sábado, 22 de fevereiro de 2020

Marinha da Índia planeja obter terceiro porta-aviões


A Marinha da Índia está firme em seus planos de obter um terceiro “porta-aviões”, apesar do ceticismo do Chefe do Comitê de Defesa, General Bipin Rawat, segundo fontes, o Comando da Marinha aponta o terceiro porta-aviões como uma necessidade operacional imprescindível.

Atualmente a Índia opera apenas um navio do tipo, o INS Vikramaditya, ao qual deve se juntar em 2022 o INS Vikrant, segundo navio aeródromo indiano que está em construção. Ambos possuem deslocamento na ordem de 45.000ton, o INS Vikramaditya possui capacidade de operar com 12 aeronaves de asa fixa, originalmente um navio da Classe Kiev, modificado para atender aos requisitos indianos, entrou em serviço em 2013.

Embora a Marinha Indiana aponte a necessidade de obtenção do terceiro navio aeródromo, segundo o General Rawat, um terceiro porta-aviões não é prioridade, tendo foco na construção de novos submarinos e a preparação de bases aéreas nas Ilhas Andaman.   Porém, segundo especialistas, a obtenção de um novo porta-aviões não é simples, demanda ao menos 15 anos entre o início do desenvolvimento e a sua entrada efetiva no setor operativo. O terceiro porta-aviões é um projeto para o futuro, mas o trabalho precisa começar agora. Tudo começa com a concepção do desenho do navio e a elaboração dos requisitos que se pretende atender.

O chefe da Marinha, almirante Karambir Singh, disse em dezembro do ano passado que o planejamento de capacidade de longo prazo da força prevê a operação de três porta-aviões para os dois estejam disponíveis para pronto emprego na região do Oceano Índico, onde a China vem aumentando suas atividades nos últimos anos.

Um estudo de projeto apontou que o terceiro porta-aviões indiano seria dotado de sistema CATOBAR, deslocando 65.000ton e operando um destacamento aéreo embarcado mais robusto, capaz de operar o dobro de aeronaves que o INS Vikramaditya.

Quando se aponta para operações aéreas baseadas em terra, a mesma apresenta limitações na capacidade de projeção de força, com limitantes de alcance operacional, o que em determinados cenários favorece o emprego da aviação embarcada, onde laçados a partir de porta-aviões, os meios dispõem de maior autonomia de combate efetivo.

Outro ponto relevante, é o plano estratégico indiano, o qual tem por interesse a cobertura de todo Oceano Índico e zonas de interesse, onde podemos elencar o Estreito de Ormuz, Estreito de Malaca, Estreito de Lombok e áreas próximas a África Oriental. Sem o emprego de navios-aeródromo, essa capacidade fica limitada apenas à 20% do território que se pretende cobrir.

O emprego de aeronaves baseadas em terra, favorece muito mais a posição defensiva do que as capacidades de resposta e projeção de poder, contrariando os planos e capacidades estratégicas que a Índia pretende implantar para consolidar sua posição global.

A Marinha da China vem mantendo um ritmo de crescimento vertiginoso, ampliando suas capacidades com a construção de novos e modernos meios navais, os quais fazem repetidas incursões na região do Oceano Índico, além dos planos chineses de contar com uma força de quatro porta-aviões até o final da década, a qual até 2050 planeja operar dez navios-aeródromo, sendo capaz de projeção de poder em vários pontos do globo.

A China e Índia são dois importantes players naquela região do planeta, possuindo interesses divergentes, os quais em algum momento podem resultar em escaramuças no mar, ou mesmo em terra. Para tanto a Índia tem se preocupado com as suas necessidades de defesa, as quais por alguns analistas se devem as divergências com seu vizinho Paquistão, que não deixa de ser um dos fatores, ainda mais pela proximidade política entre Islamabad e Pequim, mas com certeza, o maior propulsor em relação a busca indiana por modernizar suas capacidades de defesa, é o crescimento da capacidade chinesa e o aumento em suas atividades militares no Índico e outros pontos de interesse da Índia.



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