quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Gabinete Israelense aprova acordo de 9 bilhões de dólares; Boeing KC-46A está no topo da lista

Um enorme acordo de armas com os EUA deu um passo adiante quando o Gabinete Israelense¹ aprovou um orçamento de US$ 9 bilhões para a compra de aeronaves e PGM² dos EUA.

Um KC-46 reabastece um F-35

Os ministros finalmente aprovaram o gasto de US$ 9 bilhões dos US$ 38 bilhões do atual acordo de Financiamento Militar Externo que os Estados Unidos têm com Israel. O Departamento de Estado dos EUA aprovou uma possível venda de até oito KC-46A e equipamentos relacionados a Israel por um custo estimado de US$ 2,4 bilhões em março passado, marcando a primeira vez que Washington permitiu que Jerusalém comprasse novos tankers³.

Fontes israelenses disseram à Breaking Defense que o tanker KC-46A é a necessidade mais urgente de Israel, para substituir os atuais 707 modificados usados ​​pela Força Aérea Israelense. O país pediu aos EUA que lhe dessem prioridade na linha de produção para garantir a entrega o mais cedo possível. A resposta, de acordo com uma fonte, não foi encorajadora, mas pode ter ajudado a impulsionar a aprovação do orçamento pelo Gabinete: “Primeiro, faça o pedido e depois iremos considerar”.

O problema para Israel é que os primeiros slots na linha de produção só podem ser cedidos até o ponto em que a aeronave passa da configuração “internacional” para a linha dedicada da Força Aérea dos EUA.

Um tiltrotor de operações especiais CV-22 Osprey reabastecendo no ar

Os US$ 9 bilhões são destinados à compra dos KC-46A, novos helicópteros pesados para substituir o CH-53 da força aérea israelense, os tiltrotor V-22, além de mais F-35 e F-15 EX. O preço estimado dos KC-46A será de US$ 1 bilhão.

O V-22 também terá prioridade. O ministro da Defesa, Benny Gantz, pressionou pessoalmente para que o Bell Boeing V-22 Osprey fosse incluído no negócio. A aeronave VTOL³ está no topo da lista de desejos do comando de ações em profundidade da Força Aérea Israelense (IAF).

Os novos helicópteros pesados ​​terão um preço de cerca de US$ 2 bilhões. O V-22 custará cerca de US$ 1 bilhão.

“A IAF precisa de 22-24 helicópteros pesados, mas a compra dos V-22 terá efeito sobre esse número”, disse uma fonte.

Os US$ 9 bilhões também permitirão que a IAF adquira mais F-35 e a nova versão do F-15, apelidada pela IAF de F-15IA (avançado israelense). Os F-35 adicionais terão um preço de cerca de US$ 2 bilhões. Os F-15AI custarão US$ 2 bilhões.

Estes valores são estimativas aproximadas com base no custo da plataforma, nas mudanças que a IAF deseja que sejam feitas nos EUA, além da infraestrutura e peças sobressalentes.

Além de tudo isso, Israel deseja comprar algumas PGM, que custam US$ 1 bilhão. O dinheiro será gasto para “repor os estoques da IAF em mísseis e bombas guiadas. Esses arsenais diminuíram nos últimos anos como resultado das centenas de ataques que a IAF realizou contra alvos relacionados ao Irã na Síria e em 'outros lugares' ”, disse uma fonte.

Após a aprovação do Gabinete, a IAF fará suas recomendações detalhadas. Em seguida, o Ministério da Defesa e seu diretor-geral revisarão essas recomendações, que serão submetidas à aprovação final do comitê ministerial de aquisições. Espera-se que a IAF apresente agora seus números detalhados de aquisição e prioridades para que os pedidos nas empresas relevantes possa ser formalizado.


Notas do tradutor:

¹ Gabinete Israelense (Israeli Security Cabinet): órgão que envolve o Primeiro Ministro e outros ministérios em assuntos relacionados à Defesa. As decisões estratégicas, incluindo grandes aquisições e ofensivas militares, são tomadas por esse Gabinete

² PGM: munições guiadas de precisão, "armas inteligentes", é um termo usado para designar quaisquer armas que disponham de sistemas próprios de guiagem

³ Tankers: Aviões tanque, aviões cisterna. As aeronaves que fornecem combustível para outras durante o REVO (reabastecimento em voo)


Traduzido a partir do original Israeli Cabinet OKs $9B US Arms Deal; Boeing KC-46As Top List por Renato Henrique Marçal de Oliveira*

*Renato Henrique Marçal de Oliveira é químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel).

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