A Lockheed Martin pretende acelerar o ritmo de produção do F-35 no próximo dia 23 de maio, mesmo com esse esforça, verá reduzida a previsão de entregas da aeronave este ano entre 18 e 24 aviões, sendo incapaz de atingir a previsão de 141 aeronaves entregues este ano.
A pandemia de COVID-19 atingiu diretamente a cadeia de suprimentos do programa, com a produção de diversos componentes da aeronave paralisadas ou drasticamente reduzidas, impactando sobre o cronograma de produção da Lockheed, atrasando a montagem das novas aeronaves. Diante dessa questão, a gigante norte americana teve que alterar seu cronograma de produção, ajustando o mesmo as disponibilidades dos componentes. Mesmo com anúncio da aceleração na linha de produção, a previsão é que a mesma irá experimentar uma redução no ritmo de produtivo previsto antes da pandemia, o que afetará sua capacidade nos próximos três meses, segundo informações fornecidas a imprensa por Greg Ulmer, vice-presidente da Lockheed, um dos gestores do programa F-35.
Ao buscar acelerar o ritmo de produção, a Lockheed pretende reduzir ao máximo o impacto criado pela pandemia em seu cronograma de entregas inicial, sendo uma tentativa de reduzir o número de atrasos nas entregas das aeronaves, diminuindo sensivelmente o tempo de espera dos seus clientes.
A partir de 23 de maio, a Lockheed dividirá os aproximadamente 2.500 funcionários que trabalham na linha de produção do F-35 em Fort Worth no Texas, em três grupos, passando-os para um novo cronograma em que cada grupo trabalha por duas semanas e depois tem uma semana de folga. Após uma rotação de três semanas, a empresa determinará se o sistema será bem-sucedido e poderá alterar o cronograma ou continuar o ritmo até 4 de setembro, informou em comunicado.
A rotação de grupos menores de funcionários na linha permite que a Lockheed mude para um ritmo mais lento de operações, garantindo ao mesmo tempo que os funcionários mantenham seus conhecimentos e não precisem ser treinados novamente quando a taxa de produção voltar ao normal, disse Ulmer. "Isso realmente maximiza nossa capacidade de recuperar a produção e reter nossa força de trabalho sem perda de aprendizado".
A maior parte da pressão da cadeia de suprimentos no programa decorre de restrições nos fornecedores de níveis mais baixos que produzem componentes que alimentam partes maiores do F-35. Enquanto a linha de produção tenta fazer o máximo de trabalho possível em cada seção, os trabalhadores estão tendo que desacelerar e aguardar a chegada de componentes, disse Ulmer.
A desaceleração da taxa de produção do F-35 ocorre dias após o presidente Donald Trump manifestar apoio à transferência de uma proporção maior da produção de componentes da aeronave para os Estados Unidos, criticando o modelo global de produção adotado pelo programa. Atualmente, parceiros internacionais que ajudaram a financiar o desenvolvimento do F-35, participam na produção de componentes da aeronave, sendo importante parte da cadeia logística do F-35. Esse modelo ajudou consideravelmente na redução dos custo da aeronave e oferece aos parceiros do JSF um incentivo industrial para manter o apoio ao programa.
“O problema é que, se tivermos um problema com um determinado país que participa da cadeia de fornecedores, você não poderá fabricar a aeronave. Temos peças de todo o lugar. Isso é tão louco. Deveríamos fazer tudo nos Estados Unidos ”, disse Trump na quinta-feira (14).
No entanto, os desafios industriais atualmente enfrentados pela Lockheed não parecem ser causados pela base internacional de suprimentos. Ulmer disse que os fornecedores europeus, que foram os mais atingidos antes dos Estados Unidos, agora estão se recuperando da pandemia.
"Eu realmente vejo a Europa na liderança da recuperação dessa crise", disse ele.
Em particular, o norte da Itália enfrentou um grande número de casos confirmados de COVID-19, a Leonardo, principal grupo de defesa italiano, que é responsável pela unidade de montagem final e check-out do F-35 em Cameri, foi forçada a interromper suas operações por dois dias em março para que fosse realizada a descontaminação de suas instalações.
“Hoje, a Leonardo atingiu 90% de sua capacidade de funcionamento. Eles estão praticamente de volta às operações normais ”, disse Ulmer.
Também é improvável que a retirada dos fornecedores turcos do programa F-35 afete a produção em Fort Worth, já que a Lockheed já identificou empresas que assumirão a produção do componentes hoje fornecidos pelos turcos, disse ele.
GBN Defense - A informação começa aqui
com agências internacionais de notícias
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