O batismo de fogo da Fuerza Aérea Argentina nas Malvinas: Mirages e Daggers contra Sea Harriers!

No dia 1° de maio de 1982, a Força Aérea Argentina (FAA) iniciou suas operações de combate real contra as forças inglesas que iniciaram a operação de retomada das ilhas ("Operação Corporate"), com ações primeiramente defensivas de sua Artilharia Antiaérea (AAe). Na madrugada do dia 1° de maio ocorreu o primeiro ataque dos Avro Vulcan da Real Força Aérea Britânica (RAF), a "Operação Black Buck I", vindo da Ilha de Ascensão, que causou apenas danos leves na então "BAM Malvinas". Os feridos foram evacuados para Puerto Argentino (Port Stanley) por um Boeing CH-47 Chinook da FAA, o H-91.

Por volta das 15:45h ocorreu a decolagem da Esquadrilha "Dardo", formado por dois caças Dassault Mirage IIIA, da BAM Río Gallegos. Estes seriam os primeiros a lutar contra os pequenos caças V/STOL BAe Sea Harrier.

Durante o engajamento, próximo as ilhas, um Mirage foi abatido por um "Sea Harrier" que disparou com sucesso um míssil AIM-9L Sidewinder. O piloto argentino conseguiu ejetar e foi resgatado. O outro avião, com pouco combustível, foi danificado por um AIM-9L e tentou pousar na BAM Malvinas, que estava em alerta vermelho, e foi abatido pela própria artilharia antiaérea argentina. Seu piloto, o capitão Gustavo Argentino García Cuerva, acabou morrendo.

Às 15:54h, da BAM Río Grande decola um único caça IAI Dagger (a outra aeronave abortou a decolagem por problemas técnicos) da Esquadrilha "Rubio", que foi vetorado pelo radar da BAM Malvinas, enfrenta dois "Sea Harrier" inimigos também próximo as ilhas. O piloto argentino foi o primeiro a atacar e disparar um míssil Rafael Shafrir fora dos parâmetros, mas que consegue chegar perigosamente a aeronave inglesa. Enquanto isso, o outro "Sea Harrier" o abateu com um míssil AIM-9L Sidewinder. O piloto, primeiro-tenente José Leonidas Ardiles (primo do famoso ex-jogador de futebol Osvaldo Ardiles), não conseguiu ejetar e morreu.

Além dos "Mirages" e "Daggers", houve a decolagem de três bombardeiros BAC "Canberra" da BAM Trelew, que foram interceptados por um elemento de "Sea Harrier", com um dos "Canberra" sendo abatido pelos ingleses, sua tripulação, o tenente Eduardo de Ibáñez e o primeiro tenente Mario González, embora tenham conseguido ejetar, não puderam ser resgatados e morreram.

Ainda no dia 1° de maio, duas aeronaves Lockheed KC-130H "Hércules" efetuaram três surtidas de Río Gallegos efetuando missões de exploração, busca e salvamento para tentar localizar pilotos abatidos e orientar os helicóptero de resgate, além de efetuar missão de reconhecimento.

As aeronaves do "Esquadrão Fênix" (formado por militares, civis convocados e voluntários, juntamente com suas aeronaves) também efetuaram surtidas de reconhecimento e esclarecimento naval, além de simular aeronaves de caças para despistar as aeronaves inglesas.

O saldo do primeiro dia de combate não foi bom para a Força Aérea Argentina, com quatro aeronaves abatidas e três pilotos e tripulantes mortos. Mesmo assim os pilotos argentinos continuariam lutando com muita bravura e honra contra um poderoso inimigo por mais 43 dias até o fim da guerra, no dia 14 de junho.

Por: Luiz Reis - Editor do Canal Militarizando, Professor de História da Rede Oficial de Ensino do Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, Historiador Militar, entusiasta da Aviação Civil e Militar, fotógrafo amador. Brasiliense com alma paulista, reside atualmente em Fortaleza-CE. Luiz colaborou com o Canal Arte da Guerra e o Blog Velho General e atua esporadicamente nos blogs da Trilogia Forças de Defesa, também fazendo parte da equipe de articulistas do GBN Defense

Informações e dados da Força Aérea Argentina.

NOTA: O Canal Militarizando e o GBN Defense homenageiam e saúdam os bravos pilotos argentinos, que cumpriram sua missão, mesmo com o sacrifício de suas vidas, com honra e glória.

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