O KC-390 assumiu na ocasião, o papel que normalmente é desempenhado pelas aeronaves VC-1 (Airbus A-319CJ) ou VC-2 (Embraer E-190) pertencentes ao Grupo de Transporte Especial (GTE) da Força Aérea Brasileira. A aeronave conduziu o Presidente e sua comitiva da capital Brasília, para Ponta Porã no Mato Grosso do Sul, onde participaram da inauguração do novo radar que pertence ao CINDACTA II.
Demonstrando suas características modulares, que permite a rápida reconfiguração da aeronave para atender a um vasto leque de missões, o FAB 2856 empregou pela primeira vez o sistema de assentos paletizados. Os assentos dispostos na configuração 2+2, apresentam um relativo conforto, muito similar ao encontrado em aeronaves comerciais, sendo rapidamente embarcados e configurados pela rampa traseira.
O "Kit VIP" coloca agora a maior aeronave já projetada e construída no Brasil, como uma das opções para o transporte presidencial durante suas viagens pelo país.
Capaz de operar em pistas curtas e rústicas, o KC-390 garante uma grande versatilidade de emprego, sendo uma plataforma multimissão que oferece robustez, modernidade e segurança, seja cumprindo missões de transporte de tropas, lançamento de paraquedistas, transporte de cargas, combate a incêndios, reabastecimento em voo (REVO) ou mesmo atuando no transporte de autoridades, como "Força Aérea Um", demonstrando o expertise brasileiro no campo do desenvolvimento aeroespacial.
A primeira aeronave foi entregue em setembro de 2019, com a Força Aérea Brasileira contando hoje com quatro exemplares do KC-390, frutos do contrato que previa inicialmente 28 exemplares, porém, o número de encomendas foi reduzido devido aos sucessivos cortes no orçamento de defesa brasileiro. Tais cortes são um alerta para a necessidade de uma revisão sobre a importância que é dada aos assuntos de defesa no Brasil, uma vez que tais cortes impactam diretamente em programas estratégicos, como o desenvolvimento e aquisição do KC-390, aeronave que tem se mostrado importantíssima nos esforços logísticos de combate a pandemia do Covid-19.
Com a falta de uma política sólida, e a ausência de comprometimento com alocação dos recursos orçamentários necessário à defesa nacional, surge o risco da descontinuidade de inúmeros programas de defesa em curso, bem como a perda dos investimentos já realizados. Somando a todos estes fatores, a Base Industrial de Defesa Brasileira (BID) também é colocada em xeque, com a redução e cancelamentos nos contratos de desenvolvimento e aquisições, o futuro de muitas indústrias é incerto, o que poderá resultar não só na perda de empregos, mas na perda da capacidade tecnológica desenvolvida e em determinados casos, absorvida através da transferência tecnológica envolvida.
Hoje a BID é uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico, fomentando a pesquisa, desenvolvimento e qualificação profissional em diversos níveis, empregando milhares de profissionais altamente qualificados. É preciso que os congressistas e a equipe econômica tenham consciência do papel desempenhado pela BID e as Forças Armadas, não só no que diz respeito a defesa de nossa soberania, mas no apoio à saúde, educação e o impacto na economia do Brasil.
Por: Angelo Nicolaci
GBN Defense - A informação começa aqui
.jpg)
.jpg)
.jpeg)
0 comentários:
Postar um comentário