronave, o embarque das equipagens de apoio das três forças compondo o DAE, foi uma ótima oportunidade para troca de conhecimento e padronização de procedimentos, como a peação das aeronaves no convoo e o processo de hangaragem das mesmas no navio, algo que reque algo incomum no EB e na FAB como a necessidade de “pentear as pás do rotor principal” das aeronaves.

Outro processo importante é o reabastecimento a bordo, atividade que requer uma série de protocolos de segurança, sendo um dos momentos mais críticos da operação de aeronaves a bordo, muito diferente do que acontece nas bases aéreas, onde há muitos recursos e o risco de incêndio representa uma ameaça muito menor do que a bordo de um navio.

Ao final do dia é chegada a hora de fazer a lavagem e dessalinização da aeronave antes de movimenta-la para o hangar. Já dentro do hangar as equipes realizam as checagens e manutenções que sejam necessárias para que as aeronaves estejam aptas a retomar as operações na manhã seguinte.

Após o pouso é hora de pear a aeronave

Faina de reabastecimento, apesar de parecer simples, envolve inúmeros riscos, contudo os protocolos de segurança previnem acidentes

Aeronave peada e aguardando os procedimentos para ser hangarada

Após finalizar as operações aéreas, é hora das equipes no convoo garantirem que as mesmas estejam prontas para o dia seguinte, desanilização do H-36

Equipens da FAB tiveram a experiência de "Pentear" as pás do rotor principal, atividade incomum para esses militares

Equipe do EB realiza o procedimento de "Pentear" as pás do rotor principal, manobra que requer alguns cuidados

Vamos colocar os felinos na sua toca? Processo de hangaragem das aeronaves

Dentro do hangar, agora é hora de checar a aeronave e deixar apta para operar na manhã seguinte

Interoperabilidade - Salto Livre Operacional (SLOp)

Em paralelo as operações aéreas embarcadas ao largo de São Pedro da Aldeia, ocorreu o “Adestramento Conjunto de Salto Livre Operacional” (SLOp), este exercício reuniu operadores das forças especiais das três forças singulares, sob coordenação do Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp), tendo entre os participantes operadores do ComAnf (Comandos Anfíbios) GruMeC (Grupamento de Mergulhadores de Combate) da Marinha do Brasil, COMANDOS do EB e o EAS/PARA-SAR da FAB, o exercício envolveu diversas manobras conjuntas entre as forças especiais a partir do Complexo Naval de São Pedro da Aldeia, mas o ápice deste exercício com certeza foi o movimento aerotransportado destes militares para bordo do NDM Bahia, onde conheceram as particularidades de operar a partir de meios de superfície para infiltração de FEs, os quais embarcaram nas aeronaves H225M envolvidas na “Operação Poseidon 2022” completamente equipados para o salto livre operacional na “zona de interesse” a uma altitude superior aos 10 mil pés, demonstrando a sinergia entre as tropas e a versatilidade de emprego das asas rotativas, apesar da baixa visibilidade na zona de salto, todos militares conseguiram realizar o SLOp.

FOTEX

Na manhã de sexta-feira (8), nosso editor embarcou na aeronave UH-15 "Super Cougar" registro N-7102 para realizar tomada de fotos aéreas do NDM Bahia, um verdadeiro presente para nosso público. E as imagens vocês conferem abaixo com trabalho do Nicolaci.








Nosso editor cumprindo a missão de fotografar o NDM Bahia do alto...






Cerimonial á Bandeira

Ao pôr do Sol da sexta-feira (8), foi realizado o Cerimonial á Bandeira, onde os militares a bordo formaram no spot "Zulu", onde ao entoar do Hino Nacional Brasileiro, nossa bandeira é arriada, uma tradição naval, onde participaram os oficiais generais presentes a bordo, além de oficiais e praças. Você confere algumas imagens capturadas pelas lentes do Nicolaci abaixo:


Alte.Esq Marcos Sampaio OLSEN - CON

V.Alte Arthur Fernando BETTEGA - ComemCh 


Brig. Madureira - FAB

C.Alte Fonseca Junior - ComForAerNav



Desfile Naval

Após concluirmos com sucesso a qualificação de 4 pilotos para operações aéreas embarcadas, a “Operação Poseidon 2022” chegava ao fim, mas ainda haveria uma importante atividade, os preparativos para as comemorações da Independência do Brasil, que neste ano completa 200 anos. E neste bicentenário, está prevista a realização de um grande desfile naval, o qual deverá contar além dos meios navais brasileiros, com diversos navios de marinhas amigas.


