No dia 19 de dezembro de 2016, nós noticiamos aqui a definição australiana pela proposta francesa visando a construção de 12 modernos submarinos. O acordo bilionário entre o governo australiano e o francês, no qual estava previsto a criação de uma filial da Naval Group (DCNS à época) em Adelaide, onde serão construídos os 12 novos submarinos da Austrália, sendo versões reduzidas dos furtivos submarinos Barracuda de 4.700 toneladas, que originalmente adotam propulsão nuclear, sendo considerados um dos melhores submarinos em operação. A versão que será construída na Austrália, esta sendo chamado Shortfin Barracuda, deslocando 4.500 toneladas e adotando propulsão diesel-elétrica, possuindo um sistema de propulsão de jato que irá oferecer capacidades mais silenciosas do que os Barracudas originais.
Após pouco mais de dois anos de negociações, as autoridades finalmente assinaram o acordo para a construção dos novos submarinos da Marinha australiana. Anunciando o Acordo de Parceria Estratégica para obtenção dos submarinos da Classe "Attack" com o conglomerado de defesa francês Naval Group.
Em dezembro do ano passado, havia relatos de que o projeto que é apontado como o maior contrato de defesa da década, chegando a casa dos 50 bilhões de dólares, poderia atrasar e custar milhões a mais que o inicialmente estipulado.
No entanto, uma declaração conjunta do primeiro-ministro Scott Morrison e do ministro da Defesa, Christopher Pyne, disse que o trabalho terá continuidade, com primeiro submarino da classe de "Attack", o "HMAS Attack", sendo entregue dentro do orçamento previsto no início da década de 2030.
A assinatura formal do acordo é um "momento decisivo para o país", disse o comunicado, "Os submarinos ajudarão a proteger a segurança e a prosperidade da Austrália nas próximas décadas e também aprofundarão o relacionamento de defesa entre a Austrália e a França", afirmou.
A construção dos submarinos que representarão uma grande superioridade regional em se tratando de guerra submarina, já teve inicio e os trabalhos continuarão sob o acordo, que representa a base contratual do programa "Attack".
Os submarinos são um dos principais pilares do Plano Nacional de Construção Naval, o qual chega ao investimento de aproximadamente 90 bilhões dólares, envolvendo não apenas a construção de submarinos, mas várias classes de navios, sob o qual 54 novos meios serão construídos na Austrália.
O contrato não determina um nível mínimo de conteúdo australiano, mas o presidente e chefe executivo da Naval Group, Herve Guillou, insistiu que todos os 12 submarinos seriam construídos em Adelaide.
O Acordo de Parceria Estratégica entre a Commonwealth e o Naval Group foi assinado em Camberra após negociações prolongadas e às vezes difíceis no ano passado entre as partes devido as cláusulas-chave, incluindo garantias sobre defeitos e cláusulas de multa por blowouts .
A ministra da defesa francesa, Florence Parly, que participou do evento, criticou o primeiro-ministro Scott Morrison e o ministro da Defesa Christopher Pyne.
"Quando soube, em algum momento, que estavam falando sobre a duração das negociações, pensei 'abram os olhos'. Este é o acordo do século", disse ela durante seu discurso.
Parly disse que foi preciso muita confiança para a Austrália "apostar na França", mas também confiança por parte de Paris para compartilhar sua tecnologia ultrassecreta.
A construção do primeiro submarino deverá começar no final de 2023 e iniciando as provas de mar em 2031 e estará pronta para a missão no final de 2034.
Mas dada a complexidade da reengenharia, tendo em vista que era originalmente um submarino nuclear, o qual esta sendo transformado em uma versão diesel-elétrica construída em Adelaide, e o fato da Naval Group já está atrasada em cerca de três anos com submarino "Barracuda" destinado à Marinha francesa, vários especialistas em defesa questionam se os submarinos serão entregues no prazo previsto.
Enquanto a oposição não confirmou nada publicamente, muitos na indústria de defesa esperam que seja realizada uma revisão ou auditoria no programa. O porta-voz da oposição, Richard Marles, disse que, enquanto o Partido Trabalhista continua comprometido com a Naval Group, ele criticou o governo por não manter a tensão competitiva ao selecionar um projetista, privando a Commonwealth de alavancar nas negociações.
O governo australiano pode quebrar o contrato a qualquer momento e não precisa esperar que o Naval Group descumprir com os prazos previstos de entrega. No entanto, qualquer rescisão deve ser "justa e equitativa", provocando uma compensação que pode chegar a bilhões de dólares.
O acordo também não impõe um nível mínimo de conteúdo da indústria australiana na construção dos submarinos, mas a Defesa vai forçar os fornecedores estrangeiros a mostrar como apoiarão a manutenção e sustentação de componentes para garantir a capacidade e soberania. A defesa também terá direito de veto sobre as empresas subcontratadas.
O senador da Aliança de Centro, Rex Patrick, um ex-submarinista que é cético em relação ao projeto, disse que Pyne havia prometido inicialmente um mínimo de 90% do conteúdo da indústria australiana, mas reduziu isso.
"Isso é um esgotamento da indústria australiana", disse ele.
O senador Patrick disse que a indústria sofreu outro golpe depois que o Departamento de Defesa confirmou, por meio de estimativas do Senado, que o governo de Turnbull rejeitou a oferta do Naval Group de firmar parceria com o construtor de submarinos ASC.
Guillou disse que "não há dúvidas" de que todos os 12 submarinos seriam construídos na Austrália.
"Estamos construindo a infraestrutura, onde foi lançado em 13 de dezembro o marco inicial. Agora estamos começando a aumentar o número de funcionários", disse ele.
GBN News - A informação começa aqui
com agências australianas de notícias
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