quinta-feira, 14 de março de 2019

Classe Tamandaré - Programa se aproxima da definição

Após meses de muitos estudos e refinamentos das proposta lançadas pelas gigantes que disputam o bilionário contrato, o qual prevê inicialmente a obtenção por construção de quatro corvetas modernas que representarão um salto tecnológico na esquadra brasileira, o programa da futura Classe Tamandaré se aproxima de sua definição.

Após meses de especulações e o adiamento do anúncio do vencedor, o qual foi realizado para que as propostas fossem melhor detalhadas e os proponentes pudessem melhorar suas ofertas, na ultima semana, no dia 7 de março expirou o prazo para entrega das propostas finais dos concorrentes, o que significa que dentro das próximas semanas teremos o anúncio do consórcio vencedor desta acirrada competição.

Entre os finalistas estão grupos de grande tradição no campo de defesa, como a alemã Thyssenkrupp, a italiana Ficantiere, a francesa Naval Group e o consórcio apontado como favorito, composto pela holandesa Damen e a sueca SAAB.

Seguindo o previsto pelo programa, as proponentes tem de possuir parceria com industrias nacionais, as quais serão responsável pela construção e logística dos novos navios, resultando na capacitação da industria naval, seja com a geração de mão de obra qualificada, seja pela absorção de novas tecnologias e processos construtivos. 

O programa de obtenção da nova classe de corvetas da Marinha do Brasil, vem durante um momento crítico, onde a esquadra se encontra no limite operacional dos atuais meios de escolta, com os atuais navios no final de seu ciclo operacional, estando em avançado processo de obsolescência, o qual vem sendo retardado ao máximo com a inserção de melhorias nas atuais fragatas afim de mantê-las em condições operacionais até o comissionamento das novas corvetas.

A previsão inicial é que o primeiro navio da Classe Tamandaré seja entregue no final de 2022, com o último exemplar desse primeiro lote entregue em 2025, o que trará uma solução à baixa das fragatas da Classe Niterói, prevista para ter inicio em final de 2025. Há um forte interesse que o número de novas corvetas supere as quatro inciais, podendo chegar aos 12 navios da classe, mas tudo dependerá de vários fatores que impossibilitam uma previsão tão prematura, lembrando que o orçamento de defesa brasileiro é muito suscetível ao impacto dos cortes orçamentários devido as inconstâncias de nossa economia e a falta de uma política de defesa mais clara e objetiva quanto as necessidades e alocação de recursos para os programas estratégicos de nossas forças armadas.

A Marinha do Brasil vem ao longo da última década orquestrando com maestria um orçamento muito aquém do que é necessário para manutenção de suas capacidades e obtenção dos meios que se fazem necessários à renovação da esquadra. Haja visto o andamento do PROSUB, o qual mantém o curso mesmo diante das crises e contingenciamentos de recursos, com o primeiro submarino da Classe Riachuelo tendo sido lançado em 14 de dezembro de 2018, um marco para nossa industria naval de defesa. Ainda diante das dificuldades enfrentadas, a Marinha do Brasil conseguiu realizar a aquisição de dois importantes meios, o NDM Bahia e o PHM Atlântico, duas excelentes compras de oportunidade que representam um enorme ganho operacional a nossa Marinha.

Segundo o (CM) Alte.Esq Ilques Barbosa Junior, no momento o foco da Marinha do Brasil é a obtenção das Corvetas "Tamandaré" e o andamento do PROSUB, não vislumbrando no horizonte qualquer compra de escoltas por oportunidade, deixando claro que a mesma só ocorrerá se a proposta for muito boa e os navios estejam em excelente estado, o que por si só já elimina diversas hipotéticas proposta que vem sendo alvo de especulações nas mídias e redes sociais.

Apesar de muitos criticarem a opção de corvetas para inicialmente substituir as vetustas fragatas em operação, vale ressaltar que estes novos navios trazem consigo muita tecnologia e capacidades que as colocam muito próximas e até superam em determinados pontos o que operamos hoje, não deixando nada a dever aos meios operados em nosso cenário geoestratégico. Não esquecendo que o cenário naval esta mudando, e muitas marinhas tem abandonado os grandes navios de escolta por meios menores, mais modernos e capazes, onde os novos projetos de corvetas tem demonstrado um grande ganho de capacidade em relação aos projetos anteriores.


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Um comentário:

  1. Você precisam colocar a data em que a informação é postada pois não sei se ela ainda é válida.

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