Em 10 de maio, dia do nascimento do Marechal Manoel Luis Osório, o Marquês do Herval, o Exército Brasileiro comemora o Dia da Arma de Cavalaria.
O Marechal Osório, filho de Manoel Luis e Ana Joaquina Osório, nasceu em 1808, na Vila de Nossa Senhora da Conceição do Arroio, no atual município de Osório, Rio Grande do Sul. Em 1º de maio de 1823, com 15 anos, sentou praça, como voluntário, no Regimento de Cavalaria da Legião de São Paulo. Após 12 dias, jurava à Bandeira e, no seguinte, recebia seu batismo de fogo. Assim, iniciava sua vida militar.
Da Independência do Brasil até a Guerra da Tríplice Aliança, fez-se presente em todas as campanhas pela manutenção e conformação de nossas fronteiras sul e oeste. No Exército Imperial, galgou todos os postos da carreira. Sabia extrair de cada situação a justa medida para a reação. Amante da Lei, respeitador intransigente da autoridade civil, sua espada invicta jamais fora desembainhada, senão na defesa do “Dever”. Em virtude de suas características e atitudes, Osório foi cognominado “O Legendário”. Seu brilhantismo e sua conduta fizeram-no ser reconhecido até por seus inimigos. A Batalha de Tuiuti representa o ápice de sua trajetória como chefe e líder militar, nela firmando-se pelos seus conhecimentos táticos e pela sua bravura. Com esse modelo de vida militar, o Exército Brasileiro sagrou-o patrono da Arma de Cavalaria por meio do Decreto Nº 51.429, de 13 de março de 1962.
Em janeiro de 1877, foi escolhido pela Princesa Isabel, regente do trono, para ser Senador do Império pela Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Assumida a cadeira senatorial, entre seus inúmeros discursos, um dia declarou: “A farda não abafa o cidadão no peito do soldado”. No ano seguinte, foi nomeado Ministro da Guerra.
A Cavalaria teve suas origens na idade antiga, no final do século V e início do século IV, antes de Cristo, com a finalidade de apoiar os infantes nas falanges gregas e macedônicas. Ela sofreu inúmeras modificações ao longo do tempo. Essas transformações tiveram início quando o homem deixou de combater somente a pé e começou a lutar com o emprego de plataformas empurradas, inicialmente, pelo próprio ser humano, mas, depois, por animais, tais como o camelo, o elefante e o cavalo. Assim, uma nova forma de combater foi surgindo, que influía no emprego de tropas nas mais diversas batalhas que ocorreram em várias partes do mundo. Persas, árabes, mongóis, francos, alemães, ingleses e indianos, entre outros povos, colocavam a “Arma Ligeira” em destaque nos seus Exércitos.
No Ocidente, durante a Idade Média, somente os nobres podiam se tornar cavaleiros e, durante as batalhas campais, havia condutas e normas que deviam ser adotadas e respeitadas. Honra, glória e nobreza são aspectos que, desde aquela época, conformam a arma, tanto nas suas atividades de emprego militar, como na convivência entre seus integrantes.
A palavra Cavalaria tem sua origem no termo sânscrito “AKVA”, que significa combater em vantagem de posição. Com sua atuação em largas frentes, reconhecendo, informando, provendo a segurança e realizando manobras ofensivas, a Cavalaria impõe Brasília - DF, 10 de maio de 2020 Brasília - DF, 10 de maio de 2020 se, desde o início das operações, à frente da Força Terrestre. Esse papel decisivo revelasse fundamental em operações ofensivas, defensivas, de segurança e de reconhecimento.
A Cavalaria brasileira teve sua origem com a criação do Regimento de Dragões Auxiliares, na Capitania de Pernambuco, em decorrência da guerra de reconquista travada contra os holandeses em meados do século XVII. Ao longo da história, participou ativamente dos conflitos que assolaram o país e contribuiu para a preservação das fronteiras nacionais, culminando com seu protagonismo na Guerra da Tríplice Aliança, entre 1864 e 1870, sob a liderança incontestável do Marechal Osório.
Com o passar do tempo, as plataformas empregadas foram sendo modernizadas e, em consequência disso, os animais foram substituídos por veículos automotores, dotados de maior mobilidade, proteção blindada, poder de fogo e capacidade de comunicação.
No Brasil, a Cavalaria modificou-se profundamente na década de 1960. Com o Acordo Militar Brasil – Estados Unidos da América, os Regimentos foram dotados dos mais modernos materiais blindados da América do Sul à época. No início deste século, o Exército adquiriu novos carros de combate, como o M 60 A3 TTS (norte-americano), o Leopard 1A1 (alemão, de procedência belga) e, mais recentemente, o Leopard 1A5 e as viaturas Lince (italianas), essas últimas para o uso inicial na Intervenção Federal no Rio de Janeiro.
Atualmente, a Cavalaria está estruturada em três tipos: a de guarda, responsável por operações de defesa interna, cerimoniais militares e missões de representação do Exército; a mecanizada, caracterizada pela mobilidade e pelo poder de fogo, possibilitando executar missões de reconhecimento e segurança; e, por fim, a blindada, que é altamente capacitada na operação das novas plataformas de combate e tem como fundamento o emprego combinado dos carros de combate e dos fuzileiros blindados, com a finalidade precípua de destruir o inimigo pelo poder de fogo de seus canhões e pela capacidade de manobra.
Vale ressaltar, ainda, suas atividades na proteção das fronteiras secas pelo emprego dos Regimentos de Cavalaria Mecanizados, dotados com o que há de mais moderno em termos de material no Exército Brasileiro. Com isso, atua no combate ao tráfico internacional de drogas, ao contrabando e ao descaminho em geral.
Cavalarianos do Brasil, na data em que homenageamos seu legendário patrono, que a bravura, a camaradagem, o espírito de cumprimento do dever, a lealdade e a iniciativa sejam o apanágio de suas condutas. Uma arma, portanto, com tais características continuará sua história de modernização e evolução, mantendo vivos seus valores, suas raízes e suas mais caras tradições, com a absoluta certeza de que SEMPRE HAVERÁ UMA CAVALARIA!
Fonte: Centro de Comunicação Social do Exército
0 comentários:
Postar um comentário