Há momentos em que nós devemos arregaçar as mangas e lançar um editorial expondo determinado posicionamento acerca de assuntos estratégicos de interesse nacional. Principalmente em meio a uma série de fake news e meias verdades que tomam nosso cotidiano. O intuito do GBN Defense não é, e nunca será o posicionamento político, ideológico ou partidário, mas sempre o de trazer ao nosso público um conteúdo de qualidade, com informação e conhecimentos visando prover nosso leitor a capacidade de analisar o cenário geopolítico que o cerca, de maneira transparente, séria e isenta. Mas quando se faz necessário defender os interesses de nossa nação, sempre iremos lançar nosso editorial, o qual é de responsabilidade nossa, e não diz respeito a qualquer opinião ou posicionamento alheio a interesses financeiros ou políticos de determinado grupo ou organização, se tratando da voz de seu editor, um brasileiro nato e que trabalha muito para construir um canal de comunicação sério, isento e com qualidade ímpar, hoje reconhecido e respeitado dentro e fora do Brasil.
Neste primeiro editorial do ano, o intento é apontar a urgência de um posicionamento firme e convicto do Planalto para com os interesses de nossa nação, interesses estes que jamais devem ser pautados por questões alheias a nossa realidade e necessidade prioritária, onde o Estado deve sempre estar apto a defender o que determina nossa Constituição Federal e as atribuições que cabem a cada uma das instituições que compõe o Brasil, dentre elas nossas Forças Armadas, Orgãos de Segurança Pública, Saúde e Educação.
A crise desencadeada pelo COVID-19, a qual completou um ano do registro do seu primeiro caso em nosso país há poucos dias, levou o Brasil como um todo a enfrentar um desafio com o qual jamais esperávamos nos confrontar. E durante esse longo combate ao vírus, nos deparamos com deficiências preocupantes em várias esferas do poder público e de suas instituições. Um deles que ficou bem claro logo no início, foi o baixo investimento no setor de pesquisas, algo que não é novidade no Brasil, além das lacunas nas capacidades dos setores de saúde e de nossas Forças Armadas, os quais tem sido os maiores protagonistas nesta batalha pela vida.
No setor de saúde já é algo de conhecimento a ausência por décadas de um plano de modernização e preparo da rede pública, e não poupo nenhuma das três esferas do poder público, onde os estados e municípios são os principais responsáveis pelo estado calamitoso no qual todo sistema se encontra. Pois há décadas governantes tem tratado o setor de saúde sem a devida atenção e respeito que o mesmo merece, e não passo pano para qualquer governo, pois todos são coniventes e cúmplices pelos óbitos gerados pela omissão do poder público, pela falta de caráter e corrupção que parte do mais alto escalão, até o funcionário mais baixo, os quais desviam recursos, se omitem ou se valem dos cargos e posição para atender aos interesses próprios ou de terceiros com vistas a obter lucro e status.
Os famosos "malandros" infestam nossa máquina estatal. Mas cabe aqui deixar claro, que apesar de termos muitas "frutas podres no pé", ainda se salvam muitos bons profissionais, os quais se dedicam e enfrentam um enorme desafio para cumprir seu papel e salvar vidas. Eu mesmo me orgulho por ter muitos destes verdadeiros "heróis" como amigos, os quais por diversas vezes arriscam a própria vida, o que vejo não apenas no setor de saúde, como também no setor de segurança pública. Em nossas Forças Armadas vejo o grande empenho e uma postura ilibada de nossos militares das três forças, os quais vão além de suas capacidades e dão sempre um jeito de atender a demanda e cumprir a missão.
A grande mídia tem tido um papel muito distante do que lhe cabe, tendo atuado como panfletários ideológicos e partidários, ignorando fatos, manipulando informações e por muitas vezes alimentando fake news, um ato que não condiz com a missão do jornalista, rasgando toda ética profissional e valores da profissão, sendo verdadeiras "prostitutas de luxo" em um sistema que se preocupa apenas com o lucro e os bilionários contratos governamentais e leis de incentivo a cultura que foram deturpados para bancar artistas e instituições as quais não necessitavam de nenhum incentivo do governo, enquanto muitos produtores culturais que deveriam ser contemplados com incentivo, foram ignorados e marginalizados pela Lei Rouanet, a mesma que nasceu para apoiar os pequenos e desfavorecidos artistas, mas que no fim das contas rendeu recursos milionários para artistas consagrados e auto sustentáveis.
Bem, agora vamos entrar no ponto chave deste editorial, o qual até aqui lançou uma importante reflexão a você leitor. Onde esta sendo aplicado o nosso dinheiro?
