sexta-feira, 7 de maio de 2021

Índia Nuclear - O secretismo entorno do "INS Arihant", primeiro SSBN indiano completa 5 anos em operação


Há cinco anos os indianos comissionavam seu primeiro submarino nuclear de mísseis balísticos (SSBN), dando inicio a uma saga que tem se mantido no mais alto secretismo pelas autoridades e a Marinha da Índia.

Poucos submarinos conseguem ser mais discretos e escapar das curiosas lentes dos fotógrafos do que os dois submarinos da Classe Arihant da Índia. O programa que lançou o INS Arihant (S2), primeiro navio e que dá nome a nova classe, foi comissionado em 2016 e um segundo submarino da classe, o INS Arighat (S3), segue em construção e  deve se juntar ainda este ano ao INS Arihant no setor operativo da Marinha Indiana.

A Classe Arihant tem um design único que pode ser caracterizado como um 'SSBN de bolso'. É muito menor do que outros submarinos de mísseis balísticos (exceto os exemplares de propulsão convencional da Coréia do Norte). Seu casco é mais curto e mais fino do que seus contemporâneos e carrega apenas quatro silos de mísseis, deslocando 6.000 toneladas equipado com reator nuclear de 80MW. Mas isso não diminui o mérito das conquistas industriais indianas em conceber um submarino de propulsão nuclear. E em muitos aspectos seu tamanho modesto parece pragmático. Outros países que estão desenvolvendo submarinos nucleares, como aqui no Brasil, adotaram um desenho menor que os tipos operados por EUA, Reino Unido, Rússia e China. O que não quer dizer que tais projetos sejam menos capazes de cumprir com sua missão. 

Construído sob o projeto Advanced Technology Vessel (ATV), foi lançado em 26 de julho de 2009, aniversário do "Vijay Diwas" (Dia da Vitória na Guerra de Kargil ) pelo então Primeiro Ministro da ÍndiaManmohan SinghO INS Arihant realizou um extenso programa de provas de mar, os quais concluiu em 23 de fevereiro de 2016, com seu comissionamento e entrega ao setor operativo ocorrendo em agosto do mesmo ano

A Classe Arihant desenvolvida pela Índia traz uma forte semelhança com a classe Kilo de origem russa. O posicionamento do sonar no topo da proa e muitos aspectos da vela são visualmente idênticos a que encontramos no submarino russo. E o diâmetro do casco é bastante similar, com a seção de vante do casco e a vela muito semelhantes à classe Kilo. Isso faz algum sentido, pois a Índia opera hoje com dez exemplares da Classe Kilo, denominados pela Índia como Classe Sindhughosh.



Alguns exemplares Classe Sindhughosh (Classe Kilo) da Índia passaram por um programa de modernizações, incorporando uma nova suíte eletrônica e sistema sonar 'USHUS' desenvolvidos pelo DRDO. Parece provável que o casco dianteiro do Arihant tenha sido desenhado semelhante para acomodar o sistema de sonar USHUSEste sistema passaou por um programa de aprimoramento, resultando no USHUS-2. O sistema USHUS inclui um sonar passivo cilíndrico no queixo, vários sonares de interceptação, um sonar para evitar obstáculos e um sonar ativo.

No geral, o arranjo do sistema é o mesmo que os sistemas russos originalmente instalados na Classe Kilo. No entanto, os sonares de interceptação no bordo de fuga da vela são dispostos um acima do outro. Isso pode explicar a forma diferente da janela do sonar exibida pelo Arihant.

Uma diferença visível entre a Classe Arihant e a Classe Kilo é o arranjo do tubo do torpedo. O posicionamento apresentado pelos Arihant é mais baixo. Isso indica algumas diferenças internas e confirma que não é literalmente o mesmo desenho do casco da Classe Kilo.

As armas do Arihant

Na seção após a vela, se encontram os compartimentos de mísseis balísticos da Classe Arihant, o que diferencia claramente da Classe Kilo, onde o SSBN indiano exibe quatro silos de mísseis disposto em linha, estes estão equipados com sistema de tubos triplos para o míssil K-15 'Sagarika', míssil desenvolvido pela índia, com capacidade levar uma ogiva de 1.000 kg a cerca de 400 milhas náuticas.

Segundo fontes, o K-15 é visto como uma solução provisória, sendo um projeto com mais de dez anos, e que deverá dar lugar ao míssil K-4, trata-se de um moderno SLBM (Submarine Launched Ballistic Missile - Míssil Balístico Lançado por Submarino), onde cada silo será capaz de acomodar um único míssil. De acordo com informações, o alcance do K-4 está em cerca de 1.900 milhas náuticas, quase 4 vezes o alcance de um K-15, o que elevará a capacidade de dissuasão nuclear através de submarinos pela Marinha da Índia, embora ainda tenha um alcance tímido frente ao exibido por armas similares operadas por grandes potências, o míssil atende as necessidades estratégicas indianas.


O INS Arihant desperta curiosidades, principalmente pelas poucas imagens e informações disponibilizadas por este tipo de submarino, o que é improvável de mudar nos próximos anos. Em breve deve se juntar a força de submarinos indiana o segundo exemplar da classe, com o INS Arighat. O comissionamento do segundo submarino da classe pode fornecer mais detalhes sobre as capacidades desta classe. E será possível observar de existe alguma diferença notória entre os dois navios da classe. 

Os indianos tem mantido o ritmo de construção de uma força de dissuasão baseada em SSBNs, com terceiro exemplar da Classe Arihant em construção, o qual segue no máximo sigilo como os dois primeiros exemplares.


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com NavalNews

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