O F-39 E Gripen, a nova aeronave de caça que deverá ser a espinha dorsal da Força Aérea Brasileira no século XXI, além de assumir a primeira linha da Flygvapnet (Força Aérea da Suécia), e desperta muitas curiosidades em nossos leitores, sendo também alvo de críticas por alguns supostos especialistas. Mas embora não seja uma aeronave de 5ª geração, a qual tem como grande vantagem a tecnologia stealth ( F-22 e F-35 dos EUA, J-20 da China e o russo Su-57, este último deixando duvidas quanto a sua capacidade stealth), o Gripen se apresenta como um moderno e capaz dissuasor, sendo um temível oponente aos principais meios aéreos hoje em operação no mundo.
Diante dos pedidos de vários leitores do GBN Defense, resolvemos falar um pouco sobre as capacidades exibidas pela nova aeronave da Força Aérea Brasileira, com Gripen E sendo o mais moderno vetor da América Latina.
A suíte aviônica do Gripen E/F é o que mais impressiona, dotado de recursos e capacidades de última geração, apresentando uma capacidade de fusão de dados, torna a vida do piloto muito mais fácil, apresentando todas as informações necessárias no WAD (Wide Area Display), recurso inicialmente desenvolvido pela brasileira AEL Sistemas para atender aos requisitos da FAB, que posteriormente também foi adotado pela Suécia em seus futuros caças Gripen E.
O display panorâmico (WAD) otimiza a apresentação de simbologias/imagens de alta resolução e permite a operação pelo manche/manete (HOTAS), ou diretamente na tela, que possui tecnologia touchscreen. As aplicações de software são projetadas para ampliar a capacidade da aeronave através de fusão de dados e aumentar a percepção situacional da arena de combate contra alvos terrestres e aéreos, simplificando o processo decisório do piloto e tornando a operação da aeronave mais eficiente.
O Raven ES-05 junto com os aviônicos que também integram os sistemas do Gripen, como sistema de busca infravermelho IRST Skyward-G, que fornece capacidade de busca por infravermelho e a funcionalidade de rastreamento com capacidade furtiva, ou seja, opera de modo passivo, onde é capaz de detectar e identificar a presença de outras aeronaves sem que revele sua posição, sistema que trabalha em conjunto com sistema Identification Friend-or-Foe (IFF), oferecendo uma gama completa de recursos IFF e fusão de dados IFF com dados de outros sensores da aeronave, entregando uma combinação letal de capacidade de rastreamento e solução de tiro.
O Gripen E possui um sofisticado sistema RWR de cobertura esférica de ameaças em 360º, composto por seis sensores posicionados em pontos específicos da fuselagem, além dos dispersores Chaff/Flare, o Gripen conta com um sistema de Guerra Eletrônica (EW - Electronic Warfare) conhecido como MFS-EW (Multi Functional System) Arexis. Este sistema emprega tecnologia digital de banda larga desenvolvida especificamente para robustez no complexo ambiente de sinais da atualidade.
As principais tecnologias do Arexis são receptores digitais de banda ultralarga e dispositivos de memória de frequência de rádio digital (DRFM – Digital Radio Frequency Memory), transmissores de jammer de varredura eletrônica ativa (AESA) de estado sólido de nitreto de gálio (GaN) e sistemas de detecção de direção interferométrica.
A DRFM funciona capturando digitalmente a assinatura da ameaça guiada por radar e, em seguida, emitindo um sinal de interferência para confundir o míssil atacante, geralmente dando-lhe um “alvo falso”. A arquitetura do MFS-EW foi criada para lidar com o atual cenário de operações, atuando num complexo ambiente de sinais, sendo capaz de atuar efetivamente contra as mais variadas ameaças hoje e no futuro, contando com uma grande capacidade de processamento que pode distinguir os sinais de ameaças reais de contra-medidas.
O Arexis é totalmente integrado aos sistemas táticos de missão, realizando a fusão de dados coletados por sensores em várias camadas, combinando todos os sensores táticos do Gripen E, como o radar Raven ES-05, sistema IRST e o link de dados. Essas fontes e sensores são integrados em um sistema de alto nível de fusão de dados e consciência situacional reduzindo a carga de trabalho do piloto e oferecendo uma maior eficiência.
O Gripen E também possui 10 hardpoints ou estações de armas que podem transportam uma vasta gama de armas ar-ar, ar-solo e anti-navio. Seu sistema de arquitetura aberta permite que a aeronave seja atualizada com novas armas, recursos e capacidades.
A potência do Gripen E é garantida pelo motor General Electric F414-GE-39E, variante monotor da consagrada família de motores da GE que equipam também o norte americano F/A-18 "Super Hornet". Sendo um refinamento do GE F404 que operam ao redor do mundo impulsionando diversas aeronaves, com uma variante sendo desenvolvida para equipar o indiano Tejas (F414-GE-INS6) e o sul-coreano KF-X (F414-GE-400K). O F414-GE-39E possui 154 polegadas de comprimento e 35 polegadas de diâmetro máximo, uma proporção de empuxo para peso de nove para um e produz 98 kN de empuxo. O motor F414-GE-39E possui uma potência quatro vezes maior que o General Electric J85-GE-21B atualmente utilizados nos caças Northrop F-5EM Tiger II.
GBN Defense - A informação começa aqui
0 comentários:
Postar um comentário