Segundo divulgou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta sexta-feira (17), foi enviado aos Estados Unidos e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) uma proposição afim de estabelecer um novo Tratado entre as partes. O "tratado de paz" contém nove artigos, com a intenção de abrandar os ânimos no leste europeu, especialmente, com a escalada na crise com a Ucrânia.
A proposta russa foi entregue na última quarta-feira (15), segundo vários veículos de imprensa da Rússia, dentre as cláusulas do acordo, constaria a criação de uma "linha direta" entre Moscou e a OTAN, além do pedido de frear a expansão da organização, tendo como ponto chave o compromisso dos norte-americanos não continuar a política de admissão de novos países da região, restringindo a entrada de membros que faziam parte da extinta União Soviética.
Outro ponto de destaque do documento, reza que as partes deverão resolver todas as controvérsias no âmbito de suas relações mútuas por meios pacíficos e abster-se do emprego de ameaças ou do uso de força, adotando uma postura compatível com os propósitos das Nações Unidas.
O sétimo artigo, sugere que tanto a Rússia, como os EUA, devem suspender a implantação de armas nucleares fora de seus territórios nacionais, se comprometendo em remover para seus territórios reconhecidos o arsenal nuclear já implantado fora de suas fronteiras no momento de entrada em vigor desse tratado.
Além de desmobilizar o arsenal implantado fora de seu território, ambos se comprometerão a eliminar toda infraestrutura existente para o envio e operação de armas nucleares fora do seu território. Além de proibir o adestramento de militares ou civis de países que não possuem armas nucleares ao emprego de tais armas.
Com relação a instalação de bases militares no exterior, o tratado destaca que não poderão ser criadas bases militares nos países que formavam a União Soviética.
A proposta russa incluiu novos dispositivos relativos a condução de exercícios militares da Rússia e OTAN, vislumbrando maior interação entre as partes, com os mesmos sendo planejados e conduzidos de forma que reduzam riscos de situações de risco e incidentes que tem sido recorrentes, com ambos tendo maior atenção as regras e obrigações previstas sob a lei internacional.
O Cenário
A tensão no leste europeu sofreu um aumento nas últimas semanas, com envio de um grande contingente militar russo a região de fronteira ucraniana. A movimentação de aproximadamente 90 mil homens naquela região acendeu um alerta, com especialistas avaliando a possibilidade de uma invasão russa.
O movimento das tropas russas, foi parte do movimento de Vladimir Putin no tabuleiro de xadrez das relações internacionais, servindo como forma de pressionar a OTAN e demonstrar a reprovação russa sobre a entrada da Ucrânia para OTAN. O presidente russo afirmou por mais de uma vez que só queria "garantir" a segurança do país.
Porém, a jogada de Putin é arriscada, podendo resultar em sanções políticas e econômicas contra Moscou. Lembrando que Moscou já vive sob sanções europeias desde que anexou a Criméia em 2014, resultado da ebulição interna da Ucrânia, que desde 2013 experimentava grande instabilidade política e a aproximação da OTAN e UE, que voltou a ser o estopim para crise envolvendo Moscou e Kiev.
A proposta do "Tratado" entre a Rússia, EUA e OTAN, é uma tentativa de trazer a normalidade as relações entre os envolvidos, além de reduzir a pressão sobre Moscou no Mar Negro e sua vizinhança.
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