Uma dessa ideias foi a criação da “Força Aérea Sul” (“Fuerza Aerea Sur”, em espanhol), que possuía a sigla “FAS” que seria a organização responsável por coordenar as aeronaves da Força Aérea Argentina (FAA) durante as operações militares na guerra.
O Comando Aéreo Estratégico argentino criou a Força Aérea Sul para conduzir operações militares no sul da Argentina. A criação formal ocorreu no dia 5 de abril de 1982. O então comandante da IV Brigada Aérea, brigadeiro Ernesto Crespo, tornou-se o comandante da FAS. O CAE, que respondia diretamente à Presidência da República da Argentina, era o único supervisor da FAS.
ORGANIZAÇÃO DA FORÇA AÉREA SUL
Comando
Comandante:
brigadier Ernesto Horacio Crespo
Vice
Comandante: brigadier Roberto Fernando Camblo
Chefe
de Estado Maior: comodoro José Antonio Juliá
Coordenador
Geral: comodoro Correa Cuenca
Oficial
de Operações de Defesa: comodoro Rodriguez
Estado
Maior
Chefe
do Departamento de Pessoal (A-1): comodoro Manuel R. Rivero
Chefe
do Departamento de Inteligência (A-2): comodoro Jorge Alberto Espina
Chefe
do Departamento Operacional (A-3): comodoro José Antonio Juliá
Chefe
do Departamento de Material (A-4): comodoro José D. Marcantoni
Chefe
do Departamento de Comunicações (A-5): vicecomodoro Antonio Maldonado
Seções
Operacionais
Seção
de Exploração y Reconhecimento: comodoro Ronaldo Ferri
Seção
de Operações Eletrônicas: comodoro Ronaldo Ferri
Seção
de Busca e Salvamento: mayor Norberto Héctor Barozza
Seção
de Análise e Avaliação de Operações: vicecomodoro Torres
Seção
de Vigilância e Controle Aéreo: comodoro Enrique Saavedra
Seção
de Tráfego Aéreo: mayor Horacio A. Oréfice
Seção
de Segurança Aérea e Interceptação: comodoro Tomás Rodríguez
Seção
de Segurança e Serviços: vicecomodoro Aguirre
Seção
de Meteorologia: primer teniente Viotti
BASES
AÉREAS MILITARES DA FAS
Bases da Força Aérea Sul. (Fonte: FDRA Malvinas) |
As
seguintes unidades estavam sob o comando da Força Aérea do Sul:
Base Aérea Militar Trelew (BAM Trelew)
A FAA
criou a BAM Trelew em 10 de abril de 1982 na Base Aérea Naval Almirante Zar do
COAN da Marinha Argentina. Era a base mais distante das Malvinas (a 1.080 km
das ilhas). Nessa base operaram os BAC Mk.62 Canberra do 1º Esquadrão de
Bombardeiro, a aeronave de maior alcance do inventário das FAS. A BAM Trelew
foi usada pela Força Aérea Sul como base de voos de guiagem e distração, bem
como para voos de exploração e reconhecimento ou busca e salvamento no mar. Trelew
também foi uma das bases do Esquadrão Fênix.
IX Brigada Aérea (BAM Comodoro Rivadavia)
Situada
na cidade de Comodoro Rivadavia, distante cerca de 860 km das ilhas, já era uma
Base Aérea Militar pertencente a FAA. Passada para o comando da FAS em abril de
1982, de lá partiram missões dos Fokker F27 Friendship, que lá serviam no 6º Esquadrão
de Transporte. Também era sede do 4º Esquadrão de Ataque, que operava os bimotores
de ataque FMA IA-58 Pucará, onde muitas dessas aeronaves foram destacadas para
as ilhas. O Esquadrão Fênix também estava baseado em Comodoro Rivadavia, de
onde guiavam os Pucará para operarem nas Malvinas.
Base Aérea Militar de San Julián (BAM San Julián)
Vista aérea da BAM San Julián no dia 9 de junho de 1982, perto do final da guerra. (Foto: Pinterest) |
Foi
criada ainda em 1978 por conta da crise do Canal de Beagle e a quase-guerra contra
o Chile, lá situando um esquadrão de caças-bombardeiros Douglas A-4C Skyhawk. A
FAA reativou a BAM San Julián (distante 700 km das ilhas) em abril de 1982 e a
colocou subordinada a FAS para servir o 1º Esquadrão Móvel de Aeronaves A-4C e
o 2º Esquadrão Móvel, equipados com os caças multifunção de origem israelense IAI
Dagger do 6º Grupo de Caça. Este último foi transferido para a Base Aérea
Militar de Río Gallegos em 9 de junho de 1982, quando o 1º e o 2º Esquadrões Móveis
de A-4B deixaram essa base para se estabelecer em San Julián.
