Nesta quarta-feira (7), o senador Omar Aziz, aquele mesmo senador que foi indiciado em setembro de 2019 por envolvimento no esquema que desviou cerca de 200 milhões de reais da saúde do Amazonas, fez uma infeliz declaração, dizendo que há "membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo".
O mesmo senador que preside a CPI do Covid-19, no último dia 29 de junho durante um dos depoimentos na CPI, pelo deputado estadual do Amazonas Fausto Júnior, foi apontado como suspeito de desvios de verba pública destinada à saúde, diante de todos os demais senadores da CPI.
Já é muito preocupante que um indivíduo suspeito de corrupção ocupe o cargo de senador da República, principalmente se este mesmo indivíduo preside uma CPI que deveria investigar e apontar as irregularidades e desvios de recursos durante o enfrentamento da Pandemia do Covid-19. Agora atacar as instituições que possuem maior idoneidade, credibilidade e compromisso com a nossa nação, declarando envolvimento das mesmas com suposta corrupção no Governo? Principalmente se considerarmos que tal CPI tem deixado muito aquém do que deveria ser feito, servindo como objeto de manobra de oposição ao governo e ignorando sumariamente pontos relevantes que deveriam ser objeto de investigação, a começar pelo referido senador que preside a CPI do Covid.
A declaração de Aziz levou a uma imediata resposta do Ministro da Defesa, Walter Braga Netto e os comandantes das Forças Armadas, que emitiram uma nota oficial repudiando as declarações do presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz, sobre o envolvimento de militares em casos de corrupção no governo.
Leia a íntegra da nota
Nota Oficial
O Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veementemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de julho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção.
Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável.
A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos.
Por fim, as Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da estabilidade do País, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo, pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia Covid-19, em preservar e salvar vidas.
As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro.
Walter Souza Braga Netto
Ministro de Estado da Defesa
Alte Esq Almir Garnier Santos
Comandante da Marinha
Gen Ex Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Comandante do Exército
Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista Junior
Comandante da Aeronáutica
Senador responde a nota
O senador Omar Aziz respondeu em Plenário a nota de repúdio do Ministério da Defesa contra as declarações dele durante a CPI realizada nesta quarta-feira (7).
A fala ocorreu após o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, “Infelizmente, um discurso bastante moderado para o momento que essa casa vive. Eu tenho respeito por vossa excelência. Mas minha fala, hoje, foi pontual. E reafirmo o que disse na CPI. Podem fazer 50 notas contra mim, só não me intimidem. Porque ao me intimidar, eles intimidam essa casa aqui”, disse o senador.
Mais uma vez a postura do senador é contrária a posição que se espera de um parlamentar, o qual sustenta uma postura "agressiva", reafirmando suas declarações, as quais até o momento não possuem qualquer prova ou embasamento, criando atrito desnecessário entre o parlamento brasileiro e as Forças Armadas.
Entendemos como um importante alerta, sendo reflexo de uma perigosa tentativa de manobrar politicamente através da politização de determinados assuntos de interesse nacional, como é o caso da CPI do Covid, a qual tem se mostrado plenamente incapaz de atender aos objetivos para qual fora proposta, passando a atuar como trampolim de oposição ao governo, e agora ataca instituições de grande credibilidade e prestígio como as Forças Armadas Brasileiras.
O GBN Defense se mantém isento de posicionamento político-partidário, mas repudia o uso irresponsável da palavra por representantes parlamentares e membros do governo, principalmente quando se trata de usar como palanque político, questões de grande sensibilidade e importância á nossa nação, como o criminoso desvio de recursos destinados ao combate do Covid-19, isso é no mínimo falta ética e respeito a democracia e nossas instituições.
GBN Defense - A informação começa aqui
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