quinta-feira, 8 de julho de 2021

LCS - Um polêmico conceito da USN que continua ganhando espaço


No último dia 25 de junho, a Austal USA realizou a entrega oficial do 14º LCS (N
avio de Combate Litorâneo traduzindo a sigla para o português) da Classe Independence, batizado USS Savannah, à US Navy (Marinha dos Estados Unidos). Com a entrega do mais novo navio deste conceito que levantou muitos questionamentos, o programa LCS passa a figurar como segundo maior programa da US Navy, superado apenas pela classe Arleigh Burke.

Apesar da identificação de problemas crônicos no projeto, a US Navy manteve sua aposta no programa, adotando melhorias e implementando soluções às falhas identificadas nos primeiros exemplares das duas classes que compõe o programa LCS. 

A USN recebeu em 2019, três destas belonaves, destinadas a operações em águas costeiras ou litorâneas, com mais quatro navios entregues no período de 2020. Este ano segundo o cronograma, um total de seis LCS devem ser entregues a USN até o final deste ano. Sendo esperada a entrega de dois navios da classe Independence e mais dois da classe Freedom.


Após um começo conturbado, sendo inseridos durante grandes mudanças no cenário geoestratégico, o Programa LCS foi alvo de muitos questionamentos, não apenas por conta dos problemas crônicos identificados em seu projeto estrutural, mas pela concepção em si, e sua capacidade de enfrentar as ameaças no novo cenário que se desenvolve.

Diante de inúmeros questionamentos e revisões no projeto original, a USN passou a desenvolver uma nova visão sobre o emprego desses meios, descobrindo o valor estratégico desses navios. Toda essa revisão nos conceitos e doutrinas de emprego (ORBAT e CONOPS), despenderam esforços para melhorar a confiabilidade das plataformas e as capacidades de emprego destes navios.

O programa LCS se viu em meio a polêmica, quando os primeiros navios apresentaram uma série de defeitos e falhas em seu projeto. Baseado no conceito de desenvolver navios capazes de atingir elevada velocidade, adotando uma configuração modular, que permitiria rapidamente adequar os navios as missões previstas e sendo capaz de operar em áreas litorâneas onde navios de maior porte não poderiam, o LCS era contudo uma visão revolucionária.

Porém, alguns críticos argumentaram que os LCS apesar de pequenos e rápidos, não estariam à altura de desempenhar seu papel diante das mudanças geopolíticas da última década, onde novas ameaças surgiram, principalmente no eixo asiático. Foi sugerido que uma nova classe de fragatas, bem como navios e aeronaves não tripulados, poderiam cumprir as missões previstas para o LCS com melhor custo-benefício. 


No entanto, os LCS provaram ser capazes de cumprir missões que navios maiores seriam incapazes de realizar, e isso incluiu uma implantação de sete LCS com a Quarta Frota da US Navy como parte da força antinarcóticos, enquanto os navios USS Montgomery (LCS-8) ​​e USS Gabrielle Giffords (LCS-10) dclasse Independence, foram capazes de operar em locais onde outros navios maiores não conseguiram.

“O USS Gabrielle Giffords e o USS Montgomery fizeram escalas, pré-COVID, em portos que não eramos capazes de operar há vários anos. E Puerto Princesa, nas Filipinas, foi um deles”, disse o capitão Tom Ogden, comandante do "Destroyer Squadron 7", sediado em Cingapura. “A capacidade de manobra de um navio com hidrojatos direcionáveis, mesmo com rebocadores menos potentes, permite que você possa fazer muitas das manobras sozinho. Fazer com que um DDG entre e saia de uma porto requer um pouco mais de suporte.”

A USN esta realizando a adição de seis novos navios LCS, o que não representa um aumento significativo da frota, pois a USN pretende dar baixa nos primeiros quatro LCS, conforme foi apresentado no seu planejamento estratégico. O Chefe de Operações Navais, Almirante Mike Gilday, justificou os planos dizendo que custaria cerca de 2,5 bilhões de dólares só para atualizar esses navios para a configuração definitiva que os navios da classe estão sendo construídos, e que o recurso poderia ser melhor gasto em outro lugar.

Também foi observado que os primeiros quatro LCS eram “navios de teste” e são configurados de maneira diferente dos novos navios de suas classes. No entanto, o Congresso anulou planos para desativar o terceiro e o quarto navio, respectivamente, o USS Fort Worth (LCS-3) e o USS Coronado (LCS-4).


Apesar da continuidade do Programa LCS, a USN investe em paralelo em novas fragatas, com a Classe Constellation, projeto que tem como base as Fragatas FREMM, começam a ganhar ritmo e em breve teremos os primeiros navios da nova classe de fragatas norte americanas comissionadas, o que parece ser uma forma de complementar as deficiências dos LCS, além de garantir maior poder frente a ameaça representada pelo crescimento da esquadra chinesa.


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com agências de notícias
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