segunda-feira, 8 de março de 2021

A330 MRTT pode se tornar realidade mesmo com negativa do Ministério da Economia,


Ganhou as manchetes de vários sites especializados, a negativa do Ministério da Economia em liberar recursos orçamentários para aquisição de suas aeronaves Airbus A330 MRTT, conforme anunciado no início deste ano pelo presidente Jair Bolsonaro.

Na ocasião o presidente havia manifestado a intenção de aplicar o recurso de 500 milhões oriundos da Lava a Jato, mas a liberação para aquisição das aeronaves foi negada pela equipe do Ministério da Economia. Segundo algumas especulações, a negativa seria em função do custo envolvido na aquisição e operação das aeronaves, algo que não condiz com a realidade, uma vez que o A330 MRTT possui um custo operacional aceitável para o orçamento da Força Aérea Brasileira, entregado capacidades ímpares à logística estratégica, principalmente em face as demandas impostas pela pandemia do Covid-19. 

O A330 MRTT é uma ótima plataforma, atende adequadamente as necessidades da FAB, a qual não conta com uma aeronave com capacidades similares desde a desativação dos vetustos KC-137. Além de atender as necessidades operacionais e logísticas, trata-se de uma oportunidade única, onde o Reino Unido disponibilizou para venda exemplares do A330 MRTT excedentes de sua força, sendo aeronaves extremamente novas, contando com capacidade de prover reabastecimento em voo (REVO), transporte de tropas e cargas, além de atender as demandas de longo alcance, como ocorreu durante a repatriação dos brasileiros em Wuhan, a qual na ausência de uma aeronave como o A330 MRTT, demandou o desdobramento de quatro aeronaves afim de cumprir a missão que poderia ter sido atendida por uma única aeronave A330 MRTT.

O Ministério da Economia negou o pedido de crédito suplementar por considerar não atender “aos preceitos de urgência, imprevisibilidade e relevância previstos na Constituição para a edição da Medida Provisória que liberaria os recursos extraordinários”.

“A ocorrência de novos colapsos logísticos no sistema de saúde de regiões e municípios de difícil acesso por terra se apresenta como possível, embora de dimensões imprevisíveis, e demandará respostas imediatas do Estado Brasileiro. Além disso, não há como projetar ou prever a evolução do número de casos e as dificuldades que surgirão no futuro próximo por conta de “terceiras e quartas ondas” de infecção da pandemia, assim como a reinfecção de brasileiro devido a disseminação de variantes do Coronavírus. Sendo assim, todo esse cenário exige uma ação efetiva e urgente do Estado”, dizia a nota técnica do Ministério da Economia.

A negativa demonstra o claro desconhecimento técnico em relação a importância de uma aeronave com estas capacidades para a FAB, principalmente se considerarmos os desafios que surgem com a pandemia, é no mínimo um posicionamento equivocado, principalmente pela "imprevisibilidade" da demanda que possa ser imposta a logística da FAB no atual momento ou mesmo em futuro breve, o que demonstra a velha mentalidade retrógrada de esperar o caos para tentar remediar.

Em seu Twitter, o Brigadeiro Baptista Jr se manifestou: "Uma Força Aérea é feita de muitas coisas .... mas nada pode substituir suas aeronaves - existentes ou necessárias: são elas que garantirão a evolução contínua e permanente prontidão operacional."

O Brigadeiro ainda respondeu ao questionamento sobre a veracidade da notícia publicada por um jornal sobre a negativa do recurso pelo Ministério da Economia: "Há várias maneiras de a União prover recursos para as despesas orçamentárias. O que não foi aprovado foi um "crédito extraordinário". Estamos trabalhando em outras possibilidades orçamentárias, para atender esta clara lacuna operacional da Força Aérea Brasileira e do Brasil", o que nos dá esperanças de que a compra ainda pode ser concretizada.


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