A Marinha do Brasil assinou na última quinta-feira (5), o contrato para construção de quatro novos navios de escolta, dando inicio a uma nova fase no Programa Classe Tamandaré. Este é um importante marco no programa de renovação de nossa Esquadra, tendo em vista a avançada idade de nossos navios de escolta, os quais se encontram no final do seu ciclo operacional, tendo já incorporado inúmeros programas de modernização afim de manter sua capacidade operacional.
Nós temos acompanhado o programa desde seu inicio, quando foi realizada em 30 de março de 2017 a publicação em Diário Oficial da União (DOU), o chamamento público, o qual se seguiu no dia 19 de dezembro do mesmo ano, a divulgação da RFP (Request for Proposal - Requisição de Proposta) dando inicio de fato a concorrência com objetivo de definir o grupo responsável pela construção da “Classe Tamandaré”, o qual inicialmente visava a obtenção por construção no Brasil de quatro novas corvetas, com objetivo de promover a renovação da esquadra com quatro navios modernos, de alta complexidade tecnológica, com previsão de entrega para o período entre 2025 e 2028.
Consórcios que disputaram o Programa “Classe Tamandaré”
• Consórcio “ÁGUAS AZUIS” - ATECH Negócios em Tecnologias S.A, EMBRAER S.A e THYSSENKRUPP Marine Systems GmbH;
• Consórcio “DAMEN SAAB TAMANDARÉ” - DAMEN Schelde Naval Shipbuilding e SAAB AB;
• Consórcio “FLV” - FINCANTIERI S.p.A, LEONARDO S.p.A e VARD PROMAR S.A.;
• Consórcio “VILLEGAGNON” - Construtora NORBERTO ODEBRECHT (CNO), NAVAL GROUP e OEC S.A;
• BAe Systems, CONSUB Defesa Tecnologia S.A. e MAC LAREN Oil Estaleiros Ltda.;
• ELBIT Systems Ltd, Garden Research Shipbuilder Engineers (GRSE) Corporate; e SINERGY Group
• GOA Shipyard Limited, INDÚSTRIA NAVAL DO CEARÁ (INACE), Fundação EZUTE e SKM Eletro Eletrônica Ltda.;
• STM, Estaleiro BRASFELS Ltda., Fundação EZUTE, THALES, e OMNISYS Engenharia Ltda.; e
• UKRINMASH, Thales e Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.
Após a realização da avaliação das proposta, foi emitida uma Short-List no dia 18 de outubro de 2018, apontando as propostas finalistas, iniciando uma nova fase onde participaram os seguintes consórcios: “Águas Azuis”, “Damen Saab Tamandaré”, “FLV” e “Villegagnon”.
A proposta vencedora
A definição foi divulgada em 27 de março de 2019, onde a proposta do consórcio "Águas Azuis", a qual passa a ser uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), foi definida como a melhor opção para nova classe de navios de escolta da Marinha do Brasil, onde foi ofertado o consagrado projeto MEKO, com Índices de Conteúdo Local de 31,6% no 1º navio e média de 41% para os demais navios da classe. O projeto proposto tem como base a MEKO A100, que apresenta características que levaram a mudança na classificação dos navios da nova classe, os quais inicialmente seriam corvetas, passam a ser classificados como fragatas, devido as características de projeto que colocam o novo escolta na categoria de fragatas leves.
A SPE "Águas Azuis" é formada pelas empresas ATECH Negócios em Tecnologias S.A, EMBRAER S.A e a alemã THYSSENKRUPP Marine Systems GmbH (TKMS), as quais terão como parceiros as seguintes empresas subcontratadas: ATLAS Elektronik, Estaleiro ALIANÇA S.A. e L3 MAPPS, dentre outras.
Esses novos navios apresentam alto poder de combate, capazes de proteger a extensa área marítima brasileira, com mais de 5,7 mil km², nossa “Amazônia Azul”, além de realizar operações de busca e salvamento e atender aos compromissos internacionais, como a UNIFIL, entre outras tarefas.
O Programa é um elemento fundamental e um meio indispensável, não só para o controle de áreas marítimas de interesse, negando o acesso de navios e meios não autorizados as Águas Jurisdicionais Brasileiras, como também para que possamos cumprir as missões previstas no âmbito internacional, assumindo compromissos junto a ONU, além de atuar em apoio à nossa política externa, possibilitando a inserção do Brasil no cenário internacional.
A construção das fragatas da Classe Tamandaré, representa muito além do ganho em capacidade de defesa, se tratando de um meio de alta complexidade tecnológica, onde esta previsto a transferência de tecnologia, significa ganho em capacitação de nosso parque industrial e tecnológico, impulsionando a pesquisa e desenvolvimento de novas capacidades, somando a tudo isso, temos a criação de milhares de novos empregos, sendo estimada a criação de mais de 6 mil empregos diretos e indiretos. Além disso:
- Amplia a capacidade de emprego do Poder Naval para salvaguarda dos interesses nacionais nas áreas marítimas de responsabilidade do Brasil;
- Leva em consideração as melhores práticas de governança;
- Objetiva a sustentabilidade da indústria naval brasileira,
- Capacita e aprimora a mão de obra da construção naval;
- Oferece transferência de tecnologia;
- Fomenta a Indústria Nacional de Defesa;
- Possibilita o domínio de tecnologia sensível;
-Traz um arrasto tecnológico; e
- Representa investimentos da ordem de US$ 2 bilhões.
Linha do tempo
- 30 de março de 2017: Chamamento público publicado no Diário Oficial da União (DOU)
- 19 de Dezembro de 2017 - Lançamento ao mercado de Solicitação de Proposta (em inglês, Request for Proposal - RFP)
- 18 de junho de 2018: Recebimento das propostas dos consócios
- 15 de Outubro de 2018 - anúncio do short list: “Águas Azuis”, “Damen Saab Tamandaré”, “FLV” e “Villegagnon”
- 8 de março de 2019 – recebimento das propostas finais dos consórcios da short list (Best and Final Offer - BAFO)
- 27 de março de 2019: - anúncio do Consórcio “ÁGUAS AZUIS” como a Melhor Oferta para o Programa
- 26 de abril de 2019 – realização da primeira reunião do processo de contratação do Consórcio “Águas Azuis”
- 20 de dezembro de 2019 – realização da 1ª Reunião de Governança Estratégica do Programa “Classe Tamandaré”
- 5 de março de 2020 - assinatura do contrato de construção das fragatas
- Entre 2025 e 2028 – previsão de entrega dos navios à Marinha
GBN Defense - A informação começa aqui
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