Um dos principais fatores nos custos operacionais e na disponibilidade de qualquer aeronave é o motor. Não é possível que uma aeronave obtenha sucesso com motores inadequados.
Não é diferente com o F-35 - boa parte dos altos custos operacionais, e da disponibilidade abaixo do programado, são pelo menos em parte por conta do Pratt & Whitney (PW) F135, o motor mais avançado já instalado em um caça, mas que vem sofrendo com custos acima do esperado.
Uma das formas de solucionar o problema é o programa AETP (Programa de Transição para Motores Adaptáveis), que está perto de entrar em produção seriada.
O AETP tem como objetivo permitir um aumento significativo de performance do motor, e promete aumento de potência, redução de consumo e melhor gerenciamento térmico, ou uma combinação destas melhorias.
Inicialmente, o AETP visa o F-35 e também pode acabar sendo usado no F-22, caso haja uma decisão neste sentido.
Outra solução proposta é o investimento em um motor da General Electric (GE). Isso já aconteceu antes: o motor PW F100, que era o único modelo para o F-15 e o F-16, também apresentou vários problemas durante o início da vida operacional, e decidiu-se por investir em um motor alternativo, o GE F110, e atualmente temos aeronaves com um ou outro modelo de motor.
Entretanto, a aeronave tem que sair de fábrica com um dos motores, não sendo possível mudar - ou seja, se a aeronave sair da fábrica com o F110 não poderá usar o F100, e vice-versa.
Originalmente previa-se que o F-35 teria dois motores, o F135 e o GE F136, mas o Pentágono resolveu cancelar o desenvolvimento do F136, embora o conceito fosse mais refinado que no caso da dupla F100/F110 - qualquer F-35 poderia utilizar qualquer um dos motores, mesmo na linha de frente, sem maiores dificuldades.
Com os problemas do F135, porém, o Pentágono está reavaliando a questão, especialmente porque as duas fabricantes estão com motores AETP prestes a entrar em produção - a GE com o XA100 e a PW com o XA101.
GE XA100
O JPO (Escritório Conjunto do Programa F-35) está definindo os critérios para a adoção das tecnologias AETP no F-35. Até o momento parece que o esperado é uma combinação de 10% a mais de potência e redução de 10% no consumo, junto com uma melhora considerável na gestão térmica do motor.
A PW diz que é possível incorporar os avanços do AETP no F135, o que seria mais econômico, segundo ela, mas não seria surpresa se o Pentágono decidisse abrir caminho para o XA100 ou um derivado.
Ainda não está claro qual será a decisão do JPO, mas uma coisa é certa, o caça de quinta geração em breve terá um motor de sexta geração, o que deve aumentar ainda mais a eficiência do F-35 e (espera-se) reduzir ainda mais seus custos operacionais, que já estão praticamente no mesmo patamar dos atuais caças de quarta geração como o F-15EX.
*Renato Henrique Marçal de Oliveira é químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel)
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