Desde o início de setembro, o Brasil combate uma nova ameaça, a contaminação por óleo no litoral do Nordeste. O evento é inédito na história do País, pela extensão geográfica da incidência e pela duração no tempo. Cerca de 2.250 km de extensão de nossas costas foram atingidas, em algum momento nesse período. O óleo cru, que sabemos não ser produzido ou
processado no Brasil, causa grande impacto em nossa biodiversidade e traz prejuízos socioeconômicos às localidades atingidas.
Os incidentes de poluição por óleo no litoral do Nordeste foram acompanhados pela Autoridade Marítima desde o início, por intermédio da Diretoria de Portos e Costas e dos Comandos do 2º, 3º e 4º Distritos Navais, em particular pelas Capitanias dos Portos, Delegacias e Agências. Navios e aeronaves da Marinha do Brasil foram direcionados ao esforço de busca das manchas ainda no mar, para prevenir a chegada ao continente, mesmo sabendo da dificuldade da missão, pois a poluição se difunde abaixo da superfície do mar e não é detectável por imageamento satélite e esclarecimento visual, aflorando apenas muito próxima à costa. Os diversos esclarecimentos aéreos realizados pela sempre presente Força Aérea Brasileira, IBAMA e a própria Marinha assim têm demonstrado.
A Marinha do Brasil tem consciência de sua responsabilidade e da importância da sua contribuição. A instituição está integrada ao Grupo de Acompanhamento e Avaliação, ora estabelecido no Comando do 2º Distrito Naval, somando esforços com o IBAMA, ANP e a Defesa Civil, desempenhando as atribuições de Coordenador Operacional, por intermédio do Comando de Operações Navais.
Em 18 de outubro, após um dia intenso de muito trabalho, conseguimos recuperar importantes praias turísticas do litoral pernambucano, minimizando os danos ao meio-ambiente. Agentes do IBAMA, ICMBio, PETROBRAS, dos estados e municípios, voluntários, marinheiros e fuzileiros navais integraram-se no esforço de limpeza de praias nos litorais da Bahia, Alagoas e Pernambuco,
desde o alvorecer até depois do pôr do Sol. O esforço coordenado desses órgãos, a despeito das dificuldades, e a ação de voluntários já recuperaram a maioria das praias, coletando mais 525 toneladas de resíduos, os quais precisarão ser adequadamente destinados, conforme a orientação técnica da
Autoridade Ambiental.
Paralela e simultaneamente à coordenação e execução das ações de resposta, a Autoridade Marítima brasileira também trabalha para elucidação dessa grave ocorrência, mobilizando seus especialistas na Diretoria de Portos e Costas, no Centro Integrado de Segurança Marítima, no Centro de Hidrografia da Marinha e no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira. A investigação em andamento também conta com imprescindível
colaboração de universidades, centros de pesquisa, Polícia Federal, além de instituições estrangeiras, como a Organização Marítima Internacional, a Guarda Costeira dos EUA, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica do Departamento de Comércio dos EUA, dentre outras. Apesar de toda a complexidade que caracteriza esses terríveis incidentes – verdadeira agressão criminosa ao País, a Marinha está inteiramente comprometida com a elucidação dos fatos.
No momento,em todo o litoral brasileiro, registra-se apenas a região de Cabo de Santo Agostinho-PE com resíduos de óleo, com ações de resposta em andamento.Pelo desconhecimento da origem do incidente, não se pode determinar por quanto tempo ainda persistirão as ocorrências de manchas no litoral do Nordeste, apesar de todo o esforço desenvolvido nesse sentido. Por isso, é fundamental que as equipes mobilizadas permaneçamalertas, para a pronta atuação.
A Marinha do Brasil e seus integrantes seguem firmes no propósito de cumprir suas obrigações e conscientes da importância de sua contribuição para a sociedade brasileira.
Fonte: Marinha do Brasil
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