Vemos inúmeros escândalos em todo Brasil envolvendo compras superfaturadas e desvio de recursos para o combate ao Covid-19, estados e municípios tentando tomar decisões que cabe ao Planalto, e vemos o STF atuando fora da sua alçada, se intrometendo no campo que cabe ao poder Legislativo e Executivo, tornando uma verdadeira zorra nosso país. Inclusive com decisões absurdas e violações de direitos, como foi o caso da prisão de um deputado federal que se manifestou contra o STF e teve prisão decretada, enquanto outra que responde processo por mandar assassinar o próprio marido segue impune e livre, ainda exercendo seu mandato... Pior, vimos um político condenado por corrupção ter quatro processos anulados, mesmo tendo sido condenado, o garantindo a elegebilidade nas próximas eleições.
Foram bilhões desviados em contratos fraudulentos ou superfaturados, como vimos aqui no Rio de Janeiro com vários hospitais de campanha que custaram milhões e nunca chegaram a funcionar.
Enquanto isso... Vemos nossas Forças Armadas mais uma vez enfrentando desafios e adivinha... sem qualquer recurso destinado a implementar seus programas de modernização e reaparelhamento.
Quando precisamos repatriar nossos compatriotas que estavam na China, demandamos um enorme planejamento logístico, o qual envolveu vários meios e um custo considerável para cumprir a missão. A qual teria sido cumprida por menos da metade do custo, caso houvesse sido adquirida uma aeronave de transporte adequada para nossa Força Aérea Brasileira, algo que já foi apontado há décadas, desde a aposentadoria de nossos vetustos KC-137, mas ignorados governo após governo.... Porém, agora que a necessidade se apresenta frente a pandemia, os que criticavam a compra de novas aeronaves, são agora os mesmos que metem o pau na FAB por não possuir aeronaves adequadas.
Eu como jornalista especializado em geopolítica e defesa, não me atrevo a adentrar uma seara que não domino sem antes um mínimo estudo e conhecimento do assunto, algo que é completamente ignorado por boa parte dos profissionais da grande mídia, salvo algumas exceções, a maioria desconhece completamente o assunto, mas insistem em se posicionar como "oráculos" e destilam muitas informações equivocadas e falsas, sem qualquer comprometimento com a ética e valores da profissão. Lembrando que muitos fazem isso de forma deliberada, proposital e com má intenção, servindo como um agente de desinformação.
A crise recente envolvendo a falta de oxigênio no Amazonas, é um clássico exemplo da maneira como se tenta politizar todo acontecimento, ignorando fatos e difundindo falsas informações, como a tentativa de colocar a culpa pela demora no fornecimento do oxigênio na logística da FAB, ou ainda alegando que a frota de C-130 Hércules não esta atendendo a demanda, ignorando inclusive o importante papel desempenhado por uma "estrela" de nossa industria, o Embraer KC-390, que tem se mostrado um importante ativo e um acertado investimento feito pela FAB, o qual esta entrando em operação e atuando ativamente desde o inicio da crise desencadeada pela pandemia. Ignoram que os C-130 Hércules estão em fase de desativação, os quais serão substituídos por uma moderna frota de KC-390. Mas para que divulgar a realidade? Rende mais criar sensacionalismo e manchetes de criticas ao trabalho das Forças Armadas e do governo em exercício.
No final de janeiro, durante uma de suas lives, o presidente Bolsonaro anunciou a aquisição de duas aeronaves A330 MRTT para atender as necessidades logísticas impostas à FAB pela pandemia. Algo que deu certo alívio a quem conhece e acompanha o trabalho da FAB no que diz respeito a capacidade de transporte estratégico. Mas, recentemente o Ministério da Economia negou os recursos para compra das aeronaves, os quais seriam oriundos da "Lava-Jato", sob alegações no mínimo equivocadas, onde se imputou as incertezas sobre o avanço da pandemia e as necessidades logísticas que a mesma venha apresentar, além de afirmar que a FAB não possuir capacidade orçamentária para manter os custos operacionais das aeronaves em voga, ignorando necessidades expostas pela crise do Covid-19, subestimando as reais lacunas identificadas e desconsiderando toda analise técnica.
A compra das duas aeronaves representam um importante ganho para o Brasil em vários aspectos, seriam rapidamente disponibilizadas e colocadas em operação no prazo de poucos meses. Uma oportunidade única e tratando-se de um negócio atraente tanto do ponto de vista econômico, como técnico.
Ao que tudo indica, iremos presenciar mais um retrocesso e a perda de mais uma oportunidade, além de ver muito mais de nosso dinheiro ir pelo ralo nas burocráticas licitações e estudos de viabilidade, quando temos uma oportunidade objetiva e única de cobrir uma lacuna em nossa capacidade logística, devido a miopia e falta de comprometimento com nosso povo.
Em resumo, o que assistimos é um Brasil onde o governo não é exercido pelo poder Executivo, mas por uma verdadeira zorra, onde judiciário, legislativo e agora até ministérios que não tem propriedade sobre um assunto que caberia apenas ao Ministério da Defesa e a quem tem a caneta, o Presidente democraticamente eleito, dão pitaco e tomam decisões que não lhes cabe, e quem paga a conta pelo desmando e essa zorra? Nós!!! o povo brasileiro.
Por: Angelo Nicolaci
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