Tomamos Monte Castello!!! Há exatos 75 anos,
no dia 21 de fevereiro de 1945, nossos Pracinhas da FEB, Força Expedicionária
Brasileira, tomavam Monte Castello, após uma dura e sangrenta batalha,
nós impusemos uma dura derrota aos alemães, e escrevíamos um dos grandes feitos
da FEB durante a 2ª Guerra Mundial. Conheça a história aqui no GBN Defense.
Monte Castello foi nosso batismo de fogo, a
primeira vitória brasileira no front europeu, nossos heróis escreviam a
história a cada passo, foram quatro tentativas frustradas, mas seguimos rumo ao
cume de Monte Castello e o conquistamos.
Apesar da grande importância que representa, essa
não foi a maior batalha que nossa FEB enfrentou nas longínquas terras
italianas, mas teve um significado muito grande para nós brasileiros, sendo o
batismo de fogo de nossas tropas e uma importante vitória, demonstrando o
espirito aguerrido e as qualidades do combatente brasileiro frente as
adversidades e limitações, superando tudo e alcançado a vitória sobre os até
então "temíveis" alemães.
Apesar de poucos darem valor à nossa
história, a qual deveria ser corretamente ensinada nas escolas brasileiras,
demonstrando respeito aos heróis que lutaram pela liberdade há mais de 75 anos,
o GBN Defense mantém o compromisso de valorizar a nossa história e os feitos de
nossos heróis, para que todos brasileiros possam conhecer quem realmente são
nossos heróis, diante de uma sociedade que tem perdido sua identidade e
valores.
Nos idos da Segunda Guerra, nós brasileiros
não tínhamos experiência de combate, nem ao menos estávamos devidamente
preparados para o que seria enfrentado no teatro de operações europeu, nossos Pracinhas haviam
sido preparados de última hora. Na Batalha de Monte Castello, os Pracinhas
avançaram destemidamente montanha acima, enfrentando não apenas um inimigo
muito bem armado e posicionado, mas enfrentando o rigoroso inverno europeu, o
qual não estávamos acostumados e no princípio de nossa atuação, despreparados
para enfrentar o combate sob temperaturas que muitas vezes estavam à 20ºC
abaixo de zero. Mas Monte Castello tinha que cair para que as tropas aliadas
pudessem avançar rumo ao norte da Itália, era um ponto estratégico vital para o
sucesso das operações contra as forças nazi-facistas que dominavam a
Itália.
A sangrenta batalha durou três meses, sendo
resultado de várias tentativas de tomada pelos aliados, onde na primeira as
tropas norte-americanas lograram êxito em tomar o cume do monte em 25 de
novembro de 1944, porém, uma contra ofensiva
poderosa, lançada pelos homens da 232ª Divisão de Infantaria germânica, a qual
estava sob comando do tenente-general Eccard Freiherr von
Gablenz, um veterano de Stalingrado e
que tinha entre seus homens muitos veteranos do front soviético, sendo uma
tropa extremamente experiente e preparada, responsável
pela defesa dos montes Castello e Della Torracia, retomaram as posições
perdidas, obrigando os soldados americanos e nossos Pracinhas a abandonar as
posições conquistadas.
Em 29 de novembro, foi
planejado o segundo ataque contra Monte Castello. Desta vez a contraofensiva
contaria com três batalhões, o avanço teria o suporte de três pelotões de
blindados norte americanos. A véspera do ataque, na noite do dia 28, os alemães
lançaram um feroz contra-ataque contra o monte Belvedere, tomando a posição dos
americanos e deixando descoberto o flanco esquerdo dos aliados.
Apesar do revés, as forças
aliadas mantiveram o plano, apesar das dúvidas quanto ao sucesso da operação,
tendo sido cogitado seu cancelamento, mas as tropas já haviam ocupado suas
posições, sendo mantido o ataque, o qual teve início às 7 horas da manhã
daquele dia nublado e chuvoso, sob condições climáticas extremamente severas,
que impediam o apoio aéreo as tropas no solo, bem como a lama criada pelas
chuvas impedia o avanço das forças blindadas, o ataque foi feito unicamente pela FEB, composto por
um batalhão de cada um dos seus três regimentos.
