Na última quarta-feira (3), a Saab anunciou o início de mais uma fase do programa de ensaios de voo do F-39E Gripen, a nova aeronave de caça da Força Aérea Brasileira, começou a fase de ensaios em voo supersônico no Brasil. A aeronave, que está no Centro de Ensaios em Voo do Gripen (GFTC, da sigla em inglês) nas instalações da Embraer, em Gavião Peixoto (SP), tem realizado essas atividades nas áreas de teste designadas a noroeste da base. Todos os voos seguem procedimentos definidos pelas autoridades e são realizados em grandes altitudes, acima de 5 mil metros.
Essa fase é essencial para testar o desempenho e as funções da nova aeronave em voo supersônico, sendo um importante marco no programa de certificação e aceitação da aeronave, a qual será a espinha dorsal da FAB no século XXI. O Gripen E chegou ao Brasil em setembro de 2020, visando cumprir o programa de certificações e avaliações previstos.
“O Gripen realizará voos supersônicos durante os próximos meses. Voar mais rápido do que a velocidade do som cria uma onda sonora diferente, um estrondo sônico, que pode parecer mais um trovão do que uma aeronave passando. É possível que os moradores da região ouçam esse barulho durante os testes com o novo caça brasileiro. Temos o cuidado de garantir que esses voos supersônicos sejam realizados em áreas de teste designadas, em coordenação com as autoridades aeronáuticas conforme os procedimentos da Força Aérea Brasileira”, explica Sven Larsson, head do Centro de Ensaios em Voo do Gripen, da Saab.
O programa de avaliações no Brasil inclui testes dos sistemas de controle de voo e sistemas climáticos. Outro objetivo importante, é avaliar a operação da aeronave aeronave no clima tropical. Características únicas das aeronaves brasileiras, como integração de armamentos e sistema de comunicação Link BR2, que fornece dados criptografados e comunicação de voz entre as aeronaves, também serão testados no Brasil.
O Programa Gripen
A parceria da Saab com o Brasil começou em 2014, com a vitória do Gripen E/F na disputa pelo contrato para o desenvolvimento e produção de 36 aeronaves destinadas a reaparelhar a Força Aérea Brasileira, incluindo sistemas, suporte e equipamentos. Um amplo programa de transferência de tecnologia, que está sendo executado em um período de dez anos, está impulsionando o desenvolvimento da indústria aeronáutica local por meio das empresas parceiras que participam do Gripen Brasil.
No decorrer desse período, mais de 350 técnicos e engenheiros brasileiros estão participando de treinamentos teóricos e práticos na Suécia, onde adquirem o conhecimento necessário para a execução das mesmas tarefas no Brasil. Até o momento, mais de 230 profissionais já concluíram os cursos e a maior parte deles está de volta ao Brasil trabalhando no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN, do inglês Gripen Design and Development Network).
O GFTC e o GDDN fazem parte do programa de transferência de tecnologia previstos pelo Programa Gripen E/F (FX-2), e são essenciais nas atividades conjuntas da Saab e da Embraer que visam construir os procedimentos e a capacidade de desenvolver e testar novos recursos durante o ciclo de vida do Gripen na FAB.
O Gripen representa um importante salto na capacidade não só de garantir a soberania brasileira nos céus, mas também na capacidade técnica e industrial brasileira, abrindo novas oportunidades no seleto grupo de nações capazes de desenvolver e produzir aeronaves de combate supersônicas.
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com SAAB
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