O ensaio para o 7 de Setembro foi realizado na orla do Rio de Janeiro, com um desfile naval que contou com a participação do NDM Bahia e a Fragata Independência, além da participação do Capitânia da Esquadra “NAM Atlântico” que realizava desde a quinta-feira (7) uma série de testes com seu sistema de propulsão. Apesar de apenas três navios desfilarem na manhã ensolarada de sábado (9), uma cena inédita pode ser registrada, pela primeira vez foi realizado o voo em formação de três aeronaves H225M operadas pela MB, EB e FAB sob o mar, sendo uma síntese de nossa capacidade de interoperabilidade.

 

Agradecimentos do Nicolaci

Após seis dias embarcado a bordo do “Gigante da Esquadra”, como é carinhosamente chamado pela tripulação o NDM Bahia, levo para terra na bagagem novas experiências, conhecimentos e principalmente novos amigos, não podemos deixar de agradecer a todos envolvidos na “Operação Poseidon 2022”, os cerca de 900 homens e mulheres que dedicam suas vidas a defesa da pátria, estes que considero os nossos verdadeiros heróis, como posso citar aqui os nossos aviadores navais do Esquadrão HU-2 “Pégasus”, os quais estão sempre prontos a atuar onde seja necessário, lembrando das recentes missões de resgate e apoio realizadas após as tempestades que assolaram o sul da Bahia e mais recentemente a cidade de Petrópolis na região serrana do Rio de Janeiro, seria injusto eu citar nomes, pois poderia incorrer no erro de esquecer de citar algum desses bravos militares que nos representam, mas cito o EsqdHU-2 “Pégasus” como uma das diversas unidades de excelência dentre todas que realizam as mais complexas missões. Temos que agradecer a todo pessoal do Comando da 2ª Divisão da Esquadra, que sob comando do Contra-Almirante André Luiz de Andrade Felix, tornaram possível a realização deste importante exercício, onde pude conviver durante estes seis dias com profissionais de excelência, assim como ao Comandante em Chefe da Esquadra, Vice Almirante Arthur Fernando Bettega Corrêa e ao Comandante de Operações Navais, Almirante de Esquadra, Marcos Sampaio Olsen.

Não podemos deixar de dar um “Bravo-Zulu” a toda tripulação do NDM Bahia, que se mostra eficiente e extremamente prontos para responder a qualquer missão, sob o comando do CMG Cássio Reis de Carvalho, que nos recebeu a bordo e nos possibilitou realizar nosso trabalho de conhecer e mostrar ao público todo preparo e capacidade de nossa Marinha do Brasil.

Um forte abraço aos destacados pelo Exército Brasileiro e pela Força Aérea Brasileira, que nos passaram um pouco sobre seus desafios nessa missão. E claro, obrigado aos nossos parceiros, como a AEL Sistemas, que é responsável pela integração da suíte aviônica das aeronaves H225M operadas pelo Brasil, além de atuar em diversos programas estratégicos de defesa, tendo apoiado e confiado em nosso trabalho, até a próxima missão!

Mas não paramos por aqui, este é apenas o primeiro de vários artigos que você irá desfrutar sobre nossa participação na “Operação Poseidon 2022”, vem muito mais pela frente, você irá conhecer conosco e nosso parceiro DefesaNews os bastidores da operação, conhecemos como funciona a alimentação a bordo, visitamos o hospital do NDM Bahia, conversamos com a SO Walkiria, primeira mulher do corpo de praças a embarcar em um dos navios da esquadra, isso só pra começar, então aguarde e lembre-se, a informação começa aqui!!!


Texto e imagens: Angelo Nicolaci


GBN Defense - A informação começa aqui

Continue Lendo...
 

GBN Defense - A informação começa aqui Copyright © 2012 Template Designed by BTDesigner · Powered by Blogger