quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Longa vida ao "Eagle": Voa primeiro exemplar do F-15EX que deverá substituir os vetustos Eagles da USAF

 

Após quase 20 anos desde o recebimento do último F-15 pela USAF, a Força Aérea dos Estados Unidos voltará a receber novos exemplares do emblemático "Eagle". Apesar da USAF apostar em aeronaves como F-35 e já ter dado inicio aos estudos visando o futuro da aviação de combate com a 6ª geração, a mesma tem se voltado para aquisição meios já consagrados, os quais em teoria deveriam ser substituídos pela dupla de 5ª geração, F-22 Raptor e F-35 Lightning II, como é o caso dos caças F-15 e F-16.

Recentemente  publicamos a matéria "Novos F-16 para USAF?"que traz o interesse da USAF em adquirir novos caças F-16, afim de atender suas necessidades diante de uma revisão profunda em seus requisitos táticos e suas ambições de investir apenas em meios furtivos de 5ª geração, e agora com o sucesso nos testes de avaliação e validações do F-15EX, tudo aponta para uma postura mais conservadora, o que nos leva a concluir que os custos altos representados pelos modernos caças de 5ª geração comparados aos principais meios hoje em operação no mundo,, não justificam tamanho investimento, levando a se considerar manter um número "x" de aeronaves de 4G++, ao passo que se mantém uma capacidade ímpar e o domínio de tecnologias avançadas como a representada pela 5ª geração.

A decolagem do novo exemplar do F-15EX que decolou das instalações da Boeing em St. Louis, realizando seu primeiro voo de testes no último dia 2 de fevereiro, o primeiro de uma nova "raça" de Eagles que deverão em reve substituir as versões anteriores do lendário caça ainda em operação com a USAF, o que deverá resultar num feito histórico e mais um importante record para lista desta fantástica aeronave, que deverá se manter em operação por mais de 80 anos após seu primeiro voo que ocorreu há 48 anos (27 de julho de 1972), se tornando o caça mais antigo e a mais tempo em operação com a USAF.

A última aquisição um F-15 pelos EUA ocorreu em 2001, mas a linha de produção do Eagle se manteve aberta graças ao interesse de países como Israel, Catar, Arábia Saudita e Coréia do Sul, que realizaram ao longo deste período compreendido entre 2001 e hoje, várias encomendas, as quais continuam sendo realizadas. Diante do sucesso no mercado de exportação, e afim de atender aos mais variados requisitos de seus clientes, a Boeing manteve ativo o desenvolvimento da aeronave, introduzindo diversos aperfeiçoamentos e atualizações com novos aviônicos e integrando novas armas ao leque de opções do Eagle, o mantendo na vanguarda tecnológica para enfrentar os desafios do novo século.

A previsão é que os novos F-15EX substituam os 211 F-15C e 23 F-15D do inventário da USAF que hoje operam como aeronaves de superioridade aérea. A idade média da atual frota de F-15C é de 36 anos, chegando ao fim de seu ciclo de vida operacional. Está planejada a aquisição de 144 F-15EX, com possibilidade desse número chegar aos 200 exemplares. Isso poderia de fato acontecer se o custo da hora/voo do F-35 não atingir a meta desejada de 25 mil dólares até 2025.

Originalmente a USAF planejava substituir todos seus F-15 pelos caças de 5ªG F-22 Raptor, porém, os altos custos envolvidos, aliados ao cenário pós Guerra-Fria, levaram o Pentágono a cancelar o "Programa Raptor" antes que a substituição fosse concluída. Outra hipotética solução, seria a substituição dos "Eagles" pelo F-35, mas se depararam com o mesmo problema ocorrido com o F-22, o custo unitário do F-35 apesar de estar continuamente caindo, ainda tem um custo operacional muito alto, na faixa de 44mil por hora/voo. Só para efeito comparativo, a hora/voo do F-15EX esta na casa dos 29 mil dólares, aproximadamente 35% menor que o "Lightning II". Se considerarmos a meta da USAF, que busca que seus pilotos voem cerca de 200 horas por ano, isso representa uma cifra de 8,8 milhões por ano cada piloto, voando F-35, e 5,8 milhões no caso do F-15EX.

Além dos custos operacionais, o F-15EX se apresenta como um caça de primeira linha, capaz de fazer frente aos rivais em operação no mundo hoje, sendo capaz de carregar muito mais armas que o F-35. Por não ser uma aeronave furtiva, o F-15 é capaz de levar muito mais combustível e armas em suas estações de armas. A nova variante F-15EX equipado com os novos racks de mísseis AMBER pode carregar até 22 mísseis ar-ar, contra apenas quatro do F-35.

Em termo de aviônica, o F-15EX conta com um novo computador de missão, sistema de guerra eletrônica Eagle Passive/Active Warning and Survivability System, novo radar AESA AN/APG-82 e um cockpit que adota a tecnologia de tela plana.

O F-15EX deverá coexistir com o F-35, com as duas aeronaves provavelmente trabalhando juntas, com o F-35 sendo capaz de localizar alvos aéreos e se valendo de sua "discrição" vetorar os objetivos para que o F-15 lance seus mísseis com maior êxito e sem se expor demasiadamente. 

A "Águia" deverá se manter na vanguarda e garantindo ainda por muitos anos a superioridade aérea dos EUA pelas próximas décadas.

 

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com agências

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