As forças brasileiras sob o
comando do general Zenóbio da Costa avançaram sobre o território
inimigo, os alemães da 232ª
Divisão de Infantaria que haviam expulsado os americanos do Monte Belvedere na
véspera, se mantinham em posição vantajosa no flanco esquerdo das tropas
brasileiras. Assim, os brasileiros que tentavam subir o monte eram alvo do fogo
inimigo que vinha não só do Monte Castello á sua frente, mas também do Monte
Belvedere no seu flanco esquerdo. Apesar desse cenário complexo, os brasileiros conseguiram
um significativo avanço, mas os mesmos infelizmente não conseguiram
sustentar as posições diante do pesado contra-ataque alemão, o qual forçou nossas
tropas a retroceder as posições iniciais.
Um quarta tentativa de tomada
do Monte Castello ocorreu no dia 12 de dezembro de 1944, esta a mais sangrentas
batalhas que a FEB enfrentou no teatro de operações europeu, sob desvantagens
impostas pelas condições climáticas e do terreno, as forças brasileiras
avançaram bravamente em meio a chuva, lama e o frio, as "Lurdinhas"
cantavam sem parar, com o som da morte que rondava nossos combatentes do 2º e
3º batalhões do 1º Regimento de Infantaria, os quais avançaram tomando algumas
posições, os feitos foram descritos como milagres. Mas o avanço custou muito
alto aos aliados e as forças brasileiras, resultando em mais de 140 baixas, das
quais 20 brasileiros tombaram em combate vítimas do pesado fogo da artilharia alemã.
O novo revés aliado reforçou a
convicção de Mascarenhas de Morais, de que o Monte Castello só seria tomado se
toda a divisão fosse empregada no ataque, não apenas alguns batalhões, como
vinha sendo ordenado pelos norte americanos do 5º Exército.
Mas a coisa mudou, com novas
ordens e uma estratégia como a idealizada pelo general Brasileiro, a 10ª
Divisão de Montanha do Exército norte americano lançou um ataque ao Monte
Belvedere no dia 18 de fevereiro, com intuito de tomar aquela posição e proteger
assim o flanco direito das forças brasileiras que avançariam com seus três
regimentos no dia 20 de fevereiro. Porém, mais uma vez os norte americanos
não conseguiram tomar a posição, mas seu ataque atraiu a atenção dos alemães, o
que reduziu o fogo sobre as posições brasileiras que avançaram ferozmente rumo
ao cume de Monte Castello.
No dia 21 de fevereiro de 1944, às 5h30 da manhã a FEB lançava
seu ataque feroz contra as defesas alemãs, um verdadeiro inferno se instalou no
Monte Castello, uma fração de americanos
da 10ª Divisão de Montanha, atacou lado a lado com os brasileiros. O plano do
ataque foi arquitetado pelo oficial de operações da FEB, o tenente-coronel
Humberto de Alencar Castelo Branco.
Após 12 horas de progressão em
terreno difícil, usando as lições aprendidas nas tentativas anteriores, os
Pracinhas avançaram, evitando um ataque frontal as posições alemãs, as forças
brasileiras flanquearam o inimigo, sob apoio de fogo da Artilharia Divisionária
sob comando do General Cordeiro de Farias, que lançou um preciso e
imprescindível fogo de barragem que permitiu que às 17h30 daquele dia 21 de
fevereiro, os primeiros soldados do Batalhão Franklin do 1º Regimento chegaram
ao cume do Monte Castello, e às 18 horas o pelotão brasileiro conquistou a posição
definitivamente.
Do outro lado, os americanos
ainda não haviam vencido a resistência alemã no Belvedere, só o fazendo noite
adentro, quando receberam a ajuda de alguns elementos brasileiros que já haviam
completado sua missão.
Hoje nós do GBN Defense
homenageamos nossos Heróis de Monte Castello, que com muito sacrifício e sangue
mostraram a bravura e determinação do povo brasileiro, esta não foi a mais
sangrenta batalha, deixando pouco mais de 100 baixas entre nossos combatentes,
mas em breve vamos contar a história de Montese, esse sim o altar do sacrifício
maior do povo brasileiro pela liberdade. Aqui a "Cobra continua
fumando", pois nos cabe a missão de levar ao nosso público nossa história
e ensinar as novas gerações quem de fato são nossos heróis.
Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança, membro da Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais (AVCFN), Sociedade de Amigos da Marinha (SOAMAR), Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ) e Associação de Amigos do Museu Aeroespacial (AMAERO).
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