Base Aérea Militar de Santa Cruz (BAM Santa Cruz)
Também
criada em 1978 por causa da crise entre Argentina e Chile de 1978, a BAM Santa Cruz
abrigou parte do 3º Grupo de Ataque, equipado com IA-58 Pucará, que
permaneceram na região até o final da crise. Em 1982, as FAA reativaram a base por
causa do conflito do Atlântico Sul (a base fica a cerca de 790 km das ilhas). O
3º Grupo de Ataque desdobrou um Esquadrão composto por aeronaves IA-58 Pucará.
Estes patrulhavam a costa por causa da ameaça britânica contra alvos na
Patagônia.
Base Aérea Militar Río Gallegos (BAM Río Gallegos)
Um Dassault Mirage IIIEA decolando da BAM Río Gallegos durante a guerra. (Foto: Pinterest) |
Uma
das mais importantes bases militares da FAA na região, a BAM Río Gallegos
ficava a 750 km das ilhas. O 5º Grupo de Caça (equipados com o Douglas A-4B
Skyhawk) e o 8º Grupo de Caça (equipados com os interceptadores Dassault Mirage
IIIEA) executaram suas operações de combate a partir da BAM Río Gallegos
durante a Guerra das Malvinas, sob o Plano de Operações Nº 2/82 “Manutenção da
Soberania”. De Río Gallegos também partiam voos dos Lockheed C-130 Hercules que
ressupriam as tropas nas ilhas quantos os que realizavam o reabastecimento
aéreo das aeronaves atacantes com essa capacidade (através da versão KC-130). A
BAM Río Gallegos também abrigou o Comando da Força Aérea do Sul durante as hostilidades.
Aeronave Douglas A-4C Shyhawk canibalizada em Río Gallegos. A FAS enfrentou muitas dificuldades durante a guerra, principalmente falta de peças de reposição e suprimentos. (Foto: Pinterest) |
Base Aérea Militar de Río Grande (BAM Río Grande)
Río Grande era o lar dos temíveis Dassault Super Étendard do COAN, que causaram temor aos ingleses por causa do seu poderoso míssil antinavio Exocet. (Reprodução Internet) |
A
Base Aérea Militar de Río Grande (distante cerca de 690 km das ilhas) também
foi criada em abril de 1982 por causa do conflito no Atlântico Sul. Suas
instalações eram vizinhas da Base Aérea Naval de Río Grande da Marinha
Argentina. O 1º Esquadrão Móvel do 6º Grupo de Caça, equipados com os caças IAI
Dagger, realizou suas operações em direção as ilhas a partir da base.
A “Força-Tarefa 80”
O
Comando da Aviação Naval da Argentina (COAN) também teve o seu desdobramento no
sul do país para o conflito. Tal missão seria responsabilidade da chamada “Força-Tarefa
Aeronaval” ou “Força-Tarefa 80” (“Fuerza de Tareas Aeronaval” ou “Fuerza de
Tareas 80”, em espanhol). Essa unidade também foi conhecida pela sigla “FT 80”,
e também operou com várias aeronaves, dente elas os recém-adquiridos Dassault Super
Étendard, que poderiam lançar os mísseis antinavio Exocet.
APÓS A GUERRA
O Brigadeiro Ernesto Crespo, Comandante da FAS. (Reprodução Wikipédia) |
Após
o fim das hostilidades, a FAS foi extinta. As aeronaves sobreviventes do
conflito voltaram para suas bases de origem, a BAM San Julián e a BAM Santa
Cruz voltaram a se tornar aeroportos civis e a FAA abandonou as Bases Navais de
Trelew e de Río Grande. O brigadeiro Ernesto Crespo, que cumpriu com honra o
seu dever, anos depois acabou se tornando o Comandante-Geral da Força Aérea
Argentina. O Brigadeiro Crespo faleceu no dia 6 de março de 2019.
Com informações retiradas da Wikipédia, Canal Militarizando, Revista Força Aérea e Blog Forças de Defesa.
*Foto de Capa: O IAI Dagger C-421, veterano da Guerra das Malvinas, "espetado" próximo ao Aeroporto de Puerto San Julián, uma das bases da Força Aérea Sul durante o conflito em 1982. (Foto: Pinterest)
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Por: Luiz Reis - Editor-Chefe do Canal Militarizando, Professor de História da Rede Oficial de Ensino do Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, Historiador Militar, entusiasta da Aviação Civil e Militar, fotógrafo amador. Brasiliense com alma paulista, reside atualmente em Fortaleza-CE. Luiz colaborou com o Canal Arte da Guerra e o Blog Velho General e atua esporadicamente nos blogs da Trilogia Forças de Defesa, também fazendo parte da equipe de articulistas do GBN Defense. Contato: [email protected]
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