sábado, 26 de dezembro de 2020

Fragata "Independência" regressa do Líbano

Neste sabado, 26 de dezembro chega ao Brasil, na Base Naval do Rio de Janeiro, a Fragata Independência (F44), após concluir sua missão na Força-Tarefa Marítima (FTM) da UNIFIL. Cerca de 200 militares, que iniciaram o retorno ao País, em 2 de dezembro, permaneceram no Líbano por 9 meses. Durante este período, realizaram fiscalizações e inspeções e, principalmente, participaram das ações de mitigação da destruição causada pelas explosões que aconteceram no início de agosto, em Beirute, patrulhando as proximidades do Porto em apoio ao governo libanês.

Nove anos de legado

Nos últimos nove anos, a Marinha do Brasil (MB) contribuiu, ininterruptamente, com um navio na FTM-UNIFIL, tendo mais de mais de 3.600 militares participado das ações de prevenção à entrada de ilícitos, armamento e equipamentos não autorizados por via marítima; treinamento da Marinha libanesa; e na vigilância das áreas marítimas e territoriais. Nesse período, a FTM fiscalizou mais de 71.200 navios e indicou cerca de 14.100 desses às autoridades libanesas para inspeção, no mar ou em terra, atuando em Área Marítima de Operações com cerca de 17 mil km².

A MB continuará participando da UNIFIL, com conhecimento e pessoal, e, em outra frente, manterá o foco em fortalecer sua presença no Atlântico Sul e na Amazônia Azul – patrimônio indispensável ao desenvolvimento nacional –, no sentido de aprimorar sua atual capacidade operacional, garantir a defesa da Pátria e desenvolver seus Programas Estratégicos.

O encerramento da participação de navio da MB na UNIFIL é decorrente de amplo estudo, concluído em 2019, em que ganhos operacionais, à luz do esforço logístico para manter um navio da Esquadra brasileira com disponibilidade acerca de seis meses na região, apontaram para a necessidade de reorientar a postura estratégica da Força, considerando, ainda:

a) A Política de Defesa Nacional, a Estratégia Nacional de Defesa e o Plano Estratégico da Marinha, que contemplam o Atlântico Sul como entorno estratégico para o País, requerendo a convergência de esforços para atuação nessa imensa região, repleta de riquezas, mas com ameaças.

b) Ameaças de toda ordem, como pesca ilegal, crimes ambientais, tráfico de drogas e pirataria, dentre outros, são uma realidade presente e futura no nosso entorno estratégico. A área marítima correspondente à Amazônia Azul, ensejada no Atlântico Sul, com cerca de 5,7 milhões de km², por onde mais de 95% de nosso comércio exterior trafega e cerca de 95% do petróleo nacional é extraído, acervo de recursos vivos, minerais e sítios ambientais, além da existência de estratégicos portos, centros industriais e de energia, demandam, cada vez mais, uma presença robusta da MB e demais órgãos competentes, bem como, apontam a imperiosa necessidade ao desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle, contribuindo para o fomento de mentalidade de defesa junto à sociedade, compatível com a estatura internacional do Brasil.

Hoje nosso editor estará presente a chegada da "Independência", e logo publicaremos mais uma materia especial.

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