O pod LM (Lockheed Martin) Sniper ATP (pod avançado para designação de alvos) está prestes a ser liberado para uso junto ao caça leve Korea Aerospace Industries (KAI) FA-50.
A Administração de Programas de Defesa da Coreia do Sul está em vias de emitir um certificado de aeronavegabilidade para o sensor, mas a pandemia do coronavírus acabou por adiar a reunião do comitê no final de fevereiro, segundo informações que chegaram à FlightGlobal.
A KAI tinha um contrato com a LM, sob o qual dois pods Sniper foram providenciados para os testes em voo e em terra em outubro de 2020; ambos foram devolvidos após a conclusão dos trabalhos.
Ao que parece, os trabalhos correram bem, e não devem existir problemas que prejudiquem a certificação de aeronavegabilidade. Imagens da KAI mostram o Sniper montado no centerline¹ do T-50 usado como testbed² – o FA-50 é a variante mais avançada do treinador básico T-50.
Testbed T-50 com o pod Sniper no centerline
A integração do Sniper com o FA-50 era um objetivo antigo da KAI. Na exposição ADEX em Seul, outubro de 2019, a companhia disse à FlightGlobal que o trabalho de integração deveria ocorrer no final de 2020.
O pod Sniper aumentará significativamente as capacidades de detecção passiva do FA-50 contra diversos alvos. Além de poder executar funções de inteligência, vigilância e reconhecimento, o sensor também pode ser usado para a designação de alvos, inclusive veículos em movimento.
A integração do Sniper segue-se a notícias de dezembro de 2020 de que a Cobham Mission Systems providenciará uma sonda para REVO (reabastecimento em voo) para o FA-50.
Ao anunciar que foi selecionada como contratada principal para tal modificação em 02/12/2020, a companhia inglesa disse que irá “desenhar, desenvolver e qualificar uma solução através de uma sonda telescópica” para a aeronave monomotor.
Capacitar o FA-50 a receber REVO a partir de tankers³ com o sistema probe and drogue⁴ tem por objetivo “aumentar a capacidade operacional e a interoperabilidade da aeronave”, segundo a Conham.
O T-50 e o FA-50 são amplamente usados pela ROKAF (Força Aérea da Coreia do Sul), e conquistaram vendas para Filipinas, Indonésia, Iraque e Tailândia.
Notas do tradutor:
¹ Estação para armas sob a fuselagem central
² Surrogado para execução dos testes
³ Aviões tanque, aviões cisterna. As aeronaves que fornecem combustível para outras durante o REVO
⁴ Haste e funil. Esse é o sistema mais utilizado no mundo, inclusive pelo Brasil
Observação: Conforme apontamos em nosso artigo LIFT - Conheça as melhores opções para o Brasil, de fevereiro/2020, o FA-50 seria uma excelente opção para servir como LIFT (aeronave para treinamento avançado e caça leve) para nossa FAB. Além da aviônica avançada que o FA-50 já dispõe e do motor semelhante ao do nosso F-39 Gripen, a adição de um pod avançado como o Sniper e da capacidade REVO o tornam uma alternativa ainda mais atraente.
*Renato Henrique Marçal de Oliveira é químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel).
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