As forças armadas do Azerbaijão começaram hoje (16) manobras de grande envergadura, com o envolvimento de 15.000 efetivos e centenas de blindados e de aeronaves de combate, momento em que aumentam as tensões fronteiriças com a vizinha Armênia.
Durante a manobra serão empregados 15.000 militares, 300 MBTs e outros veículos blindados, 400 peças de artilharia, sistemas de mísseis, morteiros e armas antitanque, bem como 50 aeronaves de combate e drones, informou o Ministério da Defesa Azeri, através de um comunicado.
O comunicado informa que os exercícios militares ocorrerão entre os dias 16 e 20 de maio, tendo como objetivo fortalecer a cadeia de comando e avaliar as capacidades logísticas de suas forças armadas, levando em consideração a experiência acumulada durante a guerra de "Nagorno-Karabakh", bem como aperfeiçoar a interação entre as forças militares.
Por seu lado, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Azeri, Leila Abdulayeva, considerou "infundados" os protestos da Armênia, que, quarta-feira (12), denunciou uma suposta incursão de militares azeris em território armênio.
"As declarações da Armênia de que o Azerbaijão supostamente violou as suas fronteiras são absolutamente infundadas. O Azerbaijão continua a fortalecer o sistema de proteção de suas fronteiras no âmbito da sua integridade territorial", destacou a porta-voz no comunicado.
Segundo Abdulayeva, as manobras militares são um processo que se realiza com base em "mapas de ambas as partes", destacando que o Azerbaijão sempre respeitou "a soberania, a integridade territorial e as fronteiras reconhecidas internacionalmente".
Face à recusa das forças azeris em se retirarem da zona de fronteira, a Armênia solicitou sexta-feira (14) ajuda militar da Rússia, em conformidade com o acordo de assistência mútua entre os dois países.
Numa reunião extraordinária no Parlamento de Erevan, o primeiro-ministro interíno da Armênia, Nikol Pashinian, denunciou que as Forças Armadas azeris penetraram cerca de 3,5 quilômetros no sul do país, embora se tenham comprometido a abandonar o território.
"Mas o acordo foi apenas parcialmente cumprido", disse Pashinian, que anunciou em 25 de abril passado sua renuncia, continuando a exercer o cargo de forma interina até às eleições legislativas de junho.
Pashinian indicou também ter dado instruções para iniciar as consultas na Organização do Tratado de Segurança Coletiva pós-soviética devido à incursão dos militares azeris.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores armênio, o Presidente do Tajiquistão, Emomali Rakmov, que detém a presidência rotativa da aliança militar pós-soviética, já recebeu o pedido e decretou que se dê início a consultas no âmbito do grupo que é composto também pela Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão, além da Armênia.
A União Europeia também descreveu os acontecimentos na fronteira entre a Armênia e Azerbaijão como "preocupantes" e apelou a ambas as partes para que exerçam "o máximo de contenção e reduzam a escalada" da tensão.
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com agências de notícias
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