A Marinha da Índia está firme em seus planos
de obter um terceiro “porta-aviões”, apesar do ceticismo do Chefe do Comitê de Defesa, General
Bipin Rawat, segundo fontes, o Comando
da Marinha aponta o terceiro porta-aviões como uma necessidade operacional imprescindível.
Atualmente a Índia opera apenas um navio do
tipo, o INS Vikramaditya, ao qual deve se juntar em 2022 o INS Vikrant, segundo
navio aeródromo indiano que está em construção. Ambos possuem deslocamento na ordem
de 45.000ton, o INS Vikramaditya possui capacidade de operar com 12 aeronaves
de asa fixa, originalmente um navio da Classe Kiev, modificado para atender aos
requisitos indianos, entrou em serviço em 2013.
Embora a Marinha Indiana aponte a necessidade
de obtenção do terceiro navio aeródromo, segundo o General Rawat, um terceiro
porta-aviões não é prioridade, tendo foco na construção de novos submarinos e a
preparação de bases aéreas nas Ilhas Andaman. Porém,
segundo especialistas, a obtenção de um novo porta-aviões não é simples, demanda
ao menos 15 anos entre o início do desenvolvimento e a sua entrada efetiva no
setor operativo. O terceiro porta-aviões é um projeto para o futuro,
mas o trabalho precisa começar agora. Tudo começa com a concepção do
desenho do navio e a elaboração dos requisitos que se pretende atender.
O chefe da
Marinha, almirante Karambir Singh, disse em dezembro do ano passado que o
planejamento de capacidade de longo prazo da força prevê a operação de três
porta-aviões para os dois estejam disponíveis para pronto emprego na
região do Oceano Índico, onde a China vem aumentando suas atividades nos
últimos anos.
Um estudo de
projeto apontou que o terceiro porta-aviões indiano seria dotado de
sistema CATOBAR, deslocando 65.000ton e operando um destacamento aéreo
embarcado mais robusto, capaz de operar o dobro de aeronaves que o INS Vikramaditya.
Quando se
aponta para operações aéreas baseadas em terra, a mesma apresenta limitações na
capacidade de projeção de força, com limitantes de alcance operacional, o que
em determinados cenários favorece o emprego da aviação embarcada, onde laçados
a partir de porta-aviões, os meios dispõem de maior autonomia de combate
efetivo.
Outro ponto
relevante, é o plano estratégico indiano, o qual tem por interesse a cobertura
de todo Oceano Índico e zonas de interesse, onde podemos elencar o Estreito de
Ormuz, Estreito de Malaca, Estreito de Lombok e áreas próximas a África
Oriental. Sem o emprego de navios-aeródromo, essa capacidade fica limitada
apenas à 20% do território que se pretende cobrir.
O emprego de
aeronaves baseadas em terra, favorece muito mais a posição defensiva do que as
capacidades de resposta e projeção de poder, contrariando os planos e
capacidades estratégicas que a Índia pretende implantar para consolidar sua
posição global.
A Marinha da China vem mantendo um ritmo de
crescimento vertiginoso, ampliando suas capacidades com a construção de novos e
modernos meios navais, os quais fazem repetidas incursões na região do Oceano
Índico, além dos planos chineses de contar com uma força de quatro porta-aviões
até o final da década, a qual até 2050 planeja operar dez navios-aeródromo,
sendo capaz de projeção de poder em vários pontos do globo.
A China e Índia são dois importantes players
naquela região do planeta, possuindo interesses divergentes, os quais em algum
momento podem resultar em escaramuças no mar, ou mesmo em terra. Para tanto a
Índia tem se preocupado com as suas necessidades de defesa, as quais por alguns
analistas se devem as divergências com seu vizinho Paquistão, que não deixa de
ser um dos fatores, ainda mais pela proximidade política entre Islamabad e
Pequim, mas com certeza, o maior propulsor em relação a busca indiana por
modernizar suas capacidades de defesa, é o crescimento da capacidade chinesa e
o aumento em suas atividades militares no Índico e outros pontos de interesse
da Índia.
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